O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Botucatu e região (Sindicam) informou ao site Agência14News na noite desta segunda-feira (21) que 90% dos profissionais não saíram para trabalhar ou ficaram parados em postos de combustíveis na beira das estradas.
Também confirmou que nesta terça-feira será realizada uma carreata com concentração a partir das 6h e saída às 8h da Rodovia João Hipólyto Martins (Castelinho), ao lado do Parque Marajoara, no acesso a Botucatu.
“A rodovia estava deserta. Tudo parado. Muitas empresas não soltaram a carga para apoiarem a manifestação. A gente ficará parado até o governo rever os reajustes pois os valores estão muito elevados. Esperamos cerca de 50 carretas ou mais que aparecerem. O sindicato de Botucatu está pedindo o apoio de toda a população em prol desta greve porque todo mundo está sofrendo com o alto preço de combustíveis, gás, ou seja tudo que é derivado da Petrobrás está caro. Quem quiser pode participar saindo do Marajoara a partir das 7h da manhã”, destacou Fernando David do sindicato que atende Botucatu, Anhembi, Barra Bonita, Bofete, Conchas, Pardinho, Pratânia e São Manuel.
O sindicato da categoria em Botucatu (Sindicam) confirmou ao site Agência14News que alguns profissionais já aderiram e nesta ter'ca-feira os demais irão parar. “Na região são 3 mil caminhoneiros autônomos. O Sindicam através da Abcam está convocando todos os caminhoneiros autônomos do Brasil inteiro. No Brasil são 700 mil profissionais. Não há data para voltar até o governo aceitar as condições e baixar o preço do diesel”, informou o sindicato regional.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros – Abcam convocou a todos os caminhoneiros autônomos do País a participarem da Paralisação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos contra os impostos no óleo diesel.
O Sindicato ainda afirmou que pede o apoio da população pois os altos preços praticados reflete na vida das pessoas que também tem o custo de vida elevado incluindo os demais combustíveis, afetando ainda transportes como táxi, ônibus, moto-táxi e veículos particulares. A orientação era não fazer atos na estrada e que todos fiquem em casa para evitar tumulto. Por isso a carreata só foi definida após reunião com a polícia rodoviária.
A categoria informa que a decisão da greve foi tomada após esperar por uma resposta do Governo Federal, que até o momento, não tomou qualquer iniciativa em relação aos pleitos feitos pela categoria.
São eles:
– a redução da carga tributária incidente sobre operações com óleo diesel a 0 (zero), sendo elas as alíquotas da contribuição para PIS/PASEP – e Confins – incidentes sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador autônomo de cargas.
– e torne isentas da contribuição de intervenção no domínio econômico — cide, incidente sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador autônomo de cargas.
Pedimos que todos os caminhoneiros deste país façam a paralisação em suas casas, ou em postos de abastecimento, SEMPRE DE FORMA PACÍFICA E SEM PREJUDICAR O DIREITO E IR E VIR de outros condutores. Não apoiamos atos de violência, agressões, barricadas nas rodovias ou atos de depredação de patrimônio público.
Outras entidades que não fazem parte da categoria de transporte rodoviário de cargas também estão aderindo à paralisação, são elas: União Geral dos Transportadores Escolares (UGTESP), Cooperativa de Turismo do Distrito Federal (COOPETUR), Sindfrete, Unitrans Brasil, Sindicato de Escolares de Pernambuco e Sindicato de Taxistas de São Paulo e Nordeste.
“Chegamos ao limite! Não dá mais para sustentar tamanho descaso com a sociedade e principalmente com o transporte brasileiro”, informou a Associação.
Região
Caminhoneiros realizaram nesta segunda-feira (21), protesto contra o aumento do valor do diesel em pelo menos 10 estados brasileiros, inclusive na rodovia Marechal Rondon em Bauru (SP), onde cerca de 20 caminhões estacionaram às margens da rodovia.
Com faixas e cartazes, os caminhoneiros anunciavam a greve geral, o fim do transporte rodoviário e a diminuição no preço do combustível. Não houve interdição da via.
Segundo o sindicato, os manifestantes ainda devem fazer uma passeata até o trevo Bauru-Marília.
Aumento do combustível
A última alta diária ocorreu na sexta -feira (18), quando a Petrobras elevou os preços do diesel em 0,80% e os da gasolina em 1,34% nas refinarias, chegando ao 5º reajuste diário seguido.
A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos preços internacionais do petróleo.
De acordo com a Petrobras as revisões podem ou não refletir para o consumidor final, o que vai depender dos postos. Já a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), diz que o preço médio do diesel nas bombas acumula alta de 8% no ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%.
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(do Agência14News com G1)