A assessoria de Imprensa da Duratex entrou em contato com a redação do Agência14News nesta segunda-feira (12), para falar sobre a matéria publicada na última sexta-feira (09), sobre o protesto realizado por funcionários em frente a sede do sindicato da categoria em Botucatu.
De acordo com a nota, a empresa enviou proposta para ser votada pelos colaboradores, no dia 6 de dezembro e não recebeu retorno.
“A empresa informa que, desde junho de 2016, está em negociação com o sindicato para oferecer condições justas e adequadas aos colaboradores em meio ao cenário econômico do País e resultados da Duratex.
A companhia sempre esteve aberta a negociações de forma transparente e, como faz todos os anos, compartilha com seus colaboradores o andamento das conversas com o sindicato. A Duratex encaminhou em 6/12 uma proposta ao sindicato para que houvesse a votação pelos colaboradores.
Importante esclarecer, ainda, que os colaboradores estiveram na sede do sindicato por livre e espontânea vontade, a fim de solicitar que o sindicato coloque em votação a proposta da empresa, sem que tenha havido qualquer pedido ou interferência da corporação”.
Relembre o caso
Aproximadamente 300 dos mais de 750 funcionários da Duratex fizeram um protesto na tarde desta sexta-feira (09), no sindicato da categoria, em Botucatu.
Segundo o sindicalista José Luis Fernandes, a negociação está acontecendo desde julho, data-base da empresa, quando foi feita uma pauta de reivindicação. Desde essa época a contraproposta não foi aceita pela maioria dos trabalhadores.
“Desde aí o sindicato vem negociando com a empresa com reuniões ou pela TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas onde a gente faz a mesa de conciliação. Só que na semana passada a empresa veio aqui e ela colocou uma questão – até por causa da greve que fizemos lá em 2014 – a empresa tinha um turno de 180 horas de revezamento, ela simplesmente passou esse turno fixo para 220 horas, só que diante da situação, como os funcionários eram horistas com a carga de 220 tinham que ganhar por isso. Só que ela passou uma lista para mensalista, aí o funcionário foi trabalhar 220 horas e recebe como 180 horas. Então o trabalhador está perdendo 40 horas”, disse José Fernandes.
Por conta desse aumento de trabalho ele informa que a entidade entrou com uma ação trabalhista para que os funcionários recebam pela diferença das 40 horas. Mas ele diz que a empresa vinculou esse processo ao reajuste. “Ela disse que mantinha a proposta dela se o sindicato retirasse a ação das 40 horas, só que isso o sindicato não vai fazer porque é um processo e não tem nada a ver com o acordo coletivo a ser fechado com a empresa”, afirma Fernandes.
Na terça-feira (13) haverá uma nova mesa redonda no TRT de Campinas. Se não der acordo vai para julgamento do caso no dissídio coletivo. “Bateu desespero na empresa que colocou os trabalhadores dentro do ônibus e mandou 300 pessoas para pressionar a diretoria do sindicato para retirar o processo das 40 horas. Foi por pressão, alegando que se (o sindicato) não fechar o acordo a empresa vai demitir todo mundo. O trabalhador quer manter seu trabalho e nós estamos aqui para representá-lo”, alegou o sindicalista.
A reportagem do Agência14News tentou ouvir os trabalhadores que preferiram não dar entrevista. “Quem tem que falar é o sindicato ou a empresa”, comentou um trabalhador que estava em frente à sede do sindicato da construção e do mobiliário na região central da cidade.
A Guarda Municipal foi chamada e acompanhou o protesto que não teve registro de confusão.
(do Agência14News)