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Morre em Botucatu, o historiador João Carlos Figueiroa

Morreu nesta terça-feira (31/10), em Botucatu, o historiador e professor João Carlos Figueiroa, aos 79 anos.

Segundo amigos, ele foi levado para o Hospital das Clínicas para um procedimento por ter tido água no pulmão. Mas, durante o atendimento, teve um infarto e não resistiu.

Figueiroa deixa 2 filhos. Era um dos maiores conhecedores da história de Botucatu. Foi responsável por grandes publicações históricas da cidade em livro e na mídia. Trabalhou como jornalista. Era sempre consultado pela imprensa devido ao seu envolvimento com os fatos da história. Foi presidente do Centro Cultural de Botucatu.

O amigo, professor José Sérgio Marques, comentou sobre o falecimento.

Luiz Alberto Bueno sobre o amigo Figueiroa:

A história de Figueiroa (Por Antônio Luiz Caldas Junior)

BOTUCATU SE DESPEDE DE JOÃO CARLOS FIGUEIROA!

Neste fim de dia 31, (parafraseando Engels) um dos maiores pensadores vivos de Botucatu deixou de pensar. Botucatu está órfã com a partida do sempre camarada Figueiroa. Exemplo de homem, de amigo e de batalhador pela boas causas!
Em 2002, tive o privilégio de conceder a ele o merecidíssimo Título de Botucatuense Emérito e presto-lhe uma modesta homenagem, publicando o discurso que proferi na solenidade de entrega da honraria. O Figueiroa fez muito mais, antes e depois disso, mas ficam aqui estas palavras para quem não o conheça plenamente.

TODOS BOTUCATUENSES DEVERIAM LER ESTE TEXTO, que contém depoimentos de gente tão importante em sua vida…

“A Câmara Municipal de Botucatu, vive nesta noite mais um momento de glória e júbilo ao homenagear com o título de Botucatuense Emérito, um de seus mais diletos filhos: JOÃO CARLOS FIGUEIROA que nas palavras de seu amigo Moacir Bernardo é “exemplo de firmeza, caráter e competência; verdadeiro esteio e incentivador das causas botucatuenses; excepcional orador e está no rol daqueles que escrevem com tintas fortes e coloridas a história ‘botucuda’”.
Estes são aqueles magnos momentos em que vale a pena ser vereador, e tenho certeza que falo em nome de todos nós vereadores aqui presentes.
Meu querido Figueiroa, você nem imagina como fico feliz em poder estar tendo, eu, o privilégio de, desta tribuna, lhe prestar homenagem, como um destes homens que, acima de tudo, amam a sua terra. Não com um mero amor ufanista, muitas vezes vazio de conteúdo, xenófobo e até reacionário. Mas sim o amor profundo, de quem dedica a vida à perpetuação de valores e sentimentos do povo.
Homens há, João, como alguns que você conheceu e conviveu, que dedicam a vida e heroicamente morrem por uma causa.
Você João dedicou sua vida e, para nossa felicidade, vive por uma causa: o amor às coisas e à gente de Botucatu e do Brasil.

Cumpre-me, neste momento protocolarmente, falar um pouco de nosso homenageado João Figueiroa; de sua vida e de sua obra, e em especial dos motivos que ensejaram a concessão deste Título, para que nosso apreço fique registrado nos anais desta casa, e para que outros “Joãos Figueiroa”, em séculos vindouros, ao vasculhar nossos arquivos encontrem os registros da grandeza desta solenidade. Para tanto, valho-me da ajuda de diversos amigos que colaboraram na elaboração deste discurso coletivo sobre nosso homenageado:

Figueiroa, nasceu em Botucatu, em 20 de agosto de 1944, filho de Felix Figueiroa, funcionário público do antigo Grupo Escolar Cardoso de Almeida e de Dona Thereza Luiza Paganini Figueiroa.
Cursou o pré-primário no antigo jardim de infância do Colégio Santa Marcelina, e depois ingressou no Grupo Escolar Cardoso de Almeida, de onde saiu em 1955. Realizou seu curso de preparação aos exames de admissão na antiga Escola das Professoras Elda e Maria Ana Moscogliato.
De 1956 a 1960 frequentou o Secundário no antigo Ginásio Diocesano Nossa Senhora de Lourdes, tendo se diplomado em 1960, durante o primeiro ano em que os Lassalistas assumiram aquele educandário.
Passou a frequentar os bancos do antigo Instituto de Educação Cardoso de Almeida (IECA), de onde saiu em 1963, diplomado no Curso de Formação de Professores Primários.
Ao lado desta sólida formação escolar, construída pelas mãos de mestres que João nunca esquece de citar, forjava-se também o homem: aventureiro, destemido e dedicado. E para falar desta quadra de sua vida, da infância e juventude, me valho do emocionado depoimento de sua irmã Maria Elvira Figueiroa Lourenço:

