O senador Álvaro Dias que passou por Botucatu no final de semana para um encontro regional do Partido Verde falou com a reportagem do Agência14News.
Ele declarou apoio aos nomes de Mário Ielo e Caco Colenci as eleições municipais deste ano, à Prefeitura de Botucatu.
Ao lado das piscinas de um hotel – que fica no caminho de um salão de reuniões – mas de terno, falou com a equipe do site.
“É um encontro regional do PV e a coligação com o PDT, depois em Avaré no lançamento de candidaturas, e depois vou a São Paulo participar da convenção do Partido Verde da Capital. É um momento importante na vida do País com o desejo alimentado pela população de mudança. É mudança na cultura política, mudança no sistema de gestão, a busca de alternativas competentes para a administração pública, porque um dos gravíssimos problemas do País é a ausência de bons Executivos na administração pública brasileira. Isso começa com o município, passa pelos governos estaduais e chega ao governo federal”, disse.
A CRISE
“Essa crise história e sem precedentes e que soma incompetência com a corrupção é a soma exatamente desse modelo de gestão que fracassou, por isso a eleição municipal é uma grande oportunidade para a boa escolha e a melhor opção para a mudança desse sistema fracassado de administração pública fracassado no Brasil”.
COBRANÇA
“No sistema nacional o que deve prevalecer é a necessidade de mudança no sistema de gerenciamento e de gestão que é o sistema de administração pública que se dá em torno de um balcão de negócios, onde o governo chega e passa a negociar aquilo que não é seu e aquilo que não lhe pertence. Começa a barganhar aqui que é da população para obter apoio político. É o que ocorreu em Brasília. Que é a matriz de governos corruptos e incompetentes e que foi esse sistema transplantado para muitos estados e muitos municípios. Esse sistema precisa ser substituído por um sistema que estabeleça uma relação honesta entre o Executivo, o Legislativo, partidos políticos e setor privado. Essa promiscuidade que foi estabelecida em Brasília e foi clonada em alguns estados e muitos municípios é a causa maior da crise brasileira. Isso começa a mudar no município com o cidadão elegendo um prefeito que tenha a capacidade de gerenciamento e experiência com o Executivo e possa realmente atender as expectativas da população em resolver os seus problemas”.
DAQUI EM DIANTE
“Nos últimos anos houve uma banalização da corrupção. O escândalos não preocupavam mais a população. Esquecia-se o de onde e esperava o de amanha para ser esquecido. A banalização prevalecia. Agora mudou. A população recuperou a sua capacidade de indignação, foi para as ruas e passou a exigir mudanças. Então nesta eleição a questão ética será preponderante, sem dúvida, porque há uma percepção do cidadão brasileiro que a corrupção é sim responsável em boa parte ou quase de forma definitiva pelos problemas que estão afligindo o País e que a vida seria melhor sem a corrupção. Que nós teríamos uma vida bem melhor sem a corrupção. Recursos existiriam para a saúde, educação e segurança pública. Eu acredito que essa mudança está ocorrendo e vai se refletir nas eleições”.
LEI CRIMINAL NUNCA MUDA
“Há um equívoco quando se coloca a responsabilidade por tudo na legislação. Toda a vez que aprovamos um projeto no senado eu digo: não vamos gerar falsas expectativas. Não basta a lei. É preciso execução. O que ocorre na área de segurança sobretudo é falta de autoridade de quem governa. Quando a autoridade se impõe reduz-se a violência. Quando a autoridade afrouxa os marginais prevalecem e se tornam protagonistas. E se consideram superiores às autoridades constituídas. Por isso a violência cresce de forma assustadora. Nós temos legislação no País, ocorre que nem sempre a legislação é cumprida. É claro que temos que aprimorar a legislação. Agora temos uma grande oportunidade com a operação Lava-Jato com essa mudança nessas instituições: ministério público, polícia federal e a justiça. Há mudanças reais nessas instituições, então nós teremos uma rica experiência para aprimoramento da legislação vigente no país”.
BOTUCATU
“Além desse momento da política foi um momento e nostalgia e recordação porque eu estudei em Botucatu ainda adolescente, com 13 ou 14 anos, eu estudei aqui no seminário São José durante dois anos então hoje eu pude recordar aquele momento a minha vida, da minha formação. E estar aqui, que pese essa crise brutal, asfixiante e desestimuladora, que nós não podemos jogar a toalha, então a mensagem que há de transmitir ao cidadão de Botucatu e do Estado de São Paulo é essa: que não vamos desistir. Vamos persistir e alimentar a nossa esperança de mudança. Vamos ter essa oportunidade através das eleições municipais, pois a mudança começa em cada município brasileiro”.
DISCURSO
Na sua fala Álvaro Dias também falou da sua relação com Botucatu onde vive no seminários por 2 anos. Seus 5 irmãos também moraram na cidade. “Era uma prisão do Seminário Menor de São Jose”, brincou. “Mas uma prisão diferente, que me trouxe muita formação religiosa e formação cristã. E certamente foi muito importante na minha vida. Eu estava com mais dois irmãos no próprio seminário, o José que hoje mora em Campinas e o Ademar que mora em Maringá. E ao lado no diocesano tinha outro irmão, o Orlando, hoje falecido, mas que também se casou em Botucatu com a Glória, da família Leão. E um outro irmão que estou agronomia e se formou aqui em Botucatu;jogou muito futebol aqui porque ele era muito bom de bola. Portanto, 5 irmãos em Botucatu durante um período da nossa vida.(…) Um dia quase me afoguei nas águas do Rio Tietê. Num final de semana fomos ao Rio e achei que era um bom nadador. Um redemoinho começou a me envolver e me agarrei no primeiro que passou perto, e afundamos. Fomos retirados ali a duras penas e depois tive que jogar a água para fora”, lembrou.
EMPRESÁRIOS NA CADEIA
“Antes a justiça era para os pobres e hoje os pobres assistem na televisão milionários algemados, políticos algemados, sendo conduzidos à prisão. Até ex-presidente da república sendo conduzido pela polícia para depor. Isso é mudança. A mudança começou. Mas a mudança começa a alcançar a política. Essa eleição vai apresentar eleitor muito mais ligado e observador”.
ORÇAMENTO
“Uma dívida monumental afeta o País. Mais de 4 trilhões de reais de dívida. O povo brasileiro paga sem saber que está pagando neste ano um trilhão, 328 bilhões de reais de juros para rolagem da divida pública do País. E o orçamento do País tem apenas 46 bilhões para investimentos. A metade do que o povo paga de impostos vai para o pagamento de juros desta monumental dívida pública, de responsabilidade dos governantes, e sobretudo fruto da corrupção que tomou conta de todas as esferas do Brasil.