O poder público oferece uma série de serviços em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para surdos, disponíveis em equipamentos culturais e para estudantes da rede pública paulista. Por meio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, nos espetáculos, o Teatro Sérgio Cardoso, na capital, tem audiodescrição e Libras em algumas sessões.
Para participar, o interessado deve solicitar poltronas reservadas segundo a disponibilidade, que englobam situações como baixa visão, cegos com audiodescrição e acompanhados de cão-guia, cadeirantes e surdos com tradução em Língua Brasileira de Sinais.
Vale destacar que Libras representa um conjunto de formas gestuais usada por deficientes auditivos para a comunicação entre os cidadãos, sejam eles ouvintes ou surdos. Outra ação do tipo promovida pelo Governo Estadual ocorre em outras atividades artísticas.
Curso
A Secretaria da Educação do Estado conta com o curso de Libras Online, da Escola Virtual de Programas Educacionais (Evesp). Gratuitas, as aulas estão abertas a alunos do Ensino Médio e Ensino Fundamental, a partir do 7º ano.
A ferramenta possui a facilidade de pode ser acessada a qualquer momento, sem a necessidade de fazer matrícula. Para isso, basta informar o número do Registro do Aluno (R.A.). A iniciativa garante a inclusão dos estudantes com deficiência auditiva e facilita a comunicação no cotidiano.
Com duração de 80 horas, o curso é formado por uma série de 16 episódios divididos em 2 módulos de exercícios. Ao longo do curso, o aluno aprende expressões de temas do dia a dia, bem como características como morfologia e semântica.
Coral de Libras de Avaré
Na cidade de Avaré, a professora Elisabeth Batista dos Santos mobilizou a sala inteira em prol da inclusão da aluna Bruna Tainá, deficiente auditiva. Assim nasceu a fantástica história do Coral de Libras de Avaré, na Escola PAN – Paulo Araujo Novaes, um projeto da Secretaria de Estado da Educação. Confira no vídeo abaixo.
Dança
Desde 2013, a São Paulo Companhia de Dança utiliza o recurso de audiodescrição em apresentações por espaços públicos do interior e da capital. O modo transmite aos deficientes visuais, por meio de fones de ouvido, informações sobre cenário, figurino e os movimentos dos bailarinos.
Para oferecer mais recursos de acessibilidade comunicacional, a São Paulo Companhia de Dança ampliou o programa por meio do aplicativo gratuito “Whatscine”, que transmite recursos de audiodescrição, interpretação em Libras e legenda para tablets e smartphones.
A ferramenta permite que as pessoas com deficiência entrem em contato com a experiência da dança. Além disso, fones de ouvido e tablets para as pessoas que não tem o aplicativo nos celulares ficam disponíveis para os frequentadores.
Museus
Já a Pinacoteca, museu situado na cidade de São Paulo, possui o Programa Educativo Para Públicos Especiais (PEPE), que busca permitir o acesso de pessoas com deficiências por meio de abordagens multissensoriais. As visitas são realizadas por educadores especializados, inclusive em Libras.
“A presença de um educador surdo, de um intérprete de Libras ou de recursos de tecnologia assistiva na Pinacoteca possibilita ao público surdo o acesso qualificado à cultura presente no museu, permitindo que a comunidade surda possa se aproximar e compreender o museu em seu contexto histórico, conceitual, cultural e afetivo”, explica Gabriela Aidar, integrante do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca.
Também no local, para garantir a autonomia de visitação ao público com deficiência visual, foi desenvolvida a Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras e um videoguia para o público surdo.
“O serviço de acessibilidade em Libras é essencial para que as pessoas com deficiência possam usufruir de forma plena os serviços oferecidos pelos equipamentos culturais, garantindo seus direitos como cidadão”, destaca Cristiane Batista Santana, diretora do Grupo de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria da Cultura do Estado.
“Entendemos que o oferecimento de acessibilidade em Libras é de extrema importância para que possamos comunicar as ações dos museus de forma efetiva aos visitantes surdos, dando acesso ao conteúdo de exposições e às ações culturais e educativas realizadas”, acrescenta Cristiane Batista Santana.
Autonomia
De volta às atividades em 2010, a Casa Guilherme de Almeida aperfeiçoou o acesso dos visitantes, incluindo o de pessoas com deficiência. Foram implementados sinalização tátil no piso, banheiro adequado e elevador externo, para permitir a visita ao andar superior do Museu.
O equipamento cultural conta com dispositivo de videoguia em Libras, que permite autonomia para visita de surdos. “A disponibilidade de recursos de acessibilidade é de importância vital para inclusão e compartilhamento de nosso patrimônio, bem como de nossos valores de integração e enriquecimento da cultura”, ressalta a supervisora de Ação Educativa da Rede de Museus-Casas Literários, Alexandra Rocha.
Além disso, a visitação é sempre acompanhada por educadores, que possuem curso introdutório em Libras. Há, ainda, o desenvolvimento de objetos que serão utilizados para o reconhecimento tátil do local.
Ainda de acordo com a diretora do Grupo de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria da Cultura, ainda é um desafio a formação em Libras de todos os funcionários que atuam diretamente com o público. Por isso, há um trabalho consistente nas áreas educativas dos museus voltadas para esse fim.
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(com Assessoria de Imprensa)