A Polícia Militar de Botucatu realizou na tarde desta quarta-feira (22) uma demonstração de explosões de simples bombinhas mais fracas até as mais potentes, bem como de rojões, e consequentemente os estragos que eles podem fazer causar se forem mal usados. O trabalho ocorreu na escola municipal do Jardim Cambuí, setor norte de Botucatu.
Segundo o subtenente Francisco, da Polícia Militar, que é especialista em explosivos, a ação feita junto com as crianças tem por objetivo mostrar o risco para os alunos. Segundo eles, as crianças gostam de usar bombinhas e fogos, e conscientizar sobre a forma correta de uso pode ajudar, orientando-os a fazer isso sempre acompanhados dos pais.
“Algumas crianças querem segurar o artefato nas mãos, sem o uso daquela vareta, por exemplo, que quando existe é porque o risco é maior. Quanto às bombinhas, o risco existe quando se usa com outros objetos, como colocar em uma latinha para aumentar a explosão. Se houver o uso correto, não há problema algum”, comentou o policial.
Para a médica pediatra Maria Auxiliadora Macedo Gabarra, responsável pelo projeto Crescer Seguro – que é feito com crianças, tenta com esse trabalho evitar acidentes. No Brasil e no mundo, eles são a causa principal de mortes de crianças de 1 a 14 anos de idade. “Estamos vendo crescer uma epidemia que antes não existia. Estamos usando a educação no Crescer Seguro para fazer a conscientização”, comentou.
Estatística do Ministério da Saúde de 2012 diz que 23 crianças morreram em único ano, sendo 17 por conta por causas como má-formação ou prematuridade, sendo que o restante foi por conta de acidentes de trânsito e afogamentos, por exemplo, e agora os ferimentos estão cada vez mais comuns.
“Dependendo do poder do fogo ou da bomba pode levar à sequela como perda de um dedo, da mão, ou de um braço. Isso vai prejudicar muito o futuro dessa criança, ainda muito nova, mas a gente tem que pensar que ela tem toda uma vida pela frente”, frisa a médica.
Ela acrescenta que o acidente ocorre tanto na presença dos pais ou sozinha com algum amigo que tem os fogos ou bombinhas, e os acidentes ocorrem porque elas não sabem usá-los.
A proibição, diz a médica, teria que ser feita por pessoa que seja treinada para isso e não deixar esse tipo artefato nas mãos de crianças.
Na demonstração na escola os policiais usaram bombas consideradas fracas, médias e fortes como as que destroçaram um frango e deixaram um vaso sanitário em cacos.