Power Racing News desta semana fala sobre a indefinição quanto ao futuro da Fórmula TRUCK e as novidades do mercado automobilístico nacional e mundial.
Fórmula Truck 2017 – Uma temporada “fora do calendário”
Como falamos a semana passada, a CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo, lançou uma carta convite convocando empresas interessadas em promover a categoria este ano.
O prazo seria sexta feira passada, dia 03/02, e até agora, nada nos remete à certeza de que haverá a temporada 2017.
O calendário, inclusive, também é uma incerteza total. Já houveram manifestações por parte de alguns administradores de autódromos que fazem parte do calendário emitido dia 26/01 pela então promotora da categoria, se manifestando contra a realização da prova naquela data em suas dependências, por motivos os quais não nos compete citar, haja visto que são, ao meu ver, embaraçosos para a imagem da atual promotora e para a categoria como um todo.
Já temos notícias de que pilotos da TRUCK, inclusive da ABF Racing, equipe de propriedade da promotora, estão assinando contrato com outras categorias no Brasil e até no exterior.
Isso é uma pista de que a F-TRUCK realmente não irá para as pistas este ano.
E se por acaso conseguirem um novo promotor que faça a TRUCK entrar nas pistas, haverá toda uma rodada de negociações com equipes, pilotos, patrocinadores e principalmente com os administradores dos autódromos. Como há uma grande indefinição, nenhuma equipe ou piloto tem garantido patrocínio para 2017. Como apresentar um projeto onde não se tem nada de concreto, e sim uma suposição e muitas perguntas sem resposta?
Quando se monta um projeto de patrocínio para um piloto ou equipe, existem regras a serem seguidas, como apresentação da equipe, pilotos, equipamentos, custos totais e um layout do TRUCK, neste caso, apontando onde serão inseridas as nominações dos patrocinadores. Para cada parte do TRUCK, existe um valor anual. Mas, aliado a tudo isso, o calendário confirmado da temporada é de suma importância no contexto do projeto.
E não se tendo um calendário confirmado, não se tem projeto e muito menos patrocinadores.
E para mostrar que o calendário de 2017 foi divulgado para se “apagar” o incêndio provocado pela falta de informações, a etapa da Argentina possui uma data mas não indica a cidade nem o autódromo. E a etapa de Curitiba possui duas datas, coma inscrição “aguardando definição”.
Ora, um promotor sério, que está com tudo organizado, não divulga um calendário cujo poder da dúvida se transforma em certeza de não real. Isso é um fato. Só quem é do meio, ou acompanha seriamente pode identificar que o calendário não prima pela realidade.
Na semana passada, provoquei um erro onde seria possível identificar, através da divulgação desta coluna pelo Facebook, de nominar como “VICAL” a empresa promotora da STOCK CAR, e não VICARPromoções Esportivas, que é seu correto nome, que até dezembro passado foi brilhantemente dirigida pelo meu amigo Mauricio Slaviero, e que agora tem em seu comando Rodrigo Mathias. A VICAR é o braço esportivo da Time For Fun (T4F), grupo líder no mercado brasileiro em promoção de eventos artísticos.
Com esse “erro provocado”, pude identificar e tornar público nomes de algumas pessoas cujo propósito é o de denegrir a imagem do automobilismo e criar discórdia entre o grupo de jornalistas, do qual faço parte, com o intuito de confundir o leitor e tentar criar descrédito em nossas matérias.
No jornalismo automobilístico, não existem suposições, existem fatos, atitudes e principalmente o compromisso com a verdade e imparcialidade. Não podemos correr o risco de uma falsa matéria onde poderão ser comprometidas pessoas que futuramente sejam prejudicadas injustamente por causa de uma matéria. Automobilismo é um esporte caro, perigoso, de alta performance, que exige o máximo da equipe, equipamento e piloto. E não se brinca com vidas.
Novidades do mercado automobilístico nacional e mundial
A Renault divulgou esta semana que trocou o ultrapassado motor 1.6 de 8 válvulas que gerava até 103CV e equipavam toda linha Sandero e Logan pelo “novo” motor 1.6 de 16 válvulas, que gera até 118CV.
Na verdade, o “novo” é um velho conhecido do brasileiro. Esse motor de 16V, fabricado em alumínio, já equipava modelos da marca desde a década de 1990. Quando, em 1989, o então presidente Fernando Collor abriu as importações para a indústria automobilística, a Renault, como muitas outras montadoras, vieram para nosso país com o que tinha de melhor. A Renault chegou em solo brasileiro por volta de 1994, trazendo seus modelos Nevada, 19, 21, todos com opções de motores 1.6 16V e 2.0 de 8V e o luxuoso Laguna, um V6.
