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Morte: auxiliar de limpeza reclama que o pai foi liberado de hospital em estado crítico

A auxiliar de limpeza Amanda Vidal dos Santos Martins, de Itaí, chora a morte do pai, que precisava fazer tratamento de alcoolismo, mas que segundo ela, por falta de cuidados, acabou morrendo.

Amanda conta que o pai teria que ser internado na clínica de intoxicação que fica na cidade de São Pedro, mas como quando chegou a essa unidade, um médico mandou que ele passasse antes pela Santa Casa de Itaí, onde residia, para se recuperar. Mas, segundo a filha do paciente, apesar de debilitado, ele foi depois de alguns dias reencaminhado novamente para a clínica de dependência química. A filha diz que questionou o fato dele não poder ir naquele estado em que se encontrava à clínica, mesmo assim, diz ela, seu pai foi enviado em um carro de passeio cedido pela Prefeitura, e no meio do caminho, passou mal, perto da Unesp de Botucatu, onde foi internado às presas, e já fraco, morreu.

Por conta desse drama, Amanda, filha do açougueiro e tapeceiro Adenilson dos Santos Martins, de 48 anos, procurou a reportagem do site Agência14News para mostrar o que ela encara como um erro de alguns profissionais que liberaram seu pai mesmo sem ele ter condições de ser levado à clínica de tratamento.

“Na clínica em São Pedro o médico diz que ele não poderia ficar porque estava muito debilitado, e ele pediu que fosse levado ao pronto socorro de Itaí, Não queriam aceitar, mas com a carta do médico ele ficou lá. Depois de uma semana um dos médicos disse que não era para dar alta porque ele estava em estado gravíssimo, e na segunda-feira foi uma surpresa ele já estar de alta. Eu levei um susto porque ele estava muito doente, na fralda, sem andar ou falar. Eu falei que não poderia dar alta porque ele não estava bem, mas a enfermeira disse que tinha que obedecer o que o médico falou”, conta a filha Amanda.

Carta pede o tratamento do paciente.

Ela conta que no meio da viagem a São Pedro, o carro passou por Botucatu onde a Prefeitura deixaria outra paciente, onde ele começou a convulsionar dentro do carro, sendo necessário socorrê-lo às pressas à Unesp, foi constatada uma hemorragia. O paciente foi levado à UTI e o rim já tinha parado. “Não teve o que fazer porque os médicos não viram antes”, coloca Amanda. “Ele ficou na Unesp e só saiu morto. Os médicos de Botucatu foram muito bons, mas não teve o que fazer”.

A filha do tapeceiro diz que se tivesse sido trazido já no começo de tudo seu pai possivelmente tivesse a vida prolongada, mas não foi isso que aconteceu. “Foram deixando acontecer. Lá (em Itaí) desconfiaram que ele ia morrer e foram deixando. O caso foi ficando gravíssimo. Eles não quiseram fazer nada. A cidade está em greve e os médicos só estão atendendo em emergência. A cidade está um caos, não querem atender. Chega lá e nem colocam a mão”.

Seu objetivo, diz a jovem, é melhorar a saúde da cidade. “O que estou fazendo não é para trazer meu pai de volta. Mas é para o futuro dos nossos filhos. E se fosse erro médico com uma criança, e a gente perdesse nossos filhos ou um parente? Isso vem acontecendo faz tempo. Eles precisam prestar atenção, pois estão lidando um humanos. Eles estavam tentando liberar o mais rápido possível, mas tinha leito (vago). Ele ficava defecado e cheio de feridas, que tinham que cuidar, mas não queriam nem saber; queriam que sumisse com ele da Santa Casa o mais rápido possível”, comenta. “Falavam que o caso dele não tinha jeito, mas não foi o que disseram na Unesp”, completa.

Outro documento é da Santa Casa de Itaí.

SAÚDE FALA EM ESTADO GRAVE DE CIRROSE

A Secretaria Municipal de Saúde de Itaí informou que “segundo informações colhidas junto a Santa Casa de Misericórdia de Itaí, que o Sr. Adenilson dos Santos Martins  foi hospitalizado junto a Santa Casa de Misericórdia de Itaí/SP no dia 25.07.2016, tendo recebido alta médica no dia 01.08.2016. Em sequência, o paciente foi encaminhado para a cidade de São Pedro/SP para a reabilitação de dependência de etilismo crônico, conforme determinação Judicial emanada da Ação de Internação Compulsória distribuída nesta Comarca de Itaí. Durante o trajeto, o paciente referido, sentiu-se mau e foi direcionado a UNESP de Botucatu onde ficou hospitalizado até o dia 04.08.2016, quando evoluiu para óbito. Diante do exposto, informamos que foi solicitado informações sobre o caso ao aludido hospital onde se deu o falecimento, a fim de ser o presente caso devidamente esclarecido”.

A nota oficial ainda traz que “ademais, destaque-se, que o paciente já realizava tratamento na cidade de Botucatu devido a quadro de cirrose hepática em estágio avançado. Depois da alta médica, foi concedido pelo profissional um documento que certificava a aptidão do paciente para a realização do tratamento de reabilitação conforme determinado judicialmente”.

(Do Agência14News).

Redação 14 News

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