4 de fevereiro é o Dia Mundial do Câncer, iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos últimos dias, o apresentador Tiago Leifert e sua esposa Daiana Garbin divulgaram um vídeo nas redes sociais dizendo que a filha Lua, de apenas 1 ano, foi diagnosticada com Retinoblastoma, um dos tipos de câncer mais comuns em crianças, responsável por 1,5% dos tumores infantis no Brasil e por 3% das ocorrências no mundo.
A Médica Oncologista Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Drª Débora Garcia Gasperini, esclarece alguns pontos importantes sobre este tipo de tumor.
Sinais
“O principal sinal do Retinoblastoma é o reflexo do olho branco, popularmente conhecido no Brasil como olho de gato. Apesar de ser o principal sinal, é um sinal tardio. Ele mostra que o tumor já está grande e está atrapalhando a passagem de luz até a retina”, explica a especialista.
Fatores de Risco
Existem poucos fatores de risco conhecidos para o retinoblastoma. A idade é um deles, pois a doença é mais comum em crianças com menos de três anos.
Outro fator é a hereditariedade. Um em cada três casos de retinoblastoma é causado por mutação no gene Rb1, presente em todas as células do corpo da criança. Destes, um a cada quatro casos é herdado de um dos pais da criança. Herdado de um dos pais ou não, quando todas as células do organismo têm a mutação, elas têm 50% de chances de transmitir essa modificação aos filhos futuramente.
Prevenção
“A prevenção do retinoblastoma deve ser feita pelos profissionais médicos, principalmente o neonatologista, na maternidade, fazendo o teste do reflexo do olho vermelho”, frisa a médica do HCFMB.
De acordo com Drª Débora, os pais podem exigir que o exame seja feito durante as consultas de rotina de puericultura e, caso se identifique algum sinal da doença, é importante que um oftalmologista seja consultado. Dessa forma, o diagnóstico pode ser feito por dois especialistas (pediatra e oftalmologista).
Tratamento
“Quando a gente consegue fazer um diagnóstico precoce em que esta massa é localizada no olho, ainda pequena, podemos fazer o tratamento somente com quimioterapia. Quando é um pouco maior podemos associar a radioterapia. Algumas vezes conseguimos fazer o tratamento oftalmológico com o laser e quimioterapia intraocular, mas infelizmente nos casos que chegam mais avançados, esta criança acaba perdendo o olho – temos que fazer uma cirurgia para retirar todo o globo ocular”, finaliza Drª. Débora.