No próximo dia 27, o SAMU 192 completa 10 anos de atuação em nossa cidade. De 2011 até hoje, já foram recebidas 344.694 chamadas pelo SAMU e realizados 59.827 atendimentos com suas ambulâncias.
O SAMU 192, além de Botucatu, também é responsável por mais três municípios: Anhembi, Areiópolis e Pardinho. A equipe das Centrais de Regulação, local onde os chamados são recebidos, é composta por telefonistas auxiliares de regulação médica (que recebem os primeiros chamados) e médicos reguladores. Este último profissional, por sua vez, é responsável pelo gerenciamento dos casos de urgência e emergência de toda região além do encaminhamento de ambulâncias e recursos para o atendimento da população. É ele quem decide todo o fluxo das Centrais de Regulação e Urgência do SAMU 192.
Além da equipe da Central de Regulação o serviço conta com os profissionais que tripulam as ambulâncias e fazem o atendimento nos casos de urgência e emergência. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. Para garantir a segurança da equipe e dos pacientes, o serviço também conta com uma equipe de lavadores de ambulância, os quais também participam indiretamente do atendimento, garantindo higiene e segurança aos pacientes, especialmente em tempos de COVID-19.
Só no passado, foram inauguradas as bases descentralizadas específicas para o SAMU. Uma delas é na cidade de Pardinho e outra em Botucatu, junto ao posto de saúde Cohab 4, com o objetivo de aumentar a agilidade, reduzindo o tempo de chegada ao local do atendimento.
Priscila Masquetto Vieira de Almeida, chefe do SAMU 192, relata que “ao longo destes dez anos o serviço tornou-se imprescindível para Botucatu, atuando com profissionais qualificados. Nossas equipes levam assistência de urgência e emergência para toda a população do nosso município, com a média de tempo de atendimento para os casos graves de 11 minutos, desde o chamado telefônico. O atendimento especializado se inicia na casa ou local da ocorrência da urgência/emergência e na sequência conecta pacientes aos serviços de saúde, de acordo com a complexidade necessária para seu atendimento, sejam os prontos socorros ou hospitais. E foi assim que nestes dez anos, trabalhando em equipe com toda a rede de serviços de urgência e emergência, o SAMU 192 Botucatu salvou muitas vidas e evitou que muitas pessoas convivessem com sequelas graves”.
Em todos os momentos, mas principalmente na pandemia da COVID-19, os médicos reguladores ficaram mais atentos do que nunca. “O papel do SAMU foi muito importante na articulação dos serviços, porque muitas vezes houve, sim, uma dificuldade de leitos e do paciente ser inserido na rede hospitalar. Porém, os médicos reguladores se concentraram a todo momento para entender qual era a situação de urgência, em todos os plantões, em todos os horários, para encaminhar sempre o paciente para o melhor lugar”, concluiu a chefe do SAMU.
Atendimento durante a pandemia
Com 10 anos de atuação, pode-se dizer que no último ano a relação de atendimento do SAMU 192 com a população foi bem intensa e inovadora. Segundo a Enfª Priscila, no começo tudo era muito novo, até para eles, e então a evolução da pandemia ainda era uma incógnita para todos.
“Mas, por outro lado, eu percebo que a nossa equipe é muito resiliente e isso é uma coisa muito boa para se trabalhar. Então, nós estudamos, aprendemos com exemplos de outros países, de outros SAMUs do nosso país, da nossa região, o que possibilitou a elaboração de medidas e ações para contribuir com o atendimento dos pacientes do Covid”, afirma Priscila.
O SAMU 192 teve um papel importante e fundamental durante a pandemia, já que todos os casos graves foram atendidos por esse serviço. Sobre esse momento que viveram, Priscila acrescentou: “Eu costumo falar que a equipe do SAMU são anjos, e tiveram realmente esse papel nesta pandemia, anjos para pessoas e muitas famílias. Realmente, cada profissional foi fundamental na vida das pessoas que eles atenderam, foram pessoas que fizeram a diferença e se doaram para trabalhar”.
O serviço ainda contribuiu com a melhoria do atendimento em todas as Unidades Básicas de Saúde botucatuenses provendo a atualização de mais de 120 profissionais, entre médicos e enfermeiros, para a realização da reanimação cardiopulmonar, ou seja, atendimento à parada cardíaca e também para a realização da técnica de intubação, incluindo novas estratégias para realizar estes procedimentos durante a Pandemia de COVID-19, sem ampliar riscos de contaminação com a doença.
Histórias que ficarão presentes a vida toda
Em uma década, existem inúmeras histórias de pacientes que passam pelos atendimentos. Os trabalhos de parto são exemplos de momentos de alegria compartilhados pelos profissionais do SAMU 192.
“Os trabalhos de parto deixam todos muito felizes, porque lidamos diariamente com a morte. Então, o parto é algo que nos deixa próximo a vida, e nos marca de uma maneira muito boa”, conta Priscila.
Conscientização da população
Com 10 anos de serviços na cidade de Botucatu, Priscila acredita que agora as pessoas já possuem mais consciência de quando acionar ou não a equipe do SAMU. Alguns equívocos ainda acontecem, mas em número reduzido se comparado ao início dos atendimentos.
“Isso aconteceu também graças às ações educativas que foram realizadas durante os 10 anos, através de palestras e educação nas escolas. Hoje em dia também temos o projeto Samuzinho, que tem como objetivo ir em todas as escolas realizando palestras e treinamentos para alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental, no sentido de ensinar o uso correto do SAMU e evitar trotes”, disse.
Perspectivas para o futuro
“Tenho como perspectiva a esperança de uma estruturação melhor do nosso serviço. Espero que nos próximos anos possa ser construída uma central de monitoramento de urgência e emergência, onde nós possamos ter uma visão ampla e uma gestão dos casos graves da nossa cidade, visando ampliar e qualificar a assistência para a população. E, também o aumento de mais ambulâncias no futuro”, conta, esperançosa com as perspectivas.
Para ela, o mais importante é buscar atender cada vez melhor e com a maior eficiência possível toda a população. “A intenção é sempre trabalhar com a ampliação da estrutura visando melhorar o atendimento, inclusive com a qualificação das equipes e treinamentos, não só internos, mas para os profissionais da rede de urgência e emergência como um todo”, finalizou Priscila.