Impedir a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é um ato de responsabilidade do parlamento paulista. A afirmação foi feita recentemente pela deputada estadual Ana Perugini (PT), durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa quando lembrou o Dia Mundial da Água.
“A Vale do Rio Doce marcou nossas vidas, e a Sabesp precisa marcar nossas vidas com um ato de responsabilidade do parlamento. Nós, deputados e deputadas, temos a responsabilidade de frear a privatização da Sabesp”, afirmou a parlamentar, referindo-se à privatização da estatal brasileira após um leilão polêmico, em 1997.
Na ocasião, a empresa brasileira valia R$ 12,5 bilhões. No ano passado, o valor de mercado da companhia foi estimado em R$ 452 bilhões – valorização de mais de 3.500%.
Num discurso de pouco mais de sete minutos, Ana Perugini defendeu a água como direito e criticou o governo por priorizar o lucro em detrimento do bem-estar do povo paulista.
“Quando nós falamos do Dia Mundial da Água e fazemos uma relação da saga privatista em relação a Sabesp no Estado de São Paulo, estamos falando em aprisionar e tornar mercadoria aquilo que é essencialmente necessário à vida humana. A água e o saneamento básico são estratégicos para o crescimento da nossa nação e são hoje fatores de honra e renome para o Estado de São Paulo”, comentou a deputada.
Ana Perugini destacou que a companhia de saneamento paulista tem aumentado seu faturamento nos últimos anos (o lucro líquido cresceu 130,7% no terceiro trimestre de 2022) e que, apesar disso, o “estado tem perdido seu poder de ação” e a empresa não tem cumprido seu papel estratégico enquanto empresa pública, que é garantir o desenvolvimento dos municípios aos quais presta serviços de água e esgoto.
Ana Perugini está no terceiro mandato como deputada estadual. Entre 2007 e 2014, nas duas primeiras legislaturas na Assembleia, a parlamentar coordenou a Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Sabesp. Por meio do colegiado, fiscalizou o trabalho da empresa no estado, cobrou o cumprimento de contratos e contribuiu para que a companhia passasse a tratar os municípios com mais respeito e profissionalismo.