A modelo Camila Finn, que saiu de Botucatu para o mundo da moda e viveu sua adolescência e até há pouco nos Estados Unidos agora está de volta ao Brasil. Em nova realidade está casada e com a filha, a pequena Bella, e nesse momento curte a família e retorna aos poucos ao mundo da moda no seu País. Veja o bate-papo com a modelo ao site Agência14News.
1- Como foi o começo da sua carreira como modelo?
Eu estava caminhando com minha mãe quando uma empresária do ramo da moda me procurou e disse que eu tinha talento para a passarela. Em pouco tempo disputei e fui a vencedora do concurso Ford Super Model of the World. Ganhei a etapa nacional e logo após fui para os EUA disputar a etapa internacional, que da qual saí vencedora após disputar com muitas meninas de vários países.
Neste período, achei que ficaria fora do Brasil por apenas uma semana, mas após ganhar o concurso, acabei permanecendo 3 meses entre Europa e EUA. Foi uma experiência muito enriquecedora, ainda mais para uma garota de apenas 13 anos. Minha família jamais poderia bancar uma viagem como esta, então tentei tirar o máximo de proveito possível, conhecendo muitos lugares e pessoas legais, mesmo sendo sempre em ambiente de trabalho.
2- De volta ao Brasil como está a sua vida agora? Muita coisa mudou: filha, casamento, novo lugar, retornar às origens… Quais os planos hoje?
-Eu confesso que quando recebi a proposta de voltar para o Brasil depois de tantos anos morando no exterior, fiquei insegura. Pode não parecer, mas sou um pouco avessa à mudanças. Mas, por outro lado, eu sempre fui apaixonada pelo meu marido, e isso sempre manteve em mim uma vontade de voltar, um carinho a mais pelo meu lar e minha família. Quando cheguei em um patamar na profissão em que eu poderia fazer essa escolha, voltar em nome do amor, não hesitei. Apesar de todas as inseguranças, eu sempre tive a certeza de que qualquer lugar do mundo seria bom, desde que estivéssemos juntos. Depois de alguns anos, nossa filha Bella chegou para alegrar nossas vidas. Atualmente me considero de licença maternidade. Pretendo voltar a trabalhar quando parar a amamentação.
3-Como está hoje a exigência no mundo da moda? Mudou muito em relação ao seu tempo?
-Mudou muito. Eu comecei a ser modelo em uma época muito boa. Tenho a impressão de que as meninas recém chegadas à profissão naquela época (2004/2005) não sonhavam em ser modelo, as coisas simplesmente aconteciam. É claro que a competitividade existia, mas quase sempre havia um clima bom e muitas amizades. Hoje sinto que a competição é mais acirrada e o clima um pouco mais tenso.
Em relação aos rendimentos da profissão, é fato que, devido à crise e outros fatores, houve queda.
Mas, como em qualquer profissão, pessoas talentosas e que trabalham com profissionalismo sempre terão seu espaço. Uma outra mudança que ocorreu foi no padrão das medidas no corpo das modelos – meninas mais magras.
4 – Quando se deve acreditar ou não em uma carreira? Difícil acreditar em todos os testes se realmente são sérios. Quais suas dicas?
Esta é uma situação delicada. Muitas garotas sonham com essa profissão e se submetem a testes, para em seguida alguém dispensa-las dizendo que “não tem o perfil” ou que não têm as medidas de corpo necessárias. Isso pode ser muito doloroso.
Por isso, é preciso ter bom senso e contar com uma boa preparação. Estar com a cabeça em ordem e o corpo dentro das medidas é fundamental. Mesmo assim, pode-se ter um não como resposta.
Já aconteceu comigo: magra dentro das medidas, fazendo dieta e exercícios, mas mesmo assim te corta de algum teste dizendo que você não está magra o suficiente. Então, se você tiver que colcar a sua saúde em segundo lugar, não aceite. Numa ocasião, me desliguei de uma agência justamente por este motivo. Coloquei a minha saúde em primeiro lugar e fui trabalhar em uma agência que me respeitava.
5-A vida hoje é mais em São Paulo? Como ficou sua rotina e contato com a família?
Sim, passo quase todo meu tempo em São Paulo. Mas, depois que a Bella nasceu, eu tento voltar para Botucatu sempre que possível.
6 – Não pensa em se tornar agência e cuidar de talentos com a sua experiência que teve até agora?
Confesso que nunca pensei nisso. Mas não fecho portas. Apesar de ser grande a responsabilidade de cuidar das carreiras de muitas garotas, penso que minha experiência pode ser de grande ajuda. Mas, no momento, isso não me passa pela cabeça.
7 – Existem modelos de diferentes atuações: desfile ou comercial. Qual você se adaptou mais e como está o mercado hoje?
Eu comecei no mercado Fashion, fazendo desfiles e revistas. Comecei em uma época muito boa e fui bem sucedida. Com as mudanças que têm ocorreram ao longo dos anos, direcionei minha carreira para o mercado comercial.
8 – Sobre o Brasil que você se mudou há anos, quais as mudanças que percebeu de estrutura, pessoas, expectativa de melhoras como um todo como País?
A expectativa é que o Brasil melhore. Temos uma país com alta capacidade de enriquecimento, mas travado pela corrupção. As pessoas estão ansiosas por mudanças reais, e não mais promessas vazias.
9 – Como você lida com a fama? É verdade que as pessoas se impressionam com a sua humildade e a forma de atender quem pede uma foto? O que pensa sobre a fama?
É verdade. A fama é uma consequência do nosso trabalho. Fico feliz quando as pessoas reconhecem isso. Com respeito a humildade, eu carrego comigo os valores que minha família me ensinou. Não vou destratar alguém só porque eu tive uma oportunidade de vida bem diferente da maioria.
10 – De volta ao Brasil e até à região onde sua família reside no interior quais as coisas simples que gosta de fazer?
-Sou super caseira, gosto de passar os dias com a minha família e adoro a companhia da minha avó.
Antes da Bella nascer eu tinha um projeto de explorar todas as cachoeiras da região. Até comecei essa empreitada com minha grande amiga de infância aqui de Botucatu, mas esse projeto foi engavetado porque eu descobri que estava grávida.
Gosto muito do Lageado. O Jardim Botânico é um lugar muito especial para mim, foi onde meu marido me pediu em casamento.
11-Obrigado pela entrevista ao site Agência14News. Deixe sua mensagem final.
Agradeço a pela entrevista e simpatia! Abraços carinhosos aos amigos botucatuenses!
(Do Agência14News).