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Morre em Botucatu Valter Acerra, o Rei do Ferro-velho

Morreu neste final de semana em Botucatu, o empreendedor da área de ferro-velho, Valter Acerra, aos 91 anos. Ele ficou conhecido por atuar por décadas na área de compra e revenda de materiais para a reciclagem.

“É com pesar que informo o falecimento do Valter Acerra aos 91 anos, de morte natural. O velório será no complexo funerário Orlando Panhozi, a partir das 9hs e o enterro às 17hs no memorial Botucatu”, informou o filho e advogado, Renato Acerra.

Acerra nasceu em São Manuel. Primeiro, ainda jovem, atuou no ramo da família como alfaiate. Mudou-se para Botucatu em 1.958.

Casou-se com Celina Savio que faleceu em 2005. Na parte dela, seu pai em São Manuel, já havia a atividade de compra e venda de sucatas. E foi nessa área que Valter também resolveu empreender.

Acerra deixa os filhos Valter José, Maria Elisabeth e Renato. Ele tinha também a filha Silvana, que faleceu aos 48 anos. Na família ainda há netos e bisnetos.

O empresário sempre afirmava o orgulho de ter conseguido ter sucesso nesse ramo de atividade.

Título de Cidadão Botucatuense – Em 2022 Acerra recebeu essa homenagem da Câmara Municipal de Botucatu em um projeto do vereador Antônio Carlos Vaz de Almeida (Cula).

Veja trechos da honraria: “natural da cidade de São Manoel, nascido no dia vinte e quatro de agosto de mil novecentos e trinta e dois, filho de Francisco Acerra e Olímpia Callegari Acerra, estudou até a quarta série do primário na escola Augusto dos Reis da sua cidade natal.

Quando menino trabalhou como engraxate, ajudante geral no depósito de ferro-velho do senhor José Sávio, auxiliar de barbeiro e outros ofícios da época, tudo na cidade de São Manuel. 

Com o passar dos anos, seus trabalhos alternavam, às vezes com seu pai e seu tio que eram alfaiates às vezes com outro tio que era tapeceiro. Chegou a arriscar a vida na capital do estado e em outras cidades da região, trabalhando em construtoras de estradas ferroviárias. 

Na data de oito de setembro de mil novecentos e cinqüenta de seis, casou-se com a senhora Celina Sávio Acerra, filha do então seu ex-empregador José Sávio. Após seu casamento, seu sogro o incentivou mudança de seu genro, sua filha e seu neto recém-nascido Valter José Acerra à esta cidade de Botucatu, para que aqui pudessem ter uma vida melhor na exploração da atividade de “ferro-velho”.

Foi, em dezessete de outubro de cinqüenta e oito que Valter, Celina e o pequeno Valter José se instalaram na Avenida Paula Vieira nº 328, na Vila Jaú, mais conhecida na cidade como “baixada”, estabelecendo no local seu depósito de ferro-velho.

Com o passar dos anos, o Depósito de Ferro-velho Valter Acerra começou a fazer parte da comunidade botucatuense, sempre instalado na “baixada”. Primeiro em frente ao curtume Pioneiro, depois passou para o número 155 da mesma avenida, onde se encontra até os dias de hoje.

Valter e Celina tiveram mais três filhos: Maria Elisabete Acerra, Silvana Maria Acerra e Renato Augusto Acerra. 

Aqui a família foi criada e expandiu. Valter José Acerra, o primogênito, casou-se com Rosângela Pimentel Costilas. Hordiamente são sócios-proprietários da empresa. Tiveram dois filhos: Rafael Emílio, 20 anos, estudante do terceiro ano de agronomia na Unesp-Botucatu e Ricardo Augusto, 19 anos, estudante no primeiro ano de direito na Ite – Bauru, e funcionário da empresa dos pais e do avô.

Valter Acerra, sempre batalhou para a constituição de uma boa base familiar. Trabalhou a vida toda para nada deixar faltar aos filhos e netos, dando-lhes sempre a proteção típica de um “paizão”. Criou a família com caráter, ensinando aos filhos a força de viver, o amor pela vida e a caridade.

Apaixonado por esportes é torcedor fanático do Palmeiras. Já participou de diversos campeonatos de truco, bocha e inclusive fui praticante da luta boxe, mas sua paixão mesmo sempre foi o futebol. Na década de oitenta, foi presidente do Clube Atlético Brasil da Vila Maria, incentivando a atividade esportiva no bairro e na cidade. Na Associação Atlética Botucatuense, sempre foi incentivador e colaborador do departamento de futebol de salão. 

Nota-se nele, desde sempre, o amor pela esposa, filhos e netos e, ainda, pelo seu Depósito de Ferro Velho, além do gosto pela ajuda ao próximo, trabalha sempre em prol de entidades assistenciais, por exemplo o Núcleo Assistencial Joana de Angelis, desta cidade que visa o apoio a famílias carentes da periferia.

Na sua imensa boa vontade, há longa data empresta e doa muletas, cadeiras de rodas, cama de hospital, etc., àquele necessitado. Devido ao seu destaque na comunidade e na entidade “Casa da Professora Lídia”, hoje uma das casas do complexo “Professora Lydia”, leva seu nome.

Ao que se refere à sua personalidade, Valter gosta de organização e busca a qualidade em tudo. Grande observador e classificador da vida, sempre munido de lentes de aumento capazes de captar o menor dos detalhes, sejam bons ou ruins. Às vezes um ou outro pormenor lhe escapa.

Para o ele, o mundo é um extraordinário maquinismo suíço, e ele prefere desmontar e analisar o relógio a perguntar que horas são. Sem ele, maníaco por classificações, obsessivo por detalhes, o mundo perderia muito de suas nuances invisíveis a olho nu. É por isso que ele é insubstituível.

É admirador da cultura italiana -como um bom descendente -, tem uma pequena coleção de objetos antigos achados em meio ao ferro-velho e uma pequena coleção de miniaturas de carros. 

Enxerga as coisas muito de perto, tende a tornar-se um cético. Como seu afiado senso crítico não poupa nada nem ninguém, pode ocorrer o efeito-bumerangue, e ele se tornar um autodemolidor. Como não há mecanismo mais complexo e extraordinário do que o corpo humano, ele pode cismar com seu relógio biológico e se tornar um hipocondríaco. E como, finalmente, ele não tolera desordens, vai ser aquele camarada que não aguenta ver um quadro torto na parede sem endireitar, ou um cinzeiro sujo sem imediatamente levantar-se e esvaziá-lo no lixo.

Redacao 14 News

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