Uma mulher de 44 anos procurou a reportagem do 14News para denunciar o que aconteceu dentro da maternidade do Hospital das Clínicas de Botucatu.
Ela conta que o filho e a nora, de 18 e 23 anos, respectivamente, estavam ansiosos pela chegada da primeira filha. Já com mais de 39 semanas de gravidez, a jovem optou pela cesariana, pedido que não foi atendido pela equipe.
“Começou na quinta-feira a induzir o parto. Não evoluiu. Na madrugada de sexta-feira a bolsa dela rompeu. Minha nora pediu para realizar a cesária, mas falaram que não iam fazer e que iriam insistir nesse parto normal. A partir daí, começou a tortura”, afirmou a denunciante.
De acordo com a mulher, a nora entrou em desespero quando percebeu algo de errado durante o procedimento. “Ela percebeu que a bebê entalou e parou de respirar. Sentiu a neném se debater, sofreu, até que gritaram para chamar o médico que não estava acompanhando o parto. Tiraram a bebê já desfalecida, faltou oxigênio e levaram para a UTI. Teve uma piora, no sábado e no domingo teve uma parada cardíaca, os órgãos entraram em falência e ontem veio a óbito”, relatou.
A avó não conteve as lágrimas enquanto apresentava a denúncia. “Dois jovens dilacerados, a menina mutilada com laceração de primeiro e segundo grau, porque foi tirado o direito dela que escolheu pela cesariana. Foram arrancados os sonhos dela e eles mataram uma bebê completamente saudável, perfeita, com mais de 3,5 quilos, e acho que isso não pode ficar assim”, completou. “O médico nem voltou no quarto para ver com essa menina, como essa jovem estava. Ontem, eu vi dois jovens carregando o caixão da filha, que foi tão esperada e amada”, concluiu a mulher.
Resposta do HC / Secretaria Estadual da Saúde:
“O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) se solidariza com os familiares e com a paciente L.R.L.B., que realizou acompanhamento pela maternidade para resolução de gestação de alto risco. Todo o processo assistencial foi conduzido corretamente, dentro da normalidade e de acordo com os protocolos da maternidade do HCFMB. Após orientações quanto aos riscos e benefícios de cada via de parto, a paciente optou por parto normal”.
“O HCFMB e a equipe do Serviço de Obstetrícia estão à disposição para quaisquer orientações ou esclarecimentos”.