Desde 2015 | A informação começa aqui!

Veja o que cada criança pode comer de acordo com a idade

No início de fevereiro, dados divulgados pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019) apontaram que, de cada dez crianças brasileiras com menos de cinco anos, uma está acima do peso. Encomendada pelo Ministério da Saúde no período anterior à pandemia da Covid-19, a pesquisa também revelou que 18,6% das crianças estão em uma zona de risco de sobrepeso.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define sobrepeso como um excesso de peso previsto para sexo, altura e idade, de acordo com padrões populacionais de crescimento, podendo representar ou não um excesso de gordura corporal. Já a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de energia no tecido adiposo que pode provocar prejuízos à saúde, facilitando o desenvolvimento ou agravamento de doenças.

A nutricionista Luciana Helena Tomaz Ares, da Gerência Técnica de Nutrição e Dietética (GTND) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), aponta que os fatores que podem influenciar a obesidade infantil estão diretamente relacionados com condições genéticas e ambientais. “Na infância, a alimentação e a prática de atividades físicas são muito influenciadas pelo exemplo dos adultos. Se a família consome alimentos ricos em açúcares e gorduras, é provável que as crianças também se alimentem dessa forma, contribuindo para o ganho excessivo de peso. Além disso, quando as atividades físicas são pouco estimuladas, o indivíduo pode tornar-se sedentário pela falta de gasto calórico”.

Entretanto, a influência da alimentação na saúde das crianças começa antes mesmo do período de sua gestação. Pesquisas apontam que os cuidados nos primeiros 1.100 dias (90 dias antes da concepção, 280 dias de gravidez e 730 dias dos dois primeiros anos de vida do bebê) são fundamentais para garantir saúde ao longo da vida. “Sabe-se, por exemplo, que aquilo que a mulher come durante a gestação ajuda a determinar o paladar e o olfato do bebê, pois ele consegue sentir o sabor pelo líquido amniótico. Além disso, o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e a garantia de uma introdução alimentar adequada favorecem o desempenho intelectual e imunológico, reduzindo o risco de alergias, obesidade e doenças cardiovasculares quando adulto”, aponta Luciana.

Para ajudar no combate à obesidade infantil, a GTND do HCFMB elaborou um folder explicativo contendo orientações para a introdução alimentar em menores de dois anos e a quantidade certa de alimentos a serem oferecidos dependendo da idade da criança.

O material foi produzido pelos alunos Mariana Peloi, Lara Janine e Thomas Tavares, graduandos em Nutrição pelo Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IB), com a coordenação da nutricionista Luciana H. T. Ares e colaboração da professora do IB, Prof.ª Dr.ª Thábata K. Weber.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Nutrição Clínica e Dietas Especiais, Amanda Tiago Zamuner Rodrigues, a ideia do folder surgiu com o objetivo de conscientizar e instruir os pais sobre o período e a maneira correta da introdução alimentar para seus filhos. “A proposta do folder educativo contribuirá com informações importantes para trazer mais segurança nesse momento e auxiliará na formação de hábitos alimentares saudáveis”.

Em breve, o folder será direcionado aos pais de crianças internadas em Enfermarias e também será entregue em Ambulatórios e aos profissionais de saúde que atuam na área. “A produção deste material de orientação é muito bem vinda, por ser simples, claro e didático, além de essencial para a construção de práticas saudáveis na criança. Com este folder, colocamos a teoria em prática, impactando positivamente na saúde dos pacientes envolvidos”, finaliza Marina Nogueira Berbel Bufarah, Gerente Técnica de Nutrição e Dietética do HCFMB.

Confira a versão digital do folder clicando aqui!

Redação 14 News

Redação 14 News

Você pode gostar também