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Mulher aguarda cesária após perder bebê

Nesta sexta-feira, 11/10, a reportagem do 14News foi procurada pela família de uma mulher de 37 anos, gestante de 9 meses, que desde segunda-feira (7/10) está com perda intrauterina do feto.

A advogada Suzana Dente, que é especialista em causas da saúde, fez um relato para a administração do hospital:

Na qualidade de advogada da Sra. V.P.S.L., 37 anos, gestante de 9 meses, internada há cinco dias no leito (…) desta instituição, venho por meio desta manifestar profunda preocupação quanto ao tratamento dispensado à minha cliente.

A Sra. V., conforme informado pelos médicos, sofreu a perda intrauterina do feto na última segunda-feira, sem que até o presente momento tenha sido adotada conduta resolutiva. Apesar de os profissionais médicos insistirem em que o parto deva ser normal, não foi fornecida qualquer justificativa técnica plausível para o não encaminhamento imediato a uma cesariana. Desde sua internação, foi relatada a falta de dilatação, inviabilizando o parto natural, o que torna a situação ainda mais preocupante.

Adicionalmente, é alarmante que a paciente, há cinco dias em trabalho de parto infrutífero, apresente um odor extremamente desagradável, indicativo de possível necrose, impossibilitando a presença de familiares próximos devido ao mau cheiro. A família está angustiada, temendo que a prolongada retenção do feto morto possa evoluir para um quadro de infecção generalizada, o que resultaria em consequências gravíssimas, inclusive risco de óbito por possível negligência hospitalar.

Considerando o estado crítico de saúde da Sra. V., a situação atual configura sério risco à sua vida, em decorrência da inação médica e da ausência de explicações adequadas quanto ao procedimento indicado.

Solicito que sejam tomadas providências IMEDIATAS para garantir o atendimento adequado à paciente, a fim de evitar danos irreversíveis.

A omissão de tratamento adequado e tempestivo poderá configurar negligência médica e ensejar responsabilidade civil e penal por parte desta instituição e dos profissionais envolvidos, além de adoção das medidas judiciais cabíveis para salvaguardar a integridade física da paciente.

Aguardo retorno urgente com as providências a serem adotadas para solucionar esta situação de extrema gravidade. (Fim da nota da advogada).

Scarlet Silva, irmã da paciente, diz que a situação é dolorosa para toda família e até ao sobrinho que enfrenta crise, sem comer ou dormir. “Falaram que só faria a cesária somente no sábado. Alegaram que ela não corre risco e existem outros casos de urgência. Espero que não façam isso com mais ninguém. É muito triste”, comentou.

“Falaram que não podiam fazer a cesária porque ela já tem outra cesária, mas tem mulher que tem 3 ou 4 cesárias. Minha irmã não está sendo acompanhada por psicólogo. E à noite falaram que não fazem parto porque só fica uma médica de plantão. Se chegar uma criança, vai ter que esperar até o outro dia? Isso não existe. Quando minha mãe vai atrás, dizem que estão fazendo o possível. Mas minha irmã está até cheirando mal”, ressalta.

RESPOSTA DO HCFMB

O HCFMB informou que “a paciente V.P.S.L. encontra-se internada em nossa Maternidade assistida, medicada e acompanhada pelos Serviços de Obstetrícia e Psicologia. Durante o período de internação, paciente têm realizado todos os procedimentos para adequados para o tratamento. É importante destacar que nesses casos, alguns procedimentos podem ser lentos, e não imediatos, já que todas opções são consideradas de acordo com o histórico da paciente. Hoje, 11 de outubro, a equipe médica conversou com a paciente, esclareceu todas as condutas tomadas, teve ciência da paciente e segue com a assistência adequada para o caso”, informou a Assessoria de Imprensa do HCFMB.

O caso ainda foi encaminhado para a Saúde de Botucatu. A vereadora Erika da Liga do Bem também foi acionada para ajudar no caso e vai pedir maiores informações ao hospital, bem como à Secretaria de Saúde.

Redacao 14 News

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