O prefeito de Bauru determinou prazo de até 18 meses para que a Companhia de Habitação Popular de Bauru, a Cohab, seja extinta. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19) em coletiva de imprensa no auditório da Prefeitura. Na ocasião, também foi apresentada oficialmente a nova composição da diretoria da Cohab.
Os novos diretores foram escolhidos em reunião na tarde desta quarta (18) pelo Conselho de Administração da Cohab. Os nomes foram sugeridos pelo prefeito e acolhidos por unanimidade pelo Conselho.
São eles: o ex-vereador e ex-assessor parlamentar Arildo de Lima Júnior, como diretor-presidente, o auditor fiscal da Prefeitura e ex-secretário de Finanças, Marcos Roberto Costa Garcia, como diretor financeiro, e a advogada, ex-delegada de polícia e então corregedora geral do Município, Andrea Salcedo Gomes, como gerente jurídica.
A procuradora geral do Município, Alcimar Maziero Mondillo, explicou o processo de escolha dos novos nomes da diretoria da Cohab. “Assim que tomamos conhecimento da operação do Gaeco, fizemos contato com o presidente do Conselho de Administração da Cohab e pedimos que, diante da gravidade da situação, que ele convocasse uma reunião. Já havia o pedido de afastamento do diretor-presidente e do diretor financeiro, que foram recebidos como renúncia aos cargos. Por determinação do prefeito, eu apresentei aos membros do Conselho os nomes sugeridos para que fossem escolhidos e esses nomes foram aceitos de forma unânime pelos presentes”, disse.
Gazzetta iniciou o encontro destacando a importância do acordo fechado com a Caixa sobre uma dívida junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que foi reduzida pela metade em função de isenção de valores de multas, resultando num montante de cerca de R$R 430 milhões. O acordo foi aprovado na Câmara e deve ser assinado já nos próximos dias pelo novo diretor presidente. “Esse acordo trouxe uma economia de quase meio bilhão de reais que o município teria de pagar”, afirmou o prefeito.
De acordo com Gazzetta, a negociação com o banco foi uma primeira etapa de um processo que culminaria na liquidação da empresa. “Mas, em vista dos acontecimentos dos últimos dias, nós decidimos antecipar essa fase, da liquidação da empresa para agora. Minha determinação à equipe é que num prazo máximo de 12 a 18 meses isso possa ser concretizado”, disse.
Segundo Gazzetta, esse processo terá quatro etapas. A primeira será o programa de demissão voluntária dos servidores da Companhia, reduzindo o quadro de funcionários ao mínimo necessário da Cohab até o fechamento. O segundo passo será o levantamento de todos os ativos da empresa, como terrenos casas e imóveis para serem colocados à venda. O valor será utilizado para abater a dívida com a Caixa.
A etapa seguinte será a verificação junto a bancos públicos e privados uma forma de assumirem a carteira de mutuários da Cohab ressarcindo a Companhia do ponto de vista financeiro para que o valor resultante dessa negociação também possa também ser abatido da dívida com a Caixa. Por último, será o rigoroso acompanhamento dessas etapas para que o prazo de extinção definido pelo prefeito seja cumprido.
“Já elaboramos a minuta do Projeto de Lei que será encaminhado à Câmara, após uma avaliação técnica pela nova equipe que está assumindo a Cohab, para que seja votado logo nas primeiras sessões e que a gente possa fazer a dissolução, a liquidação e a extinção da companhia dentro do prazo determinado”, explicou Gazzetta.
A advogada Andrea Salcedo deixará a Corregedoria Geral do Município e assumirá a gerências jurídica da Cohab. “Nós entendemos ser uma situação importante e aceitamos tendo em vista o objetivo de extinção da Companhia”, destacou.
Marcos Garcia apontou a necessidade de eliminar as dívidas para possibilitar investimentos pela Prefeitura em demandas necessárias para a cidade. “Nosso trabalho vai ser esse, agora em curto prazo, fazer um levantamento do ativo e passivo, olhar todos os contratos que estão sendo pagos, junto com o pessoal do Jurídico. Vamos realmente dar bastante atenção nessas providências para que a gente possa sanear a empresa”, afirmou.
Lima Júnior elogiou a qualidade do corpo técnico escolhido para realizar o processo de extinção da Companhia e disse que o trabalho vai priorizar a transparência. “Sei de tudo o que implica estar à frente de uma companhia que hoje é alvo de uma investigação, num momento delicadíssimo da empresa, mas tenho certeza absoluta de que, com a sensibilidade que temos, com compromisso com a verdade, na busca de entregar aquilo que é justo e correto para a sociedade, com o apoio dessa equipe, com o espírito de solucionar com transparência o que hoje é a Cohab, nós vamos dar uma solução efetiva e honesta, que vai ao encontro dos anseios da nossa cidade”, disse.
(com assessoria)