A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) registrou dois casos de febre do Oropouche, arbovirose causada pela picada do mosquito-maruim infectado com o vírus, também conhecido como “mosquito pólvora”. Os casos autóctones foram identificados em Cajati, município da região do Vale do Ribeira.
Casos autóctones são aqueles em que o paciente foi infectado pela doença no próprio local onde vive, sem histórico de deslocamento para outras regiões com maior reincidência da doença.
Os dois casos foram atendidos em uma das 71 Unidades Sentinelas do estado de São Paulo, responsáveis pelo monitoramento das arboviroses. Os pacientes apresentavam sintomas semelhantes aos da dengue e não possuíam histórico de deslocamento nos últimos 30 dias. Ambos são residentes de uma área rural próxima a uma plantação de bananas e, posteriormente, evoluíram para cura.
O diagnóstico de Febre do Oropouche ocorreu após resultado de exame de RT-PCR realizado pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), e o descarte de doenças como zika, chikungunya e febre amarela, entre outras.
Os sintomas da febre de Oropouche causam fortes dores de cabeça, dores musculares, náusea e diarreia. Outros sinais como tontura, dor atrás dos olhos e calafrios podem ser manifestados.
“Com a confirmação dos casos nós notificamos o Ministério da Saúde e seguimos com as investigações, entre o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) e a vigilância municipal”, informou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES.
Regiane reforça que ainda não existe vacina para a doença e a forma de prevenção mais eficaz é o uso de repelentes. Como tratamento, além do repouso e ingestão de líquidos. “Ao apresentar sinais e sintomas, recomenda-se procurar uma unidade Básica de Saúde (UBS) para que o paciente seja medicado de forma correta e inicie o tratamento”, explica a especialista.
O vírus foi registrado pela primeira vez no país em 1960 e os casos são mais frequentes nos estados da região Amazônica. No ciclo silvestre, além do inseto, os animais como bichos-preguiça, aves silvestres e roedores podem ser hospedeiros do vírus.
Prevenção
* Evitar frequentar áreas com maior reincidência de casos;
* Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;
* Usar repelentes;
* Usar roupas claras que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele;
* Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;
* Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
* Uso de telas de malha fina em portas e janelas.
Para saber mais, confira a Nota Técnica do estado de SP: https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/febre_oropouche.pdf
Unidades Sentinelas
O estado de São Paulo possui uma vigilância baseada em 71 unidades sentinelas, com cobertura geográfica consistente do território. Cada unidade realiza coleta de 2 a 5 amostras semanalmente de pacientes que apresentem febre acompanhada de uma das demais manifestações características da doença para a realização dos exames de biologia molecular, visando o monitoramento da circulação dos sorotipos no Estado. (Da Secretaria Estadual da Saúde).