A TV Tem divulgou na sua segunda edição desta quarta-feira (19), que o ouvidor da Secretaria de Segurança Pública, Júlio César Neves, esteve em Botucatu (SP) procurando o Ministério Público (MP) estadual para denunciar suspeitas de crimes de abuso de autoridade e de tortura cometidos pela Polícia Militar.
Um caso ocorrido em Botucatu é de um rapaz de 18 anos que diz ter sido queimado com um ferro de passar roupa durante uma abordagem policial em busca de drogas em sua casa. Ele diz que os policiais não encontraram nada de ilícito e por isso começaram a torturá-lo. Um dos policiais teria usado um ferro quente para machucá-lo.
O outro caso registrado foi de um homem que foi morto em Laranjal Paulista durante troca de tiros após assaltar um posto de combustíveis.
O ouvidor disse na reportagem que parte das denúncias partiu de policiais que teriam sido transferidos alegando que não concordavam com ordens desse tipo de excesso.
O Ministério Público informou à TV que assim que recebeu o caso encaminhou à Polícia Civil e à Corregedoria.
A Polícia Civil informou que o inquérito do caso da queimadura foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público e da Justiça que vão analisar e determinar o que deverá ser feito. Já ao caso de Laranjal apurou que foi um enfrentamento à PM que reagiu à altura.
“Fazemos em Botucatu um trabalho que fez com que Botucatu continuasse por oito anos sendo a cidade mais segura do Estado de São Paulo, entre aquelas com mais de cem mil habitantes. Não acredito que o comando do coronel Jorge, Major Semensati, major Aleksander e capitão Cagliari fosse capaz de ordenar tais atrocidades. É um ato isolado que foi devidamente apurado, mas não pode denegrir toda a corporação”, disse o Seccional da Polícia Civil.
A PM, através da Secretaria de Segurança Pública, respondeu ao site Agência14News sobre o caso. “A SSP informa que 12º Batalhão de Policiamento do Interior instaurou IPM para apuração dos fatos e afastou os PMs das atividades operacionais. Eles exercem atualmente atividades internas na sede do Batalhão. A Polícia Militar esclarece que nunca compactuou com qualquer ação que fuja dos procedimentos operacionais padrão e que excessos são punidos. A Seccional de Botucatu instaurou inquérito e investiga as denúncias ofertadas pelas vítimas”.
BATALHÃO
O 12º Batalhão da PM se pronunciou. Veja a nota abaixo:
DÉCIMO SEGUNDO BATALHÃO DE POLICIAMENTO DO INTERIOR
12º BPM/I
Nota de imprensa
A Seção de Comunicação Social do 12ºBatalhão da Polícia Militar do Interior esclarece por meio desta nota de imprensa sobre notícias apresentadas na edição do Telejornal TV Tem – 1ª Edição, onde durante entrevista ao vivo com o Sr. Ouvidor da Polícia, a respeito de informações sobre a existência da conivência do Comando da PM no município, com supostas ações de policiais militares em agressões a civis, ocorridas no dia 15 de março de 2017, fatos estes segundo a própria notícia, denunciados na Ouvidoria da Polícia, de forma anônima, por policiais militares da cidade.
O comando do 12º Batalhão esclarece primeiramente que não há e nunca compactuou com qualquer ação que fuja dos procedimentos operacionais padrão preconizado pela Polícia Militar e da atuação dentro normas legais existentes, e que em todas as situações em que ocorre qualquer não-conformidade das ações policiais militares ou desvio de conduta do policial militar, são adotadas as medidas legais e cabíveis, sendo que no caso mencionado na entrevista com o Sr Ouvidor da Polícia, este comando de imediato ao tomar conhecimento do ocorrido, instaurou o Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos e afastou os policiais militares das atividades operacionais, estando atualmente executando atividades internas na sede do Batalhão, sem prejuízo das apurações realizadas pela Polícia Civil, através de inquérito policial.
Policia Militar – Você Pode Confiar.
Botucatu, 19 de abril de 2017.
LEONARDO BRUNO RODRIGUES – Capitão de Polícia Militar Chefe da Seção de Relações Públicas.
(Do Agência14News – Com Tv Tem)