Depois de ser molhada por um ônibus que passou em uma poça de água na Rua João Passos, no Centro de Botucatu, a estudante de 18 anos Tamires Aparecida da Silva ficou nervosa e jogou uma pedra no vidro do coletivo da linha Sesi – Jardim Brasil, ferindo três pessoas: a menor aprendiz Vitória Marques de 18 anos que teve ferimentos na mão, uma jovem que foi levada para a Unesp em estado aparentemente leve, que não teve nome nem idade divulgados, e ainda atingiu a auxiliar de limpeza Vanessa Bertolucci Bananeira, de 32 anos.
Depois da confusão, as pessoas que estavam no ponto de ônibus começaram a se aglomerar para tentar pegar a jovem que atirou a pedra, mas ela entrou em outro ônibus da linha Marajoara que aguardava. Na mesma hora, a auxiliar de limpeza Vanessa entrou no coletivo para impedir que a agressora deixasse o local e as duas passaram a lutar.
Tamires, que foi quem jogou a pedra, estava com uma faca e um estilete na bolsa que, segundo ela, costuma deixar guardados como precaução quando saí às ruas.
A Guarda Municipal com os guardas da GEPOM (moto) Prado e Regina foi acionada e encaminhou o caso à Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi registrado o termo circunstanciado de lesão corporal, ameaça e dano pela delegada Simone Alves Tuono.
O veículo com o vidro quebrado teve que ficar fora de linha até ser periciado na delegacia. O gerente e o motorista da empresa também prestaram depoimento.
“Fiquei com raiva e joguei a pedra. A moça veio ate mim e pedi desculpas”, disse Tamires. Depois ela alega que foi agredida. “Uma cadela entrou no ônibus e quis bater em mim. Nós trocamos socos e ela me tirou do ônibus. Eu peguei a faca e o canivete para pegar ela. Tenho a faca e o canivete para me defender de algum problema. Quando a polícia chegou ela parou de fazer graça”, disse Tamires.
O pai da garota diz que ficou preocupado com a situação. “Não tem como falar que eles (passageiros) estão errados porque têm razão. Ela (minha filha) está errada. Ela vai ver agora as conseqüências do que aprontou”, afirmou o pedreiro Marcelo Fernandes.
Vanessa Bertolucci, que estava no ônibus, diz que estava indo trabalhar quando tudo aconteceu. “Ela desceu e já tinha gente discutindo com ela. Ela tentou discutir. Ela começou a xingar dizendo quem era a vagabunda que iria tirar ela do ônibus. Não era onde a gente queria chegar. Não é o certo. Mas não era para fazer isso porque o ônibus jogou água nela”.
Vitória Marques, que estava ao lado do vidro atingido, diz que abaixou a cabeça, mas o vidro estilhaçou e viu que sua mão estava cortada.
Raquel Cristina da Silva, de 37 anos, estava perto, mas no banco da frente. “Abaixei rapidamente senão ia pegar em cheio em minha cabeça. Ela jogou uma primeira pedra que lascou e aí ela pegou uma maior”, conta.
Todas as pessoas envolvidas na ocorrência foram liberadas após prestarem depoimento na tarde desta terça-feira (07).
