A Polícia Civil de Botucatu, através da DISE, participou de um grande operação mundial, no combate a crimes que usam a darkweb (parte restrita da rede), quando na cidade realizou a prisão de um dos envolvidos com esse tipo de navegação para cometer crimes, em novembro de 2024.
Nessa operação, a Polícia Civil do Pará, por meio da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC), com apoio das Polícias Civis de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, e do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público/MS, participou desempenhando um papel crucial na “Operação RapTor”, uma ação global coordenada que resultou na maior apreensão já registrada em operações da Joint Criminal Opioid and Darknet Enforcement (JCODE), dos Estado Unidos.
A operação foi apoiada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas/CIBERLAB/DIOPI/SENASP do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e visou desmantelar redes de tráfico de drogas, fentanil e opioides, armas de fogo e outros bens ilícitos operando na Darkweb.
No Brasil, a investigação identificou um esquema criminoso de comercialização de substâncias entorpecentes utilizando plataformas anônimas da Dark Web, onde transações ilegais eram realizadas com o uso de criptomoedas para dificultar o rastreamento financeiro. As drogas, adquiridas por encomenda, eram enviadas aos compradores por meio de serviços postais e de entrega.
Foram expedidos 6 mandados de busca e apreensão domiciliar e 3 mandados de prisão temporária pela 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares de Belém/PA, os quais foram cumpridos nas cidades de São Paulo/SP, Botucatu/SP, Mogi Guaçu/SP, São Bernardo do Campo/SP e Ponta Porã/MS, resultando na apreensão drogas ilícitas do tipo Alfa-Metil-3,4-(Metilenodioxi), Fenetilamina (MDA), conhecido também como Tenanfetamina; maconha; ecstasy (MDMA); equipamentos eletrônicos e dinheiro.
Os resultados impressionantes da Operação RapTor incluem a apreensão de mais de US$ 200 milhões em moedas e ativos digitais, mais de duas toneladas de drogas – incluindo mais de 144 quilos de fentanil ou narcóticos misturados com fentanil – e mais de 180 armas de fogo. Além disso, a colaboração entre agências de segurança dos Estados Unidos e parceiros internacionais, incluindo o Brasil, levou à prisão de 270 vendedores, compradores e administradores da Darkweb em países como Áustria, França, Alemanha, Holanda, Coreia do Sul, Espanha, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
A Operação RapTor é um esforço contínuo que se baseia no sucesso de operações anteriores e no desmantelamento de mercados da Darkweb como Nemesis, Tor2Door, Bohemia e Kingdom Markets. Essa cooperação internacional forneceu valiosas informações investigativas e evidências, permitindo que investigadores em todo o mundo identificassem traficantes e compradores de drogas na Darkweb, resultando em uma série de investigações coordenadas.
A JCODE, uma iniciativa liderada pelo FBI, foi estabelecida para coordenar os esforços governamentais na detecção, interrupção e desmantelamento de grandes empresas criminosas que dependem da Darknet para o tráfico de opioides e outras drogas ilícitas. A colaboração com a Europol e seu Centro Europeu de Cibercrime (EC3) tem sido fundamental para o sucesso dessas operações, que visam tornar o ambiente digital mais seguro e combater o anonimato usado pelos criminosos para atividades ilícitas.
A Operação RapTor reafirma a importância da cooperação nacional e internacional na luta contra o crime cibernético e o tráfico de drogas, enviando uma mensagem clara de que a impunidade na darknet não será tolerada.