“AMBOS BIRRA!”. Seja lá o que isso signifique, e acho que nem ele mesmo sabe até hoje, era com essa expressão, dita com voz cavernosa, que o João Figueiroa assustava seu irmão dois anos mais novo que ele, quando voltavam da escola primária, principalmente ao passar pelo jardim da Catedral. É ainda com essa expressão que começamos hoje, acompanhados de nossos filhos, as sessões tão gostosas de recordações de nossas histórias familiares, que incluem lembranças de parentes e pessoas da comunidade, que influenciaram nossas vidas e nossas profissões.
Para mim, irmã extemporânea, e única mulher, sobraram situações bem mais gratificantes na vida desse irmão criativo e explorador. Transitando com igual facilidade entre os mais abastados e mais humildes, não raro aparecia em casa com novos amiguinhos dispostos a partilhar as brincadeiras no “buracão” perto do chafariz, no cirquinho no quintal, construído com sobras de panos descartados pela “Casa Royal”, das quais participávamos todos, cabendo–me o inesquecível papel de “bailarina”. Está certo que, em geral, essas criações aconteciam em semana de provas escolares, causando verdadeiro vendaval em casa, obrigando nossa mãe, certa vez, a aprender a “Marselhesa” para poder intermediar os estudos desse aluno que já estava a solicitar um ensino mais ativo e onde ele pudesse colocar em ação seu espírito científico de pesquisador rigoroso, autônomo e incansável que já despontava.
Essa sua característica de inovação pudemos senti-la desde sempre: foi com ele que vimos pela primeira vez uma projeção de slides, com um projetor construído com uma caixa de sapatos, em cuja lateral se introduzia um abajur ; a luz atravessava uma lâmpada cheia de água, no papel de lente, mostrando na parede caiada as cenas dos filmes que a empresa de cinemas descartava e ele diariamente apanhava para o “cineminha” caseiro. E isso era 1960.
“João cheio de sonhos” foi ajudando a construir nossos sonhos também: aparecia em casa com latões de combustível dizendo pretender fazer casas flutuantes, comprou um calhambeque vermelho, que foi, como outros objetos, desmontado e remontado, sempre com o olhar a valorizar a história e o empreendimento. Adorava coleções : de selos, de álbuns, de pedras da cuesta. Interessado em tudo e em todos se tornou um jovem participativo em todas as instâncias, a Igreja, a Universidade, sem deixar de ser companheiro, quando em família.
O Figueiroa de hoje construiu-se como historiador no seio de uma família de forte tradição oral e documental, à beira da cama do avô, interessado nas histórias da Itália e de italianos, acompanhando de perto os tios em trabalhos sociais e de informação na rádio de Botucatu, visitando quinzenalmente a Vitoriana de nossa família paterna.
Seu amor por esta cidade cedo brotou, em forma de e por curiosidade, fazendo-o algum tempo depois da inauguração da Catedral subir em sua torre, alcançando o cone prateado, onde ficou a segurar-se por pernas e braços abertos (ainda bem que nossa mãe nunca soube disso), olhando, por um minúsculo orifício, o, então, pequeno núcleo urbano que ele agora procura desvelar, com método e sensibilidade, para todos nós que habitamos e nos orgulhamos desta terra.

