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Pedagoga Kelly Menegon fala sobre ser mãe da Rafaella, uma menina autista

Meu nome é Kelly Menegon, sou pedagoga, tenho 40 anos e minha vida se transformou há dez anos, quando minha filha Rafaella nasceu, uma menina Autista. Desde então a minha vida mudou completamente.

Engravidei da Rafa aos 30 anos. Foi uma gravidez não planejada. Eu sempre tive sonho de ser mãe e Rafaella se tornou a criança muito esperada por mim e pelos avôs, todos ansiosos pela chegada dela. Foi uma gravidez tranquila. Rafaella nasceu com 40 semanas, 51cm e 3.170 kg.

O desenvolvimento dela foi normal, sentou, engatinho e andou no tempo certo. Os sinais de que algo não esta indo bem começaram a aparecer com dois aninhos e cinco meses quando a coloquei em uma escolinha. Logo na primeira semana veio o pedido que fizéssemos uma avaliação com neuropediatra. Levei a Rafa e já tive o diagnóstico: Rafaella é autista.

Imediatamente já perguntei a doutora e o que tínhamos que fazer, como devíamos agir depois dessa notícia. Então, ela já nos encaminhou a todos profissionais pertinentes como Psicóloga, Fonoaudióloga e Terapeuta Ocupacional.

Chegou o momento onde minha vida mudou completamente deixei de ser uma mãe comum e me tornei uma Mãe especial aos olhos dos outros. Aquela que tem a força fora do normal, que foi destinada a essa função, e as pessoas me dizem que Deus não dá cruz que você não possa carregar, porém é uma caminhada árdua e cheia de lutas, mas com muitas vitórias.

Muita gente sem saber como agir se afasta sem saber o que fazer e o que falar. Mostrar-se solicito, presente é tudo que uma Mãe precisa. Isso só se reverteu através de rede sociais, grupos de apoios, grupos de mães onde uma apoia a outra e há muita troca de informações. Essas trocas de experiências nos dão forças para perseverar e lutar pelos direitos de nossos filhos autistas.

Faço parte da Associação Portas Azuis de Botucatu sou Diretora de Eventos com o Presidente Luciano Devide e o Vice Roberto Tozzo onde sonhamos em um futuro para nossos autistas.

Rafaella passou por algumas escolas onde teve muito apoio e em outras que, antes não tivesse colocado.

Tudo mudou quando foi para APAE de Botucatu há 4 anos. Lá todos os professores e equipe técnica são extremamente capacitados, a Diretora Beatriz Sgoti e a coordenadora Cidinha nos acolheram muito bem. Há professoras e monitores que tenho vontade de levar para casa, as tias da Portão também. Ela adora o Monitor dela, ele é tudo para Rafa. Ela é feliz, as atividades são adaptadas para ela. Rafa vai feliz e volta feliz. Nunca quis faltar, já em outras escolas se escondia para não ir, tinha crises no carro para não descer e quando entrava me ligavam para irem buscá-la em pouco tempo.

A Diretora Beatriz dá palestras em escolas e universidades sobre o trabalho da APAE e a Inclusão, a qual é muito difícil.

A inclusão é direito mais não acontece, pois nossos filhos têm direito acompanhante na rede pública mais sempre estagiário onde ficam apenas como “babá” dos nossos filhos e não possuem o conhecimento adequado para ajudá-los a aprender de forma correta. Os professore também não possuem especialização, desta forma, nossos filhos ficam expostos ao bulling e outras formas de preconceitos sem o justo direito a aprendizagem adequada.

Sonho com um Mundo mais acessível, menos preconceituoso, mais fácil para nossas crianças serem respeitadas e aceitas em todos os lugares.

Redação 14 News

Redação 14 News

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