Depois de se deparar com um caso de racismo praticado por uma mulher de Botucatu, a funcionária pública Ana Carolina Gabino, de 30 anos, denunciou o caso à polícia.
A suspeita comentou a foto de uma mulher negra amamentando uma criança onde ela colocou a seguinte frase: “Cara, na boa, isso é uma falta de respeito, safadeza…, fica mostrando as tetas pra macho na rua. Não merece respeito mesmo. Olha a cor também, né”.
Ana Carolina que faz parte de um grupo contra preconceitos se sentiu também atingida e fez um boletim de ocorrência.
Ela falou com a reportagem do Agência14News na noite desta quarta-feira (16). A estudante de assistência social falou sobre como tudo aconteceu.
– Como foi que isso aconteceu?
– Essa pessoa fazia parte de um grupo fechado que só tem pessoas preconceituosas que fazem ataques racistas, pessoas negras, nordestinos e gordas. Só que nesse grupo alguém vazou o “print” dela falando dessa mãe negra amamentando. Esse print foi parar em um grupo que eu faço parte, um grupo de mulheres negras, ativistas. Quando eu vi isso eu fiquei indignada, fui na delegacia e fui fazer BO sobre racismo, que é diferente de injúria racial, que só pode denunciar se for diretamente contra você e o racismo é quando atinge um coletivo de pessoas.E foi o que ela fez: cometeu um crime de racismo e eu denunciei.
Você teve contato com essa pessoa suspeita?
Eu já recebi mensagem do marido dela que disse ser negro e por isso a mulher dele não poderia ser racista e hoje inclusive recebi mensagem da mãe dela, fazendo apelo pela filha, e também de amigas dela. As pessoas não estão reparando na matéria que ela estava em um grupo fechado e as pessoas acham que foi em uma postagem pública, então ela se sentia segura com pessoas do mesmo tipo que ela – racista e preconceituoso – e internet não é terra sem lei; eu vou até o fim com esse processo. Sou mãe, mulher e negra. Essa postagem me atingiu assim como muitas mulheres.
Essa pessoa é realmente de Botucatu?
Sim. Parece que tem um marido, que entrou em contato comigo.
OUTRO LADO
A mãe da suspeita disse que a filha dela não é racista, que ela está numa condição de transformação espiritual e embaixo de oração. A irmã alegou que tudo aconteceu depois que ela perdeu o celular e pessoas acabaram mandando as mensagens.
A denunciante diz que não descobriu quem é a pessoa da foto que está amamentando uma criança e foi alvo de racismo. “Estamos tentando encontrar a partir do compartilhamento mas até agora nada. Talvez até já tenha visto mas esteja com vergonha. Muitas vítimas acabam sentindo vergonha o que não deveriam. Quem deveria sentir vergonha é a (nome da suspeita)”.
O grupo onde consta a denúncia tem mais de 45 mil pessoas e mensagens da moradora de Botucatu dizendo que nordestinos só fazem sexo com a animais e que a mulher negra da foto que foi postada no grupo, adorava ficar na rua mostrando os seios para homens.
Racismo é crime inafiançável.
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(do Agência14News)