Um lenhador de 52 anos que foi acusado de tentar matar a esposa de 49 anos com golpes de canivete, foi absolvido pela maioria de votos dos jurados durante julgamento realizado nesta quinta-feira (10), em Itatinga.
A cidade abrigou o primeiro júri depois que deixou de ser distrital de Botucatu para ser Comarca. O julgamento ocorreu na Câmara Municipal da cidade.
Segundo consta no processo, o crime ocorreu no dia 8 de dezembro de 2012, por volta das 13h47, na Rua Luiz Neves de Barros, na Vila Canaã, onde o marido, utilizando-se de canivete tentou matar sua companheira, desferindo golpes que lhe causaram ferimentos; e não só se consumando o delito por circunstâncias alheias à vontade do agente.
A mulher estava no sofá conversando com sua irmã pelo telefone quando houve o ataque do marido. Os 6 golpes foram contra o peito e braço da vítima, que durante esse ataque teve a interferência de um pedreiro que trabalhava nos fundos, depois que ela conseguiu fugir e pedir socorro. O marido, por outro lado, passou a desferir golpes no seu próprio corpo e tentou se enforcar com um arame, sendo impedido e socorrido por um filho.
A vítima que sobreviveu, bem como as pessoas arroladas do caso, testemunharam no processo e durante o júri nesta quinta-feira (10). Já o réu foi preso em flagrante na época do crime e solto em seguida pela defesa respondendo aos fatos em liberdade até a data do júri.
SURTO SEM MOTIVO
A defesa do réu alegou ausência de dolo, atuando em razão de um surto, pois nunca teve problema anterior com a esposa. O homem tinha tomado remédio para o pulmão com 6 latinhas de cerveja, o que pode ter causado o ataque sem explicação. “Sempre foi bom marido, ótimo pai, e do nada, sem qualquer motivo desferiu os golpes; quando caiu em si na hora, viu o que tinha feito, e acabou se esfaqueando e tentando se enforcar. O filho o salvou quando já estava desfalecido do enforcamento no banheiro da casa”, conta o advogado Roberto Fernando Bicudo.
“O casal está junto há 30 anos. Só teve esse fato e sem justificativa. Continuam juntos. Não se separam, pois a família sabe que ele em sã consciência jamais faria isso”, completa o advogado.
Atuaram também no júri de direito Wellington Barizon e o promotor Cassiano Gil Zancolli.
PAI E FILHA NA DEFESA
O advogado Roberto Fernando Bicudo atuou no caso com sua filha Júlia Sogayar Bicudo. “Com 28 anos de advocacia e mais de 300 júris fico muito feliz, pois se está indo por esse caminho é que consegui transmitir minha paixão pelo plenário do júri; e que todo advogado de verdade é movido pelo inconformismo e a busca incansável da verdadeira justiça, sem temer ninguém doa a quem doer. E isso ela tem: o inconformismo com a injustiça e enfrenta o que for preciso para fazer prevalecer o certo, o justo”, disse o pai advogado.
(Do Agência14News/ Fotos: Divulgação)