O Baile de Tuia está de volta no Max. Será nesse domingo, dia 03 de Julho às 15horas. Veja um pouco de história desse evento que ganhou a simpatia do público de Pardinho e região.
Os roceiros da agricultura de subsistência nos idos de 1950 faziam os grandes mutirões de preparação da terra, plantio e colheita com a vizinhança. No final do dia, o costumeiro era celebrar com uma boa comilança como porco no tacho, vaca atolada (sopa de mandioca com costela de vaca).
A paçoca de pilão, o bolo de fubá e pão caseiro com um café passado no coador de pano, tudo isso vai ter aqui no domingo durante o Baile no Max Feffer em Pardinho, e ainda uma deliciosa sopa de mandioca e doce de abóbora caseiro à venda com renda revertida a um projeto social.
Naqueles tempos dos mutirões para realização do um trabalho, sempre foi também a motivação para um bom festejo. Logo, o chamado “Baile de Tuia” imperava, podendo ser na Tulha, quando estava vazia para receber a nova safra colhida, no terreirão ou no salão dos grandes casarões de tábua.
Ao som de sanfona acompanhada de viola ou violão, alguma percussão improvisada quando não tinha um pandeiro, o bailado começava no início da noite e terminava só no outro dia depois que o sol se levantava, isso quando não estendiam panos de mata-borrão nas frestas entre as tábuas para manter a penumbra e seguir com o bailado dia a fora.
A luz do salão era de lampião, umas duas paradas na noite para o café e dar um folego aos folgazões. Em determinados momentos durante o baile, circulava no salão uma vassoura impetrada pelo cavalheiro do casal anfitrião (donos da casa), que passava de mão em mão – a vassoura era a senha para “roubar” a dama que fazia par com outro cavalheiro – uma forma gentil e respeitosa de mostrar pretensão em dançar com determinada dama que já estivesse parceirada naquela dança. Tudo isso acontecia na maior harmonia e diversão, por se tratar de pessoas de total confiança dos donos da casa.
A bebida mais comum era o licor de anisete e será servido na cortesia pelo casal anfitrião Nino e Silvana no Baile deste domingo.
Na nossa região, o Baile de Tuia mais conhecido e que aconteceu até meados de 1970 era o Baile da “Canuta Vieira”, avó paterna do idealizador Sérgio Vieira. Normalmente durava até dois dias. Como os “Campos da Canuta Vieira” era distantes da cidade, chegavam cavaleiros que faziam longas distancias vindos também de Itatinga, Guareí e Angatuba. O Baile era também o ponto de encontro dos enamorados.
O resgate do Baile de Tuia do Centro Max Feffer iniciou em 2011 por iniciativa de Sérgio Vieira coordenador do espaço. Agora já com mais de 20 Edições realizadas até 2019 antes da Pandemia. Durante as quase cinco horas de evento, que desta vez será no domingo, costuma-se passar pelo Max aproximadamente 400 pessoas e todos os atributos de antigamente são replicados com fidelidade, inclusive as músicas com a sanfona, acompanhada de violão e pandeiro, tudo acústico. Neste domingo será o acordeonista Fioravante e seu Regional. (Por Sérgio Vieira).