20 de setembro de 2024
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Reportagem recebe reclamação de atendimento no PS Adulto

A leitora Julia Correr enviou para o 14News uma reclamação sobre atendimento no PS Adulto da Vila Assumpção que é administrado pelo Hospital das Clínicas de Botucatu (HCFMB).

Veja o relato: Dia 14 de julho, aproximadamente às 22h, acompanhei a entrada da minha mãe, Neonice Domingues, como paciente no Pronto-Socorro Adulto de Botucatu, e no momento que escrevo este e-mail, 15 de julho, 10h da manhã, faz 12 horas que estamos aguardando no local, a conclusão ou transferência do atendimento.

– foto de capa: arquivo.

Neonice Domingues deu entrada no PS com dores abdominais, passou pela triagem (acolhimento), seguiu para consulta com diagnóstico possível de pedra na vesícula, teve exames colhidos e foi medicada entre às 22h e 23h30. Até então, um atendimento eficiente, porém, após este processo não houve mais nenhum acerto do sistema de saúde. Neonice e suas duas acompanhantes, aguardaram por 6 horas o atendimento para o resultado dos exames, ao questionar na recepção o pedido foi de aguardo, pois, um caso de emergência estava sendo priorizado, o que é compreensível, o que não foi compreensível foi a chamada para a sala de atendimento depois de já exaustivas horas, na qual a médica designada não foi capaz de prestar esclarecimentos sobre o caso e informou que iria discutir a situação com a médica designada a emergência. E mais uma vez pediu pelo aguardo.

Assim feito, com mais uma hora de espera, nas cadeiras desconfortáveis da sala de espera, com todos os pacientes que vimos chegar já liberados, num total de 7 horas de espera, mais uma vez questionei a falta de atendimento, e os plantonistas da recepção responderam com total confusão a situação, questionando-se entre si sobre o ocorrido, um dos funcionários tentou consultar o sistema, sem sucesso, já que a página que deveria ser primordial para seu trabalho não carregava. Em meio à confusão, uma médica entrou no espaço e ao ouvir a conversa imediatamente, respondeu com as palavras aproximadas de: “mas era eu, era pra me chamar então, eu estava aqui e ninguém me passou nada” e foi a procura da outra responsável, neste ponto o horário já passava das 5h da manhã. Quinze minutos após isso, o nome de Neonice apareceu no monitor de chamada. E a resposta, mais uma vez foi aguardar, pois seriam encaminhados os exames e outros dados para Unesp, para que eles informassem o procedimento.

As informações que nos foram passadas continuavam as mesmas da primeira passagem pela sala, porém agora com maior a possibilidade de transferência para Unesp (porque mesmo está informação já havia sido passada no primeiro momento), desta vez foi indicado para que a paciente aguardasse na sala amarela, e era claro o burburinho dos funcionários, todos cientes de que houve erro no procedimento de atendimento e que a espera de 7 horas para os processos não era padrão.

Às 7 horas da manhã, já com 9 horas de espera houve troca de plantões, e minha mãe aguardando na sala amarela. Neste momento retornei para casa para buscar itens pessoais para minha mãe e irmã que aguardava junto na sala. Ao retornar as 8h, mais uma vez, minha mãe foi esquecida na sala de atendimento. Ao questionar a equipe de plantão, ninguém sequer sabia informar se ela poderia ou não se alimentar. Após este meu novo questionamento a enfermeira pediu para aguardamos a médica na sala amarela, expliquei toda a situação e a médica não tinha ciência de que estávamos tanto tempo esperando, quando disse que houve um erro na comunicação interna, ela achou que eu estivesse falando da transferência dela, tamanho o absurdo da situação, só então que a médica entendeu que não só não haviam comunicado ela do todo, como era a segunda vez que isso ocorria conosco (e pelo que ouvi das conversas na sala de espera de pacientes e funcionários, é um problema sistemático).

Tomem consentimento de que escrevo o relato com por volta de 30 horas sem dormir, sem me alimentar desde a tarde de ontem, com dores nas costas e muitos sentimentos passionais, em nenhum momento usei palavras ofensivas ou destratei a equipe, mas sim, estou frenética. Faço questão de explicar isso, pois, um membro da equipe insinuou que fui violenta em minhas palavras e me disse “90% dos casos o acompanhante é problemático”, deixo claro que tudo que disse na sala, disse também nesse email e que se eu não tivesse questionado da demora com 7 horas de espera, provavelmente minha mãe ainda estaria na sala de espera. Neste exato momento o relógio marca 11h06, tenho certeza que todos estes desconfortos que estou sentindo minha mãe também está, e em pior grau, pois ela é a enferma.

Tive que vir para casa para carregar a bateria do celular e finalizar este email, minha irmã acabou de ligar dizendo que ainda não deram nenhuma atualização, minha está exausta, com fome, em um jejum inesperado, isso não é um atendimento digno, é um descaso, por sorte o caso dela está sob controle, ela havia dito que as dores haviam passado depois do medicamento, não sei se a essa altura já não voltaram, mas quantas já morreram por esse sistema ineficiente desta máquina pública? O que eu questiono é o seguinte: Se o pronto atendimento foi sanado e o resto do diagnóstico não era de urgência imediata, por que não liberaram para que ela pudesse dormir e retornar descansada e preparada para quando os exames estivessem prontos e a resposta da Unesp certa? Ou se é um caso de urgência, como pode o tempo de espera ser de mais de 13 horas e ainda contando? Em que beneficia um paciente ser exaurido numa sala de espera para TALVEZ ter a resposta de um tratamento cirúrgico?

A saúde de Botucatu enche o peito para aparecer na televisão e se dizer modelo, mas onde está esse preparo e qualidade onde se mais precisa?

É quase 12h, quando minha mãe será atendida?

PARTE 2 DA DEMANDA (novo e-mail).

Às 13h de ontem ela foi liberada, sem diagnóstico claro, sem resposta da Unesp, sem comprovação de necessidade de cirurgia que estavam nos dizendo que poderia se seguir (eles não conseguiam afirmar o diagnóstico, então não sabiam se era de fato o caso) e que era o motivo de nos manterem lá. Minha mãe passou 15 horas no PS, de jejum, sem dormir, sem razão nenhuma, por tudo que passamos ficou claro que se atrapalharam (no pós atendimento) e não souberam lidar com a situação e quando o PS lotou ou viramos um incomodo pelo questionamento de atualizações e informações, liberaram. Foi absurda a situação. É uma vergonha e muitas pessoas morrem por essa ineficiência e despreparo.

Hoje, descansada, sem dor, sem horas e horas de espera infundada, ela esteve no CSE e o foi encaminhada pra mais exames pra investigar e ter um diagnóstico concreto de cálculo na vesícula, para então, discutir a necessidade de cirurgia, com preparo e sem exaustão. Isso era o que esperávamos, um atendimento humano, transparente e que se preocupa com as condições do paciente e as conclusões do diagnóstico.

Agradeço a atenção e busca por esclarecimentos, fico à disposição para qualquer questionamento.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do HCFMB e aguarda a resposta.

Redacao 14 News

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