A Prefeitura de Avaré, em conjunto com outros seis municípios da região, emitiu nota de repúdio à empresa CTG Brasil, concessionária responsável pela exploração comercial das águas da Represa de Jurumirim.
No documento subscrito pelos prefeitos de Arandu, Cerqueira César, Itaí, Itatinga, Paranapanema e Taquarituba, o prefeito Jô Silvestre, de Avaré, demonstra sua indignação com a CTG Brasil por conta dos aparentes danos ambientais causados pela alta vazão do reservatório, provocando acentuada baixa do nível das águas, o que está prejudicando todo o ecossistema do entorno. A redução do volume da represa impacta diretamente no desenvolvimento regional, pois atinge as atrações turísticas que tem relação direta com os recursos hídricos que integram a bacia de Jurumirim.
A Secretaria do Meio Ambiente de Avaré afirma que a concessionária vem baixando o nível da Represa de Jurumirim para atender a uma crescente demanda de produção das demais usinas instaladas ao longo do Rio Paranapanema. Segundo os técnicos do setor, “o impacto registrado nos últimos meses vai causar um desequilíbrio ambiental de grandes proporções. O prejuízo dificilmente será recuperado tão cedo e levará anos para a recomposição do meio ambiente”.
A nota de repúdio dos prefeitos visa alertar as autoridades federais para o risco que ameaça o Vale do Paranapanema, em especial, os municípios banhados pelas águas de Jurumirim.
O documento será enviado ao Ministério do Meio Ambiente, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Ministério Público Federal para providências.
Nesta quinta-feira (27), a assessoria da CTG Brasil, enviou uma nota para a reportagem do Agência14News, dizendo:
A CTG Brasil esclarece que os níveis de vazão dos reservatórios das usinas de Jurumirim e Chavantes são determinados por um órgão regulador, o Operador Nacional do Sistema (ONS). A empresa mantém as operações de suas hidrelétricas em conformidade com os despachos da entidade, que coordena o uso de água para a produção de energia, a utilização dos reservatório e a abertura de comportas dos vertedouros de todas os empreendimentos de geração elétrica do País.
As decisões do ONS levam em consideração, além do uso múltiplo do reservatório, os níveis dos demais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Vale ressaltar que a companhia mantém análises constantes das águas de suas represas. Com isso, é possível afirmar que a operação das usinas não traz prejuízos ao meio ambiente e à fauna aquática, e o nível do reservatório não afeta a população de peixes da região.
Para informar a população sobre a previsão de chuvas e a possibilidade de baixo nível dos reservatórios, a CTG Brasil realizou, no final de 2018, encontros com as comunidades e continua disponível para esclarecer qualquer dúvida dos moradores da região por meio do número 0800 770 2428.
A empresa informa também que não foi formalmente notificada pela prefeitura ou por qualquer outro órgão competente.
(com assessoria)