Nesta quinta-feira (03), após denúncia de trabalho escravo foi realizada operação conjunta que envolveu a Polícia Civil de Bofete – Seccional de Botucatu e da 1ª Delegacia da DPP (Delegacia de Proteção à Pessoa) e DHPP – Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa – com Procuradores do Ministério Público do Trabalho e Coordenador do núcleo de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, quando foram realizadas diligências em uma fazenda, bem como nas dependências de dois alojamentos de trabalhadores rurais em Bofete (SP).
Nas buscas foram constatadas irregularidades de cunho trabalhista e a prática do crime de aliciamento tipifico no artigo 207 do Código Penal. A lei diz que trata-se de aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional.
Segundo a polícia, dois homens aliciavam pessoas em Pernambuco para trabalhar na plantação de laranja na cidade de Bofete. Na cidade estariam ficando em situação de vulnerabilidade.
Nas imagens registradas pela polícia, há colchões em um mesmo quarto de uma casa onde os trabalhadores ficavam.
A Polícia Civil informa que havia sido registrados dois boletins de ocorrência sobre o fato e agora um termo circunstanciado. Já as providências de cunho trabalhista foram tomadas pelos Procuradores do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região.
“O aliciamento consiste em submeter os trabalhadores a condições sub-humanas de trabalho, moradia e alimentação, não pagando os salários devidos. E (os patrões) não permitiam que saíssem da fazenda, situação que só cessou quando esses funcionários foram retirados da propriedade na operação policial realizada em conjunto com o DHPP de São Paulo, o Ministério da Justiça e procuradores federais. Foi apurado que eles recrutavam os trabalhadores rurais em municípios de outros estados do nordeste; assim foram trabalhar nessa fazenda de Bofete, caracterizando crime, e a situação foi resolvida. Agora eles vão ter que arcar com as despesas trabalhistas e os funcionários poderão retornar às suas cidades de origem”, disse o delegado Seccional Lourenço Talamonte Netto.