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Pesquisador que estuda anticoncepcional masculino comentou projeto americano

A comunidade unespiana, em especial a botucatuense, pode se orgulhar pelo desenvolvimento de um estudo inovador e de extrema relevância para a sociedade, que busca eficácia na produção de um anticoncepcional masculino. A pesquisa, realizada pelo professor Erick José Ramo da Silva, do Departamento de Biofísica e Farmacologia do Instituto de Biociências da Unesp (IB) foca na proteína EPPIN, que regula a capacidade de movimentação do espermatozoide.

Por conta da experiência no assunto já adquirida, o professor Erick foi convidado recentemente para comentar, no canal por assinatura Globonews, da Rede Globo, um estudo americano publicado na revista científica Nature Communications (traduzido como “Contracepção masculina sob demanda via inibição aguda da adenilil ciclase solúvel”; DOI: 10.1038/s41467-023-36119-6 ). Trata-se de potencial medicamento não hormonal, usado sob demanda e que funciona impedindo o espermatozoide de nadar. A substância em questão ainda está em fase de estudos pré-clínicos, realizados em animais de laboratório.

“Esse estudo tem avançado no aspecto inibidor da proteína em todos os espermatozoides ejaculados, com 0% de motilidade em camundongos. O estudo é inovador ao trazer uma molécula via oral e com efeito muito rápido. Em questão de minutos já ocorre a inibição do espermatozoide em nadar. É rápido e facilmente reversível, o que permite o uso sob demanda, diferente do feminino que demanda uso repetitivo”, afirmou o pesquisador em entrevista ao programa Globonews Mais, da Globonews.

“Estudos sobre essa contracepção masculina apontam inclusive, que os homens estão desejosos por contribuir com suas parceiras no planejamento familiar”, complementou Erick José Ramo da Silva.

Segundo o professor do IB, estimativas mostram que um novo contraceptivo masculino poderia reduzir entre 15% a 20% as taxas de gestação não planejadas. Atualmente, só existem dois métodos de contracepção masculina: o preservativo e a vasectomia (procedimento cirúrgico que dificilmente pode ser revertido).

Para o diretor do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu, Prof. Luiz Fernando Rolim, a repercussão que a pesquisa feita em Botucatu vem tendo desde o seu início confirma a força da Universidade no objetivo de atender as principais demandas da sociedade.

“O fato desse estudo ter repercutido mostra a relevância dos projetos desenvolvidos pelo IB, sempre com a relação produção científica-sociedade. É nosso dever continuar neste ritmo, atentos as principais necessidades da população e cumprindo com a nossa missão educacional. Muito interessante ver nossos docentes sendo referência em temas tão importantes”, comentou Rolim.

O estudo da Unesp foi publicado na revista científica Molecular Human Reproduction (DOI: https://doi.org/10.1093/molehr/gaab066) e contou com a participação de pós-graduandos do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia e Biotecnologia, IBB/UNESP e a colaboração de grupos de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo e Instituto de Biologia e Medicina Experimental, Buenos Aires (Argentina).

Redação 14 News

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