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Metade tem a doença sem saber

Atualmente a prevalência da Aids é de 0,5% da população nas cidades. Levando em consideração os 140 mil habitantes de Botucatu, essa projeção seria de 700 pessoas infectadas atualmente, mas na cidade apenas 400 pessoas foram diagnosticadas e fazem tratamento.

Segundo o médico Alexandre Naime Barbosa do SAE – Serviço Ambulatorial Especializado de Infectologia, que funciona na Unesp, setor que é referência em prevenção e controle da doença, o crescimento anunciado no Brasil recentemente pode ser visto de várias formas.

De acordo com ele, isso é relativo, pois há 15 anos eram 39 mil casos anuais e agora são 44 mil, mas ele relativiza isso, pois a população também cresceu.

“Já o número de casos está aumentando, sim, entre os jovens de 13 a 19 anos, com um acréscimo de 50%, nos últimos 6 anos”, alerta o médico.

Alexandre Naime Babosa lembra que hoje como existe tratamento – uma época bem diferente da geração anterior que viu pessoas morrendo de Aids – a preocupação acaba sendo menor principalmente dos mais jovens.

PERFIL DE QUEM PEGA AIDS

Um dado interessante é que as pessoas que contraem o vírus nem sempre têm uma vida considerada promíscua e sim alguém que tem dois a três parceiros por ano – isso quando se está solteiro – mas depois de certo tempo de namoro passa a não usar mais camisinha. É como se a frequência de atividade sexual fosse uma garantia de não ter o vírus. “No primeiro mês de relacionamento usam camisinha, mas depois não”, cita o infectologista.

Hoje, lembra o médico, 5 em cada 1 mil pessoas no Brasil têm a doença que pode se manifestar depois de 10 anos.

CAMISINHA – IMPORTANTE, MAS NÃO USO

Outro dado é que em uma pesquisa, 96% das pessoas responderam que acham importante o uso da camisinha, mas ao mesmo tempo só 50% disseram usar o preservativo nas relações casuais.

O médico orienta que a pessoa que nunca fez o teste de HIV, seja casada ou não, que o faça, e se desconfia de algo, tenha uma conversa franca com o parceiro sobre o assunto, buscando evitar essa exposição.

Botucatu tem muitas pessoas portadoras que não sabem da doença, mas ao mesmo tempo, existe na cidade um serviço de referência com médico, testes, psicólogo, infectologista, fisioterapeuta, assistente social, plástica, nutricionista, entre outros.

Outro item interessante é que o preconceito ainda impera, pois as pessoas são demitidas do trabalho ou são vítimas da separação.

TRABALHO COM PROFISSIONAIS DO SEXO

Botucatu faz um trabalho de referência que envolve garotas de programa que não usam preservativos com os clientes que pagam muito bem. O grupo toma um medicamento nacional que impede a infecção pela Aids. Esse trabalho modelo estará sendo divulgado em uma palestra no dia 27 de julho (quarta-feira), às 18h, no Anfiteatro da Unesp/ Faculdade de Medicina.

Também existe outro tratamento alternativo que no caso de uma relação sem a proteção a pessoa tem até 72 horas para tomar um medicamento e evitar o HIV.

Para fazer o teste as pessoas podem procurar os postos de saúde, o Centro de Saúde Escola da Vila dos Lavradores e o SAE que fica na entrada da Unesp.

NO PAÍS

Segundo a Agência Brasil, no País, novas infecções por HIV entre adultos subiram 4% nos últimos cinco anos. Sozinho, o país responde por 40% de todos os novos casos na América Latina e no Caribe e por 41% de todos os novos casos registrados em sete nações latino-americanas: Argentina, Venezuela, Colômbia, Cuba, Guatemala, México e Peru.

Os dados revelam que, em 2010, o Brasil registrava 43 mil novas infecções por HIV entre adultos, contra 44 mil novos casos identificados em 2015.

Redação 14 News

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