É marcante o sorriso fácil no rosto de Davi, de 1 ano, morador de Botucatu (SP), portador de Síndrome de Down. Depois do nascimento o médico que fez o parto alertou a mãe, a auxiliar de dentista Cristiane Roberta Rait e o marido, o controlador de acesso, Neri Patrick Rait – dizendo que o filho poderia ser especial. Esse é o segundo filho do casal. Eles têm ainda um adolescente de 14 anos (Jean), filho de Neri e enteado de Cristiane, que não tem a síndrome. O primeiro filho do casal é Gabriel de 5 anos também não é Down.
A confirmação veio após 60 dias. “A gente era leigo e não sabia nada sobre o assunto. Em nenhum momento rejeitei, mas foi um susto. Com a suspeita já no hospital comecei a me inteirar sobre o assunto”, lembra a mãe de Davi.
Quando veio a confirmação, ela se lembrou que havia sonhado que carregava um bebê Down e só depois ligou uma coisa a outra: que seria um aviso de Deus..
Uma boa notícia depois da gestação foi que ele não nasceu com alteração no coração, problema que pode ocorrer em crianças com a síndrome. “Mesmo Down a criança pode de tudo. Depende da estimulação. Ele é muito esperto e sorridente. Não se irrita. Até ao acordar está sorridente”, diz a mãe.
Mas o começo foi mais difícil: com a imunidade baixa, Davi teve catapora e 3 convulsões em apenas 2 meses.
Apesar de toda informação que se tem – como a oportunidade desta data, 21 de março, quando se comemora o Dia Internacional, ainda se tem muita dúvida sobre a síndrome. “Chegam a nos perguntar se o que o meu filho tem pega”, cita Cristiane.
ATENÇÃO ESPECIAL
Apesar de ser uma criança normal, Davi precisa de estímulos. Ele pode demorar um pouco mais, como diz a mãe, mas aprende tudo e dá lição de amor. O dia a dia é de sessões como de fisioterapia. Também é preciso avançar na parte da fala com a fonoaudiologia. O pai trabalha à noite e quando sai do emprego vai levar Davi aos tratamentos que ele faz. À tarde, quando está na creche municipal do Bairro Alto, que dá a opção de conviver com os amiguinhos, o pai descansa. Davi é exemplo de comportamento e coleguismo na creche.
ENSINO
Davi não tem preconceito. Se está no supermercado, por exemplo, assim que recebe um sinal que a pessoa gostou dele, retribui o sorriso e está no colo de quem ofereceu amizade. A mãe Cristiane diz que muitas vezes os adultos é que podem fazer alguma diferença entendendo que os portadores da síndrome tem algum problema, mas na verdade, no caso do Davi ele aprende muito rápido, assim que recebe um estimulo e dá lição de amor quem seja.
DINHEIRO
Cristiane diz que consegue na Unesp o leite especial, pois Davi tem refluxo. “Se fosse pagar teria que adquirir seis latas por mês cada uma custando R$ 50,00. Todo o tratamento é feito na Unesp”. Ela chegou a ter plano de saúde, mas o SUS deu um retorno maior que a rede particular – através do complexo hospitalar de Botucatu – que é mantido pelo Governo do Estado. Ela diz que tudo que precisa ao tratamento do filho tem obtido atenção do hospital de Botucatu.
O QUE É?
No dia 21 de março comemora-se o Dia Internacional de Síndrome de Down. A data tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com Síndrome de Down.
A Síndrome de Down não é uma doença, e sim uma falha genética, que acontece na divisão celular do óvulo, que resulta em um par a mais no cromossomo 21, chamada trissomia.
No Brasil existem aproximadamente 300 mil pessoas com síndrome de down, segundo dados do IBGE. A inclusão dessas pessoas na vida escolar e profissional aumenta sua possibilidade de desenvolvimento, além de reforçar para sociedade a necessidade de respeito às diferenças, quaisquer que sejam.
TEMAS
O site Agência14News busca histórias de superação e também conscientiza sobre assuntos que são necessários os debates. O tema em questão vem de encontro com o Dia Internacional da Síncrome de Down que pretende esclarecer a população.
Se você conhece alguma história como a da família do Davi encaminhe ao site ou coloque os comentários do Facebook do Agência14News.
Abaixo foto da família retratada na reportagem.
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(Cristiano Alves, do Agência14News)