João ingressou no ensino superior em 1964, tendo frequentado sucessivamente a antiga faculdade de Filosofia de Botucatu e, posteriormente, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, de onde saiu nos meses finais de 1968, no calor do embate contra o governo ditatorial, sem concluir o curso em que estava matriculado, ou seja Ciências Sociais.
Sobre estes tempos de rebeldia e resistência, fala outra emocionada testemunha:
Conheci João Figueiroa em princípios de 1968. Eu tinha então 17 anos, ele certamente uns anos a mais, pois estava na Universidade, mas não muitos. Alojei-me, com outros forasteiros, no quarto que ele e outros dois ou três uspianos dividiam no CRUSP (o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo). Juntos participamos de um curso intensivo de marxismo, tentando penetrar nos mistérios do mundo e do Brasil. Em seguida, eu seria eleito para a diretoria da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), e o quarto de Figueiroa no Crusp funcionaria como um dos QGs do nosso movimento secundarista em São Paulo. Assim foi até dezembro, quando o recrudescimento repressivo pós-Ato Institucional nº 5 fechou o Crusp, por vários meses. Lembro de Figueiroa, magro, anguloso, engajado, entusiasmado, um jovem Dom Quixote botucatuense. Sério, pausado, não era talvez dos que mais falavam, porém quando falava era todo convicção. Militávamos na AP (Ação Popular) da época, e deixo registrado que dávamos o melhor de nós para desbravar um Brasil e um mundo novos. Eram incontáveis reuniões, assembleias, passeatas, “comícios-relâmpago” tendo por único palanque um caixote de feira… Depois, na noite mais tenebrosa da repressão e da tortura, perdemo-nos de vista.
Quem recorda estes tempos difíceis, João, é o seu eterno fã, renomado jornalista e dirigente do PCdoB, Bernardo Joffily, que, como você, continua incansavelmente subindo nos caixotes da vida e nos convidando à luta e ao otimismo:
“Deixo o testemunho de que João Figueiroa participou das jornadas de 1968, ‘o ano que não terminou’ (…), o ano que vai terminar, um dia, quando todos os nossos sonhos de liberdade e igualdade se realizarem na Terra.”

Ao contrário do que alguns desinformados pensam, os rebeldes também trabalham, e muito! E o João começou cedo sua profícua vida profissional.
Entrou para o Rádio ainda no ano de 1956, tendo passado por todas as funções da especialidade. Foi jornalista esportivo, policial, ator de rádio-teatro, programador, “diskjoquei”, comentarista, e permanece até hoje na Rádio Emissora de Botucatu. Como repórter esportivo acompanhou os clubes profissionais de Botucatu, nos principais campeonatos de futebol paulista. Como repórter de externas participou da cobertura das transmissões das sessões da Câmara de Vereadores de Botucatu nos anos 1958 a 1963, quando as sessões ainda eram feitas na Caridade Portuguesa.
Desde cedo, também se dedicou à impressa escrita. Trabalhou no jornal O Correio de Botucatu durante os anos de 1957 a 1964 e, depois, de 1971 a 1978. Foi encarregado de serviços gerais, mensageiro, revisor e redator.
Ausente de Botucatu de 1964 a 1971, à parte das lides universitárias e políticas já referidas, ingressou no serviço público estadual, através de concurso, tendo desempenhado a função de Correspondente, adjunto ao Gabinete do secretário da Antiga Secretaria do Governo, dele se afastando vítima que foi, como tantos outros patriotas dos atos repressivos da ditadura.
Novamente em Botucatu, voltou para o rádio, onde atuou entre os anos de 1971 a 1978.
Nesse período, convidado pelo então Prefeito Plínio Paganini, desempenhou por dois anos as funções de Chefe de gabinete de seu governo, tendo saído no final de seu mandato, em 1976.
De 1977 a 1983 dedicou-se, em Botucatu, à produção de carimbos de borracha, tendo colocado em funcionamento uma antiga fábrica do produto, desativada desde o falecimento do gráfico aposentado Ettore Barbero.
No ano de 1979, manteve uma banca de jornais alternativos, na Avenida Floriano Peixoto, que tinha a função de permanecer fornecendo ao público local os nanicos que tinham dificuldades em circular, em virtude de atentados à bomba a bancas de jornais, em São Paulo e Rio. Entre eles, Movimento, Opinião, Hora do Povo, Tribuna da Luta Operária, Pasquim, e outros.
Criou, juntamente com o jornalista Sandoval Nassa, o jornal Caminhos Partidários, que circulou apenas 5 meses, mas foi tempo suficiente para ver surgir uma série de talentos do jornalismo local, entre eles Haroldo do Amaral.
Haroldo, cria de João Figueiroa e, de alguma forma, seu alter ego, assim fala daqueles tempos de abertura “lenta e gradual”:
Conheci o Figueiroa, numa situação bem diferente de muitos. Ele foi meu primeiro patrão! Depois de trabalhar por longos anos com meu pai, como açougueiro, varredor de cocheira, etc…, resolvi experimentar voo solo no emprego.
Um amigo, chamado David, havia me revelado que iria parar de trabalhar numa banca de jornais que havia na Avenida Floriano Peixoto.
O David me disse que havia sido convencido pelos pais, uma vez que os jornais atacavam muito o governo. Ele era evangélico e não queria problemas…. Pedi a ele me indicar, não por ser um emprego, onde todos atacavam o governo, mas sim, pelo dinheiro. Fui contratado por um dos sócios do Figueiroa na empreitada do Caminhos Partidários, jornal que editava com apoio do comércio e setores que lutam contra a ditadura militar…
Feito isso, fui trabalhar na distribuidora de jornais alternativos e no jornal Caminhos Partidários. Lá conheci o Figueiroa. (…) Isso foi em 1977 ou 78, não me lembro bem o ano. Figueiroa era agitado e desconfiado. Falava pouco mas era sempre atencioso e cuidadoso com as palavras, coisa que acontece até hoje.
Em 1980, convidado pelo escritor Armando Delmanto, foi ser redator do Jornal de Botucatu, tendo ficado na publicação até setembro de 1982, como redator, revisor, repórter e comentarista. Voltemos à memória de Haroldo Amaral:
(…) Em 1980, novamente encontrei o Figueiroa, na condição de redator do Jornal de Botucatu. Eu era aprendiz de gráfico. 0 jornal funcionava na Quintino Bocaiúva, mas a redação de verdade era nos fundos da Rua Curuzu, na fábrica de Carimbos do Figueiroa.
Todo o bi-semanário era “martelado”, ou seja, numa velha Remington, entre um “tique e outro” onde o Figueiroa produzia as matérias e coçava o pescoço. Era muito engraçado esse tique: quanto mais nervoso, mais coçava o pescoço. Isso servia de conversas animadas sobre o nervosismo do homenageado, com o pessoal da gráfica. O “seu” Ariosto dizia que um dia ele iria arrancar o pescoço.
Mais tarde ele contou que o tique era resultado de alguns “desentendimentos” com os então governantes da época, que o colocaram, com outros milhares, nas celas dos que discordavam com o regime reinante….

