A reportagem do Agência14News se deparou com casos de meninas de 12 anos se declarando lésbicas em escola, em Botucatu (SP). Outra menina chegou a enviar mensagem à amiga da mesma idade com a afirmação da mesma opção sexual.
O tema desafiou a reportagem a descobrir a melhor forma de abordar o assunto, que também é dúvida para muitos pais. Afinal, esse tipo de afirmação aos 12 anos é uma “modinha” entre as meninas ou pode ser um sinal por qual caminho tendem a optar mais para frente? Não seria cedo demais para falarem sobre o tema de forma tão afirmativa?
Na escola onde o site está acompanhando a situação duas meninas se declararam dessa forma, o que gerou muita polêmica entre os alunos do sexto e sétimo ano do ensino fundamental.
Uma das mães diz que não entende o fato da filha querer só usar roupas que escondam o corpo por completo. “No calor é só blusa e calça. Ela tem vergonha do corpo feminino”, disse. A outra que declarou gostar de menina parece que acompanha a amiga só para ser diferente, mas segundo dizem pessoas próximas, “não parece ter certeza do que está buscando”.
Os pais, por outro lado, muitas vezes não sabem como abordar o assunto e ficam tentando entender a situação.
Uma outra situação é de um menino que se declarou e disse estar namorando com uma garota, o que foi reprovado pelos pais pela pouca idade de ambos, apenas 12 anos.
Com essas perguntas o jornalismo do 14News tentou ouvir especialistas, profissionais de várias áreas, mas a maioria não se sentiu à vontade para opinar.
PSICÓLOGA
Segundo a psicóloga Silvana Hilário, a adolescência é um processo de grandes transformações. Além de mudanças na estrutura corporal, o jovem inicia um caminho de descobrimento de si. Segundo o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, compreende-se a adolescência no período da faixa etária entre 12 e 18 anos.
“Somente no fim do século XIX muitas crianças passaram a frequentar escolas ao invés do mercado de trabalho e foi considerada uma fase diferente da infância e idade adulta. Graças ao avanço da ciência e de muitos estudos sabemos que é um período de transição intenso onde o jovem vivencia momentos de crise, turbulência e angústia. Nesse período inicia-se também o desenvolvimento da sexualidade. Longe das certezas somos seres sempre inacabados, num eterno De-vir e questionar-se”, coloca.
“É importante que o adolescente esteja num meio onde Se sinta seguro e possa se expressar e dialogar. A escola e a família são fundamentais nesse momento. Deixar o papel muitas vezes punitivo para acolher, ouvir suas dúvidas e necessidades pode colaborar para a formação e qualidade de vida nesse período”, orienta a psicóloga.
Revistas especializadas em educação também tentam desvendar a forma sadia de falar do assunto. A Publicação “Crescer” ouviu o psicólogo e professor da Universidade Harvard John T. Chirban no livro recém-lançado How to Talk with Your Kids about Sex (“Como falar sobre sexo com seus filhos”, em tradução livre, Editora Thomas Nelson). “Os pais precisam entender o processo de desenvolvimento sexual de seus filhos para guiá-los”, defendeu.
PUBLICAÇÕES
Na reportagem da Revista os especialistas dizem que não adianta conversar de uma só vez e já na adolescência sobre sexualidade, mas em uma continuidade de tira-dúvidas, mostrando que não é questão de erotização ou desvios, mas sim, informação para que saibam de acordo com sua idade sobre esse assunto, evitando assim doenças ou gravidez precoce.
Outro dado importante é que as crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, em pesquisa de 2018, mostra que elas tiveram contato com pornografia acidentalmente na internet, e isso mostra que elas têm contato com o assunto que muitas vezes é pouco falado em casa ou na escola, e antes da informação pode surgir a experimentação precoce.
Texto de apoio: https://www.bbc.com/portuguese/amp/geral-45385028
PERGUNTAS MAIS COMUNS:
Como abordar o assunto?
Frente a essa situação como a escola deveria se posicionar?
Aos 12 anos é possível ter alguma certeza sobre a sexualidade?
Não é cedo para discutir esse tema com profundidade?
Hoje as crianças estão se relacionando mais cedo? Qual explicação? Isso deve ser visto como normal?
Nas escolas o tema é tão recorrente?
Quando muito cedo pode ser equivocado, um sinal para prestar atenção ou uma forma de querer ser o centro das atenções?
Você, profissional, envie sua consideração para opinar.
(do 14News)
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