O site 14News entrevistou Emerson Bittar que é diretor-presidente da Rodovias do Tietê que é responsável pela manutenção e obras em estradas como a Marechal Rondon.
Ele falou sobre a serra de Botucatu, ligação entre São Manuel e Botucatu, além de Tietê.
Emerson Bittar explicou que as chuvas que atingiram a região no último dia 10 de fevereiro, foram absurdas, algo que não se via há 300 anos e que choveu mais de 350mm em apenas um dia, o que fez com que a Rodovia Marechal Rondon tivesse alguns pontos afetados, como bloqueio no km 258 e na Serra (km 240), além da cabeceira de uma ponte que sofreu danos no km 232.
“A nossa preocupação maior e de imediato foi sinalizar e orientar o usuário para que esses pontos de bloqueio pudessem ser superados através de outras rodovias que atendem a região e oferecem acesso pela Castello Branco”, explicou.
Sobre a decisão de fazer um desvio para o acesso a pista leste, de quem seguia de Botucatu a São Manuel, e assim evitar que os usuários continuassem tendo que percorrer cerca de 80km a mais, ele disse foi a solução mais rápida e segura encontrada. “Na 1ª análise, no dia seguinte a catástrofe, foi analisado que para restabelecer a ligação o mais rápido possível, mas com segurança, a solução que enxergamos naquele momento seria justamente a utilização do retorno, porque facilitaria o acesso a pista leste e exigiria menos obras, apesar de exigir sinalização”, explicou.
Ele também disse que tinha consciência de que nos horários de pico haveria essa retenção da fluidez do trânsito, por conta da rotatória, mas “no momento era a opção mais rápida e seguro ao usuário”.
Sobre as críticas que a Concessionária tem recebido dos usuários, de não utilizar o canteiro central para fazer esse acesso da pista leste, Emerson disse que “essa solução (que inclusive já foi proposta para a Artesp) demandaria um tempo maior, pois não é simplesmente ligar a pista oeste a leste com qualquer tipo de material e qualquer situação com segurança. Isso exige algumas condições técnicas, para que as duas pistas estejam niveladas e assim os veículos mais pesados consigam ter acesso com segurança. Além disso, a estrutura desse desvio precisa ser a mesma da rodovia, se não ele não suporta. E todo esse serviço não ficaria pronto até o Carnaval, por isso optamos pelo dispositivo e assim em três dias liberamos o tráfego Botucatu São Manuel, com alguns problemas que ocorrem nessas situações, mas evitamos que o usuário tivesse que trafegar mais 80km por outras rodovias”, comentou.
Ele também comentou sobre o problema mais crítico que a concessionária enfrenta para fazer os reparos necessários e que o prazo para finalizar as obras na Rondon é o dia 2 de de abril.
“Ali no km 258, onde um tuboármico foi construído pelo DER, na duplicação da rodovia, a galeria da pista leste está intacta, apesar da água ter ultrapassado o nível da pista, mas o corpo do aterro e a galeria não sofreram danos, permitindo fazer a ligação São Manuel Botucatu, por essa pista”.
“Na pista leste esse tubo não resistiu a pressão da água e acabou sendo levado pela correnteza e com isso a pista todo rodou. A solução indicada pelo projetista seria o restabelecimento dessa galeria, mas infelizmente as aduelas utilizadas não são mais comercializadas e é preciso fazer encomenda delas (o que já foi feito pela Concessionária). Após o período do Carnaval, elas devem começar a ser entregues no local e o trabalho pode ser executado”.
“A previsão é que até o dia 2 de abril ele esteja pronto, mas é claro que vamos depender também das condições climáticas, pois não conseguimos trabalhar com chuva no local. A expectativa é que assim se restabeleça o tráfego ali e o usuário consiga utilizar a Rondon nas duas pistas”, finalizou.
O presidente da Concessionária falou ainda sobre os demais pontos e datas para liberações. “A boa notícia é que o trecho da Serra de Botucatu deve ser liberado nesta sexta-feira, véspera de Carnaval, sem restrições, tanto para tráfego de veículos leves quanto de pesados. E o bloqueio do km 232, também deve estar liberado até às 14 horas desta sexta-feira, fazendo com que a conexão toda na Rondon até Tietê esteja sem bloqueios”.
Ele ainda falou sobre a serra de Botucatu, citando o que pode ser melhorado para evitar acidentes.
“Quanto aos recentes acidentes na Serra, posso garantir que nos últimos 4 anos, foram 3 acidentes fatiais. Eu acho muito, o ideal seria 0, mas não é um número que, ao contrário do que muita gente pensa, que ocorre muitos acidentes na Serra, não é verdade. A Serra está muito bem sinalizada e os investimentos feitos para garantir a segurança surtiram efeitos e esses 3 acidentes fatais, comprovadamente pelos Boletins de Ocorrência da Polícia Militar Rodoviária, ocorreram por má utilização e por má manutenção dos veículos. Dois veículos perderam os freios e não tem redutor de velocidade que consiga superá-los”.
A concessionária já enviou pedido para Artesp e vai estudar a colocação de radar no trecho de Serra onde foram registrados os últimos acidentes, sendo mais um aplicativo para melhorar as condições de tráfego e de segurança.
Sobre a recuperação judicial da concessionária, comentou que a Rodovias do Tietê sofreu com a crise que assolou o país entre 2013 e 2015, mas está buscando recuperar a sua capacidade financeira para honrar com o cronograma de obras. “Nossa fonte de renda é exclusivamente do tráfego e comprovadamente o tráfego declinou muito no país como um todo, a economia sofreu abalo muito grande e as rodovias também sofreram queda na sua movimentação. A Tietê tem buscado acordo para repactuar sua dívida e a recuperação judicial visa restabelecer sua capacidade financeira de investir dentro de um cenário econômico mais realista”, esclareceu.
Reclamação de prefeitos sobre dificuldade em aprovar obras e melhorias nas cidades da região:
Uso de equipes de resgate e ambulâncias nas estradas:
Obras que não estão em contrato. Como implantá-las?
O que os motoristas podem esperar da concessionária quanto a melhorias?
Finalização da entrevista: