Reconfiguração, transformação e destruição são algumas dentre as diversas facetas com que a mudança aparece em nosso cotidiano. De um corte de cabelo a um novo presidente, da mais recente descoberta espacial à um prato diferente do cardápio, ela, a mudança, poder ser manifesta e percebida naturalmente, como o tempo, bem como intentada, exercida.
A natureza não esquece sua ação. Das quatro estações ao ciclo solar, do ciclo de vida humana, as transformações do tempo assumem características inerentes, alheias a, na maioria das vezes, ação humana. De acordo com esse pensamento, algumas reflexões espirituais religiosas, como o budismo, são um exemplo de proposta para a relação entre Homem e impermanência.
Outra abordagem é a observação analítica das ciências. Olhando o natural, o tempo, os animais, ela encontra mecanismos de definição, dos agente e reagentes nas mais diversas propostas e resultados. A sociedade humana é um desses objetos. A percepção de mudanças políticas, culturais e sociais, bem como de seus agentes, demonstra a ação, a reconfiguração que a espécie exerce sobre si mesma e seu meio, uma intenção no movimento de mudança.
Se pode ser percebida na relação inerente/forçada, o movimento oposto, a manutenção do, então, status quo também deve ser considerada. A conservação de um passado seletivo, uma partícula “sobrevivente” da reconfiguração, uma tradição – sem considerar noções de progressão evolutiva natural na cultura – pode indicar quem e quais foram os interesses e os interessados nessa negociação, nesse conflito contrário ao movimento transformador.
Sendo aqui tratado como uma força perceptível nos mais diversos âmbitos da experiência natural e social da nossa espécie, a mudança, da mesma forma que se constitui absoluta, incontrolável, pode servir como indicador dos polos contrários e atuantes que interferem e articulam seu caminho.