A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Botucatu realizou operação conjunta com polícias de outras cidades como a PM de Bauru onde 6 pessoas foram presas acusadas de montarem empresas de fachada para alugar maquinários como tratores ou carros, bem como fazer diferentes tipos de compras, e depois sumirem com esses objetos.
Muitas vezes os bens eram comprados pelas empresas recém-criadas, e o pagamento não era efetivado, pois em seguida a empresa de fachada encerrava as atividades. Nisso, o comerciante ficava sem receber. No total a polícia estima que a quadrilha deixou cerca de 4 milhões de reais de prejuízo.
Os suspeitos começaram a ser ouvidos na manhã desta segunda-feira (01) na DIG acompanhados de advogados. “Com esses depoimentos poderemos ter ainda mais detalhes do esquema criminoso”, disse o delegado Celso Olindo.
Uma das empresas ficava em Lençóis Paulista, onde funcionava parte do esquema, mas em Botucatu pelo menos 5 pessoas foram vítimas em seus estabelecimentos comerciais. “Tivemos informações que essas pessoas tinham locado maquinários para essa empresa de Lençóis Paulista que em seguida tinha fechado. Isso ocorreu há 3 meses. Nós iniciamos as investigações e apuramos que criminosos organizados em quadrilha estavam abrindo e fechando empresas de fachada, locavam esses equipamentos e sumiam com esses produtos. Cruzamos informações com a PM de Bauru onde desencadeamos uma operação que culminou com o desmantelamento dessa quadrilha”, comentou o delegado Geraldo Franco Pires, da DIG de Botucatu.
Segundo a polícia, foram recuperados muitos objetos e maquinários nas casas onde foram feitas as buscas principalmente em Bauru e cidades como Reginópolis, Iacanga, Marília e Ourinhos, e a sede do esquema criminoso era Bauru. Além dos 5 comércios em Botucatu que foram enganados, número esse que pode aumentar, pois alguns casos não teriam sido denunciados ainda.
Entre os materiais apreendidos existe uma grande diversidade, como joias, tratores, máquinas pesadas como, por exemplo, retroescavadeira. “Com isso dá para imaginar o leque que esses produtos adquiriam e depois revendiam”, cita o delegado.
“Esses criminosos se aproveitavam da crise que o País passa. Hoje o empresário quer lucrar e vender. Aí a promessa do lucro fácil acaba fazendo com que esses empresários abram a guarda. Então qualquer empresa que eles abriam na internet e faziam a locação ou a venda a distância para pagamento futuro era alvo desses quadrilheiros”, afirmou o delegado.
Pires disse acreditar que com os documentos e anotações apreendidas nas empresas de fachada será possível chegar a quem comprava esses equipamentos – que por ter um valor bem abaixo do mercado – já sabiam do esquema criminoso.