Fernando Moura, morador de Botucatu (SP), desenvolveu o aplicativo “Está Acontecendo” que tem como finalidade ser uma ferramenta no dia a dia das mulheres, auxiliando no combate a assédios, situações de risco e pedidos de ajuda.
Esse seu trabalho tem a ver também com o isolamento social, pois segundo a previsão da OMS – Organização Social da Saúde, onde o problema está instalado, pode aumentar.
Segundo Fernando Moura, o APP funciona da seguinte forma: clique enviar, via WhatsApp, sua localização, o endereço onde está e a situação que está enfrentando, assédio, ameaça ou se precisa de ajuda.
“Os números da violência contra a mulher, que só crescem ano após ano, expõe o quão nossa sociedade padece desse mal, e o quanto as mulheres sofrem diariamente”, explica.
O botão ASSÉDIO visa tirar a mulher daquela situação, onde ela pode enviar a mensagem pré-configurada “Estou sendo assediada, estou nesse endereço, (endereço + localização). Com o envio dessa mensagem ela está alertando um contato ou um grupo do WhatsApp do ocorrido.
O botão AMEAÇA serve para situações onde a mulher está sentindo-se ameaçada de alguma forma, seja por um estranho, pelo companheiro ou ex-companheiro. A mensagem pré-configurada “Me sinto ameaçada, estou nesse endereço, (endereço + localização).
O botão AJUDA é utilizado para situações que a mulher julgue com extrema ou perigosa, onde ela julga necessário a intervenção de outra pessoa para tirá-la daquela situação. A mensagem pré-configurada “Preciso de AJUDA, estou em PERIGO, estou nesse endereço, (endereço + localização).
O Botão MOSTRAR NO MAPA mostra sua localização, para situações onde você não sabe exatamente onde está. Por exemplo, uma festa em um bairro onde você nunca foi. Ao iniciar o aplicativo ele lhe mostrará seu endereço e sua localização através do GPS de seu aparelho. Se você estiver um prédio com paredes espessas busque se aproximar de janelas ou portas.
Porque endereço e localização?
Endereço e localização são informações distintas, seu endereço é o nome da rua e o bairro onde você está, sua localização se baseia em latitude e longitude. Se você estiver em um cômodo no fundo da casa talvez o Google não entenda seu endereço e retorne com “0” já sua localização apresenta uma maior precisão.
São 3 botões que tem a inicial A. Um exemplo: a mulher pegou um Uber/táxi e a conversa está passando dos limites, está sofrendo assédio. E o semáforo, inclusive, é o ícone do app. Ela pode mandar uma mensagem com sua localização, endereço e a situação. Essa situação pode ser ‘cortada’ com a ligação de uma outra pessoa. Perguntando se está tudo bem. Isso inibe de certa forma o assediador.
Outro Exemplo: Ex-marido/namorado está próximo e ela está se sentindo ameaçada. Ou desceu em um ponto de ônibus e alguém está “seguindo”.
Está em uma festa e não está se sentindo segura ou começou a passar mal (possível bebida adulterada). Nesse caso ela entra o botão amarelo.
E para situações de violência domestica, ou situações de alto risco, usa-se o botão vermelho.
CURSO AJUDOU NO PROJETO
“Estou trabalhando nesse projeto desde janeiro. Fiz o vestibular pra Univesp para o curso de Engenharia da computação. Fui aprovado. E antes do início das aulas fiz um curso de algoritmo no YouTube. Surgiu então o desafio de fazer um aplicativo. E esse desafio havia surgido no ano passado. Depois de algumas notícias ruins em Botucatu. Como a tentativa de feminicídio em Rubião Jr. O feminicidio na Vila Mariana. Nesse período aconteceu o caso Mariana Bazza em Bariri. Onde o acusado murchou o pneu do carro dela e a atraiu para uma chácara dizendo que iria ajudar. Ele acabou abusando da universitária e a matando. A última mensagem dela para o namorado foi uma foto que ela enviou pelo WhatsApp. Iniciei o projeto. E tive muita dificuldade. Cheguei a desistir. Mas no dia que joguei a toalha houve o caso da adolescente do Rio de Janeiro que foi assediada por um motorista de App com a desculpa que ela estava com um shorts tipo Anitta. Aquilo me mostrou estar no caminho certo”, explica.
No dia a dia Fernando Moura trabalha como agente de combate as endemias na secretaria de saúde de Botucatu.
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NÚMEROS:
Em Botucatu, foram registrados seis estupros somente no mês de janeiro deste ano, segundo a Polícia Civil, sendo cinco contra crianças e um contra mulher.
IMAGEM:
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