O delegado Seccional de Botucatu, Lourenço Talamonte Netto disse ao 14News nesta quarta-feira que imagens feitas na Escola Municipal Nair Peres, em Botucatu, comprovam agressões contra duas crianças autistas, sendo uma menina de 9 e um garoto de 7.
As imagens foram apreendidas pela Polícia Civil e as crianças passarão por exame de corpo de delito para comprovação das lesões. Foram mencionados pelo delegado caso de empurrões e puxões de cabelo, por exemplo, contra as crianças com deficiência.
O delegado Seccional que tem filho autista e faz parte da Associação Portas Azuis acompanhou o registro da ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que investiga a denúncia.
O caso não teve prisão em flagrante das 4 pessoas investigadas (1 homem e 3 mulheres), pois o fato ocorreu em período anterior ao registro da ocorrência e elas respondem em liberdade.
Na manhã desta quinta-feira, a assessoria da Prefeitura respondeu o seguinte: “A Secretaria de Educação está prestando o auxílio necessário para as crianças e os familiares e já afastou os envolvidos. A Secretaria ainda esclarece que, assim que tomou ciência do caso, entregou as imagens das câmeras de monitoramento da escola para autoridades competentes para investigação”.
Funcionários afastados são concursados
A Secretária de Educação Claudia Gabriel disse que a denúncia sobre funcionários que são concursados surgiu no começo da semana. Ela diz que incentivou as mães a denunciar para se dar início à apuração.
Assim, pediu as imagens que foram encaminhadas lacradas à delegacia, junto com as mães e os advogados das famílias.
São cerca de 150 horas de gravação. “É uma coisa que não poderia ter acontecido”, diz a secretária.
Cláudia Gabriel pediu para que as pessoas não percam a confiança na rede de ensino que conta com muita gente boa atuando no atendimento às crianças.
Também ressaltou que é sua obrigação e responsabilidade abrir processo administrativo para as providências legais.
Além do afastamento dos acusados da agressão, a secretária também achou por bem reestruturar a unidade com remanejamento de funcionários que atuam como cuidadores, na unidade que é a “menina dos olhos” da educação no atendimento a crianças especiais.