Logo em seguida, em 1996, trouxe o Clio, Megane nas versões hatch e sedan e o furgão Traffic. Neste ano a Renault iniciou a construção do Complexo Ayrton Senna, sua fábrica no país, inaugurada em 1998. O complexo fica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba/PR.
Em 1999 foi a vez da mini van Scenic. A motorização desses modelos também eram 1.6 16V e 2.0 8V. Até a inauguração de duas fábrica iniciais, uma de motores e a outra de carros de passeio, A Renault montava seus carros na unidade da Argentina, mas já usando os motores fabricados no Brasil, cuja fábrica (a primeira do complexo) iniciou as atividades em 1998.
Em 2000, inaugurou-se uma terceira fábrica no complexo, destinada a fabricação de veículos comerciais.
E voltando ao motor 1.6 16V que já está rodando no Renault Logan e em breve no Sandero, Duster eDuster Oroch, na verdade ele é o bom, velho e confiável 1.6 que veio ao Brasil nos primeiros modelos. Ele sofreu algumas atualizações e, as principais, foram o remapeamento eletrônico e a recalibração do comando de válvulas, ganhando até 8CV, e se “transformando” em um motor FLEX. O câmbio continua sendo o mesmo de 5 marchas.
Esse excelente motor, em sua versão original desenvolvia 110CV, somente com gasolina, sendo um páreo duro para modelos como o VW GOLF.
A grande diferença entre um motor de 8 válvulas para o de 16 válvulas é que para cada cilindro, na versão de 8 válvulas existem 1 válvula para a entrada de combustível e outra para saída dos gases. Já no 16 válvulas, são duas entradas de combustível e duas de saída de gases, tornando o motor mais eficiente, potente e econômico.
E falando em GOLF, já está a disposição a versão 1.5 TSI. A alemã Volkswagen trouxe o motor 1.5 turbo usado na Europa por versões da marca para gradativamente substituir o fiasco do 1.0 TSI (o mesmo que equipa o UP!, que tem quase metade do peso do GOLF), e que não foi bem recebido pelo público.
O GOLF tem a fama de ser esportivo, e com o motor 1.0, mesmo fazendo uso do turbo, não passa de um veículo popular de luxo, com desempenho de carro 1.0. Assim que houverem números de testes nós publicaremos.
Mas a grande sensação no mercado mundial é o lançamento da Mercedes: o AMG GT R.
O carro, criado pela divisão de competições da marca, a AMG, em comemoração aos 50 anos da divisão, é um esportivo de 2 lugares, equipado com um motor V8, biturbo de 585CV, que atinge 100 km/h em apenas 3,6 segundos. Carros como Ferrari F12, Berlinetta, 458, Lamborghini Aventador, Porsche 918 GTS Turbo, atingem a mesma marca na casa dos 3,4 a 3,8 segundos. Por isso que o AMG-GT R está sendo chamado de Beast to The Green Hell, ou a Besta do Inferno Verde. Um carro para poucos, pois serão fabricados somente 10.000 unidades para venda no mundo, a um valor aproximado de R$ 1.200.000,00. Um Mercedes para poucos.
As demais marcas, trabalham em atualizações de estilo e acabamento em seus modelos. Nada mais significante.
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Uma boa semana, automaníacos. Até a próxima.
“De todas as marcas, acho que a Yamaha está na frente em termos de desenvolvimento de nossas motos para a temporada 2017. Mas não podemos dizer que seremos vitoriosos já nas primeiras etapas, pois mesmo estando desenvolvendo a moto desde o segundo semestre de 2016, nas pistas, sempre existem os testes secretos, de todas as marcas, e que os resultados vamos ver na primeira prova do ano.” Valentino Rossi, “o Doutor”, multi campeão da MotoGP, sobre sua expectativa para o começo da temporada. Lembrando que este ano, Rossi tem como companheiro de equipe a revelação de 2016, o espanhol Maverick Vinales, que substitui Jorge Lorenzo, que correrá pela Ducati Team, equipe oficial da marca italiana.
Reinaldo dos Santos Filho mora em São Manuel/SP, tem 48 anos, é jornalista especializado em automobilismo, administrador de empresas, escritor, piloto profissional e motociclista. Pai do Thiago Augusto, Luís Guilherme e Giovanna.
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