De volta a São Paulo, após as eleições de 1982, que conduziram Franco Montoro ao Governo do Estado, trabalhou, sucessivamente, na Superintendência de Desenvolvimento do Litoral paulista, Caixa Econômica do Estado de São Paulo e Fundação Faria Lima.
Trabalhou também na Secretaria do Estado dos Negócios do Planejamento, em programas de investimentos nos municípios do interior paulista, em poços profundos, no primeiro programa de asfaltamento das Estradas Vicinais do Interior e na implantação e funcionamento dos Escritórios Regionais de Governo. Durante os anos de 1987 a 1988 foi representante da Secretaria de Planejamento, junto ao ERG de Botucatu.
Nessa ocasião e durante o processo de preparação da Constituição Federal participou, entre outros projetos, da elaboração do anteprojeto da nova Lei Orgânica dos Municípios, que aprovado, com emendas, daria origem à reprodução de milhares de leis, com conteúdo adequado aos municípios, em todo o território nacional.

De volta a Botucatu, desde 1994, trabalha atualmente na Rádio Emissora de Botucatu, tendo, nestes últimos cinco anos, passado por várias funções: apresentador de programas jornalísticos, reportagens de vários tipos e comentarista. Voltou a tempo de poder trabalhar ao lado de Plínio Paganini na organização dos últimos eventos esportivos que foram feitos pelo radialista. Plínio nos deixou, mas a família Paganini lhe presta uma homenagem, João, por meio de nosso amigo Francisco que lhe atribui nesta noite mais um título o de “RADIALISTA EMÉRITO”, e justifica:
Quem conhece a história, entende o presente e forma a opinião pública na construção do futuro. João Carlos Figueiroa, por onde passa, deixa a sua marca e nos meios radiofônicos também não é diferente. Com os microfones da rádio emissora – F8, narrou fatos, histórias e se fez presente com seu carisma e idealismo nas mudanças mais marcantes do dia a dia botucatuense. Trilhando os caminhos da verdade e da imparcialidade, contribuiu para o crescimento dos nossos cidadãos, opinando, esclarecendo, interferindo e buscando soluções para as mazelas sociais. Através das ondas da F-8, João Carlos Figueiroa se doou. Doou seus pensamentos, suas crenças, seu idealismo… doou seu tempo, sua vida….aquilo que o ser humano tem de mais precioso. Construiu riqueza! A riqueza do conhecimento compartilhado. Compartilhou com amigos e desafetos, conhecidos e desconhecidos, humildes e abastados, da forma mais intensa, sóbria e desinteressada. Compartilhou com todos nós o seu maior patrimônio: o seu conhecimento.

