Professores e funcionários das universidades paulistas se reuniram na quarta-feira (29), em audiência pública convocada pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL). O tema do debate foi a crise de financiamento por que passa o ensino superior público, em especial a Unesp, que já neste final de ano não terá como arcar com o pagamento do décimo-terceiro salário de seu quadro de funcionários se não houver um aporte extra de recursos do governo do Estado. No momento, a reitoria optou por assegurar o pagamento do décimo-terceiro aos professores e funcionários contratados pelo regime da CLT, preterindo os estatutários.
O debate foi conduzido por João Chaves, presidente da Adunesp, e contou com a presença de Paulo Cesar Centoducatte, presidente da Adunicamp, Neusa Santana Alvez, secretária-geral do Sinteps, e João Carlos Camargo de Oliveira, coordenador financeiro do Sintunesp. Eles denunciaram o subfinanciamento que está havendo no custeio das três universidades e do Centro Paula Souza, que vêm ampliando o número de câmpus e de cursos sem poder garantir a qualidade de ensino. Para eles, há uma nítida opção política de destruição das universidades estaduais e federais em benefício de grandes grupos privados, como Kroton e Laureate, que recebem recursos públicos por meio de programas como ProUni e Fies.
Giannazi informou aos participantes ter conseguido aprovar na Comissão de Educação a oitiva do reitor da Unesp, Sandro Roberto Valentini, que deverá ocorrer ainda neste mês. “Ele virá à comissão prestar esclarecimento sobre o corte do vale-refeição dos professores temporários, mas nós pediremos explicações também sobre a questão do décimo-terceiro e do subfinanciamento”. O deputado também destacou a importância da participação dos funcionários das três universidades e do Centro Paula Souza na disputa pelo Orçamento 2018, que deverá ser votado pela Assembleia Legislativa até o dia 15 ou 16 de dezembro.
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