O dia 9 de Julho de 1932 marcou o início dos quase 3 meses da revolução constituinte paulista, um movimento que articulou, através de suas reivindicações, insatisfação política e conflito armado muito mais que o território e população locais.
O cenário político do país não estava em seus dias mais calmos. Depois de anos em uma república oligárquica – marcada pelo união entre executivo e legislativo, dos Estados mais poderosos e do eixo comercial cafeeiro – era recente a transição, também revolucionária, que se dera nos anos 30. A frente de grupo poderosos e descontentes com o regime, Getúlio Vargas e as oligarquias dissidentes (que incluía parcelas de São Paulo) instalam um programa autoritário de governo até que se faça uma nova constituição. Bom, pelo menos era isso o que se esperava.
É então, como um reflexo direto da revolução anterior, que São Paulo constitui seu desgosto. Com medida autoritárias (dissolução do executivo e do legislativo locais) e centralizadoras (nomeação de um interventor diretamente ligado a Getúlio), o Estado que a pouco apoiará a revolução, se viu a beira de uma “castração” política e tratou de propor, com urgência, uma nova constituição que traria de trazer autonomia de volta aos Estados federativos.
A revolta não aconteceu somente no âmbito dos grande políticos e dos poderosos, outros grupos participaram ativamente do ocorrido. Mulheres, trabalhadores e estudantes viram ai um oportunidade de expor e lutar por suas vontades sendo, inclusive, um dos pioneiros em “conquistas” sobre direitos femininos, que a tempos vinham em discussão e contavam com poucos avanços.
Carregado de violência e simbologia – a sigla MMDC é corriqueira, bem como os cartazes de propaganda – o conflito e a situação ocorrida nos lembram de tempos de luta e instabilidade política além do posicionamento tempestivo de um Estado que viu ameaçado seu poder político.