Sem ser Professor, João Figueiroa contribuiu à formação de gerações de botucatuenses. Sem ser academicamente Historiador João Figueiroa destaca-se na pesquisa e divulgação da historia de Botucatu, preservando nossa cultura e nossos valores, captando o que há de mais significativo na alma de nosso povo. Com dedicação e ousadia tem recuperado valiosas informação e documentação do passado de Botucatu, colocando-as à disposição da população em publicações de fácil acesso e entendimento, sem fazer concessões ao rigor científico.
O sempre companheiro Haroldo diz que,
Figueiroa sempre chamou a minha atenção pela curiosidade e intensidade que se entrega às questões públicas e particulares. No passado era a ansiedade de derrubar a ditadura, conquistar um governo democrático, na cidadania e na economia.(…). Atualmente Figueiroa, mesmo com o passar do tempo, não esmorece e mantém vivo a indignação e a curiosidade dos tempos de jovem, articulado e em busca de soluções para a descoberta e redescoberta de fatos de nossa história, editando publicações particulares e de terceiros. Como sempre o Figueiroa corre atrás do dinheiro e o dinheiro dele. Recebe propostas, mas analisa, sob a perspectiva de os tempos de jovens e muitas vezes perde dinheiro, que sempre faz falta….
O resultado de seu trabalho, João, é expresso, com muita felicidade por nossa amiga Nair Lapenta de Oliveira:
“Ouvir a história contada por você é, sem sombra de dúvida, muito mais interessante do que ler a história oficial. Suas informações são sempre ricas e percebidas de um ponto de vista crítico, nunca pessimista”.

Encaminhando-me para o final desta homenagem, busca, aqui e ali expressar um pouco do muito que você fez e faz, quero recordar que em 1982, João tentou eleger-se vereador, pelo PCdoB clandestino, abrigado no PMDB:
Sem recursos, sem muitos apoios, utilizando uma motocicleta Yamaha de dois tempos de 75 cilindradas, João usou sua criatividade e montou uma engenhoca: colocou uma corneta, um amplificador e resolveu sua campanha. Amigos produziram um cartaz que foi colado nas ruas e distribuídos em pontos estratégicos. A moto virou gozação até hoje…
Naquela época de clandestinidade, pertencíamos, João, a células e Estruturas diferentes; lembra-se, das Estruturas 1 e 2? Embora você tenha deixado nossas fileiras, o PCdoB continua tendo você como um amigo, e você sabe o significado desta palavra para nós. Para selar esta amizade e o respeito que lhe devotamos, convido nossa camarada Majô, vereadora em Bauru, membro do Comitê Estadual e candidata suplente ao Senado, e o camarada Luiz Roberto, decano do PCdoB em Botucatu, para que, neste momento, lhe entreguem uma pequena lembrança.

Muito teria a lhe falar Figueiroa, ao encerrar esta oração. Deixo porém que esta homenagem lhe seja prestada por duas pessoas que lhe devotam muito apreço e admiração:
Em primeiro lugar, falo pelas palavras de sua irmã Maria Elvira:
Como irmã, e, certamente, com todos os nossos familiares, enfocamos este momento,de justa homenagem, de duas maneiras: como pessoas que convivem mais intimamente com o João sentimo-nos privilegiados por privar do exemplo da pessoa que ele é, pelos valores que ele esposa, de desprendimento, de honestidade, luta, perseverança, vibração e alegria, e por isso partilhamos com ele desta felicidade; como cidadãos botucatuenses, sentimo-nos agradecidos pelo trabalho que ele tem realizado, de forma tão séria e sensível, de descoberta e divulgação de fatos e personagens de nossa terra, que certamente ajudará a construir, principalmente entre nossos jovens, a consciência do que somos, nossa identidade e nossa importância enquanto núcleo social e econômico. Botucatu sabe-se muito amada pelo João Figueiroa e, agora, por esta homenagem, reconhece e declara que esse amor é correspondido.

Agora falo pelas palavras poéticas do amigo Luiz:
“Parabéns pela homenagem que recebes,
Desta casa de leis e parlamentares;
É o apreço pelo modo como escreves
E estudas sobre a terra dos bons ares.

Mente lúcida, inquieta e libertária,
Interessa-te o que leva ao futuro:
Movimento, nunca vida estacionária,
Imprensa, história, política e cultura.

Para mim, és assim caro amigo:
Uma humilde e brilhante pessoa.
Tenho muito o que aprender contigo!
Nesta hora em que na cuesta ecoa
A notícia deste título, eu digo:
Tenhas vida longa, Figueiroa.”

ISTO FOI EM 2002

JOÃO CARLOS FIGUEIROA É DAQUELES HOMENS QUE NUNCA MORREM! SEMPRE ESTARÁ VIVO ENTRE NÓS!
CAMARADA FIGUEIROA, PRESENTE!

Redacao 14 News

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