O ministro da Justiça, Sérgio Moro, fez uma visita oficial a Bauru nesta segunda-feira (19) para conhecer como funcionará o sistema de videomonitoramento da cidade, na sede do Comando de Policiamento de Interior (CPI-4).
Moro foi recepcionado pelo prefeito Gazzetta no aeroporto Moussa Tobias (Bauru-Arealva), acompanhado do deputado federal Capitão Augusto, dos deputados estaduais Cezinha de Madureira e Dirceu Dalben, além do prefeito de Marília, Daniel Alonso, e do vereador Sandro Bussola. O ministro viajou acompanhado do senador Major Olímpio.
Do aeroporto, a comitiva seguiu para o CPI-4, onde Moro conheceu as instalações do Centro de Operações da Polícia Militar. A estrutura já implantada aguarda a instalação e integração de câmeras em diferentes pontos da cidade.
Em maio deste ano, o prefeito Gazzetta esteve com o ministro Sérgio Moro em Brasília, ocasião em que solicitou recursos para a aquisição de mais dez câmeras para o videomonitoramento da cidade. No ano passado, Bauru foi a única cidade do Brasil a fechar convênio com o Ministério da Justiça para a aquisição desse tipo de equipamento. Na época, foram adquiridas as primeiras dez câmeras de monitoramento para a cidade, que devem ser instaladas após a finalização do processo licitatório em andamento.
Depois de visitar o Copom, Moro foi recebido no auditório do CPI-4 por dezenas de prefeitos da região, vereadores, autoridades da Polícia Militar e convidados. O prefeito Gazzetta entregou ao ministro uma declaração de hóspede oficial do município, que foi lida pelo deputado Capitão Augusto. Também entregou a Moro um kit de souvenirs de Bauru, com livros de crônicas sobre a cidade, sobre o sanduíche Bauru e um livro de fotos e história da Vila Vicentina. Moro recebeu também honrarias da Polícia Militar.
Em sua fala, Moro elogiou a posição de Bauru no ranking da violência. Recentemente o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a taxa relativa de homicídios em Bauru, de 7,25 por 100 mil habitantes, abaixo do índice limite preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes.
“Nós sabemos que os números em São Paulo, em geral, são melhores que o restante do país, mas isso não quer dizer que não temos o que melhorar. Desde o início nós temos adotado uma postura firme contra a criminalidade, temos batido de maneira inclemente no crime organizado. No país inteiro está tendo uma redução da criminalidade. Em relação aos homicídios, nós tivemos uma queda em torno de 20% no país inteiro e estamos trabalhando para aprofundar isso”, afirmou Moro.
Em seguida, o ministro atendeu rapidamente a imprensa. Ele falou sobre a importância da tecnologia no trabalho de prevenção de crimes. “A tecnologia facilita o trabalho do policial, permite atendimento mais rápido, a captura de criminoso, identificação de veículos furtados de uma forma mais dinâmica. Temos que aliar essas duas estratégias, policiais bem treinados e também tecnologia”, disse.
Moro também falou do projeto anti-crime apresentado ao Congresso. “O projeto traz instrumentos importantes não só para coibir a criminalidade mas também para aumentar os mecanismos de investigação à disposição da Polícia, do Judiciário e do Ministério Público”.
Questionado sobre pontos sensíveis da Lei de Abuso de Autoridade, aprovada na semana passada, Moro disse que é possível que sejam sugeridos vetos, mas não adiantou em quais pontos. “Ninguém é a favor de abuso, nós temos só que tomar cuidado para que não tenha um efeito de gerar um temor excessivo por parte da Polícia, Ministério Público e Juiz de fazer o seu trabalho, mas isso será analisado”.
Sobre a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central, o ministro reafirmou que não pleiteou que o órgão passasse a ser vinculado ao Ministério da Justiça. “Nunca pedi o Coaf para o Ministério da Justiça, houve uma alteração na Medida Provisória, foi pra Economia e se entendeu que a melhor formatação seria ficar vinculado ao Banco Central. O importante é garantir a independência do Coaf na sua atuação”, disse.
De Bauru, Moro seguiu para Marília, onde também visitaria o sistema de videomonitoramento da cidade e daria uma palestra em uma universidade.
(com assessoria)