A pandemia do COVID-19 desafiou a medicina nos mais diversos sentidos. Além de todos os riscos de uma doença até então desconhecida, profissionais da saúde foram colocados em uma nova realidade: o uso diário dos equipamentos de proteção individual (EPIs) no atendimento aos pacientes suspeitos ou com diagnóstico confirmado do novo coronavírus.
E por trás das máscaras, dos acessórios e das muitas camadas de roupas que compõem os EPIs obrigatórios destes profissionais, existem seres humanos. E justamente por isso, a equipe da Enfermaria COVID do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) adotou uma medida aparentemente simples, mas que mudou e humanizou o atendimento a estes pacientes: passaram a usar uma foto pessoal grande presa ao uniforme de trabalho, que contém também o nome e a função do profissional.
Segundo a enfermeira responsável Solene Vale, a ideia foi discutida em conjunto pela equipe. “Começamos a pensar em como melhorar o atendimento destes pacientes, e chegamos a conclusão que a foto seria uma boa opção: além de humanizar o atendimento, o paciente se sentiria acolhido ao poder ver rosto do profissional responsável pelo seu atendimento, já que estava em um período de isolamento”, explica.
Frases como “eu te imaginava de outra forma” e “agora eu sei quem é você” foram as primeiras a serem ouvidas pela equipe quando a ação foi colocada em prática. “Foi e é muito gratificante poder deixar o paciente mais confortável em uma situação tão delicada. Assim, ele pode nos chamar pelo nome e saber que quem está por trás da máscara é uma pessoa normal, como ele”, diz Solene.
Esta foi mais uma das maneiras que servidores do HCFMB encontraram para continuar criando laços, apesar da distância que a pandemia impôs neste ano.
Em 2020, o HCFMB foi reconhecido pelo Estado de São Paulo como hospital referência no tratamento de casos graves de COVID-19, e segue desde então cumprindo este importante papel.