19 de abril de 2024
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Pokémon GO: para psicóloga problema está na forma de usar

O jogo Pokémon GO pode ser positivo ou negativo como qualquer outro jogo, vai depender do envolvimento das pessoas com esse meio de diversão.

Segundo a psicóloga Silvana Hilário que atua em Botucatu, o desenvolvimento tecnológico ocorre paralelo ao nascimento de novos espaços e ideias sobre a vida em sociedade. “É notável significativa transformação em nossos estilos de vida e de configuração social contemporânea. Alguns estudiosos entendem o universo virtual separado do mundo real, porém, autores como Richard Miskolci defendem a ideia de articulação e conexão entre o real e o virtual”, coloca.

Segundo ela, os espaços virtuais são cada vez mais frequentes “em nossos cotidianos” onde permeiam grande parte de nossas relações e interações. “A nova febre digital é um jogo eletrônico chamado “Pokemon Go” que pode ser acessado através de smartphone com Android ou IOS, tablet ou Ipad que combina o mundo real com virtual virtual. Os jogos eletrônicos podem ser uma opção para distrair a mente e ocupar os tempos livres. No entanto, é importante não exceder o tempo jogando para evitar possíveis malefícios à saúde”, alerta.

Para ela, a preocupação não deve ser o objeto em si, ou seja, o celular e suas tecnologias, mas sim sobre o seu mau uso. “O que pode se tornar um problema não reside no Pokemon Go em si mas nos seus usuários e comportamentos que podem gerar riscos, já que para capturar algumas criaturas o indivíduo pode enfrentar situações de risco como ter que atravessar ruas ou se colocar em locais isolados, o que pode não ser seguro na vida real, havendo o risco de quedas ou assaltos”, pondera.

Apesar de os usuários de Pokemon Go serem de idade diversas, a psicóloga destaca que é importante chamar a atenção dos pais aos filhos, observando e aconselhando a utilização do jogo com segurança. “Preferir ficar horas jogando, deixar de fazer tarefas cotidianas como estudar, trabalhar, comportamentos anti-sociais como diminuição de vínculos podem ser um alerta a procurar ajuda profissional”, destaca.

O Pokémon Go se tornou uma febre entre crianças e adolescentes nos Estados UnidosLeandra Felipe/Agência Brasil

Febre nos EUA, Pokémon Go preocupa pais e entidades de proteção à infância

Assaltos, furtos, atropelamentos, tiroteio e até um caso de tentativa de estupro são alguns dos crimes reportados nos Estados Unidos contra jogadores do Pokémon Go – jogo virtual da empresa japonesa Nintendo para smartphones que foi  lançado no dia 31/07 no Brasil. Desde que foi disponibilizado no mercado norte-americano, o jogo virou uma febre para jovens e adolescentes, e passou a ser um motivo de preocupação para pais e autoridades.

A polícia de vários estados do país tem alertado a população sobre os cuidados que se deve ter ao utilizar o aplicativo. No Pokémon Go, os jogadores usam os celulares para “procurar” os personagens pokémons, os mesmos da série animada dos anos de 1990.

O objetivo do jogo é capturar todos os animais. O aplicativo mistura o mundo virtual com o real. Isso porque o jogador tem perfil dentro do jogo e caminha no mundo real como se estivesse dentro do aplicativo.

Nos Estados Unidos, já era comum ver nos parques das grandes cidades e shopping centers grupos de jovens andando no meio da rua enquanto olham para o celular, jogando com conhecidos e também com desconhecidos.

Segurança

Quanto mais se joga, mais exposto ao perigo. Isso porque os dados do usuário são compartilhados. Enquanto está de olho no celular, o jogador caminha pelas ruas de verdade e as informações são compartilhadas por meio de geolocalizadores (Google Maps).

No Pokémon Go, os jogadores usam os celulares para “procurar” os personagens pokémonsLeandra Felipe/Agência Brasil

Qualquer jogador pode localizar outra pessoa que esteja jogando nas proximidades. Por causa disso, foram registrados casos em que desconhecidos atraíram jogadores com pistas falsas de pokémons para que pudessem roubá-los.

O Departamento de Polícia de Irving, no Texas, criou um vídeo para tentar conscientizar os jogadores sobre o perigo de dirigir enquanto usa o aplicativo, assim como andar na rua desatento, sob o risco de atropelamentos e assaltos, além de outras situações de risco.

Além de alertas policiais, entidades que defendem direitos das crianças e adolescentes trabalham para orientar os pais e educadores nos países em que o jogo já está disponível: Austrália, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido, além dos Estados Unidos.

A NSCC – organização não governamental (ONG) do Reino Unido que trabalha com prevenção de crimes, de violência e abuso contra a infância – lançou na internet um guia (disponível em inglês) com dicas para que pais possam ajudar os filhos e protegê-los quando usarem o aplicativo.

No guia, a ONG recomenda que os usuários do Pokémon Go joguem somente em locais conhecidos e com amigos em grupo, nunca em lugares desconhecidos e tarde da noite, por exemplo.

No caso de filhos pequenos, a orientação é que os pais permaneçam ao lado deles. A ONG também recomenda que o aplicativo seja usado em parques e não em ruas movimentadas, por exemplo, para evitar exposição aos riscos de acidentes de trânsito.

Lucro da Nintendo

Desde o lançamento do jogo, as ações da Nintendo aumentaram mais de 25%. O valor de mercado da companhia subiu de US$ 7 milhões para US$ 500 milhões.

Nos Estados Unidos, alguns escritórios de advocacia já começam a estudar como podem demandar a empresa em casos de problemas causados aos jogadores.

Um ponto polêmico por exemplo é o fato de o aplicativo ter acesso a todos os dados de localização dos jogadores. A Nintendo já se pronunciou e disse que vai estudar medidas de segurança. Entretanto, o aplicativo usa as informações do usuário disponíveis em outras bases de dados como o Google.

(Do Agência14News. com AgênciaBrasil – Edição: Juliana Andrade).

Redação 14 News

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