A Força-Tarefa Logística Humanitária para o Estado de Roraima apoiou na última terça-feira (03), a quarta interiorização de imigrantes oriundos da Venezuela para outros estados brasileiros.
Parte desse grupo tinha um médico de Botucatu, Alexandre Naime Barbosa e uma lista de outros profissionais que saíram do Estado de São Paulo.
Milhares de pessoas entram no Brasil devido a uma crise social, econômica e política na Venezuela. Só em Manaus, capital do Estado do Amazonas, são 80 pessoas por dia.
Quanto ao médico de Botucatu ele divulgou na sua página pessoal de uma rede social a ida à missão: “Literalmente estamos cruzando o Brasil hoje embarcando Voluntários e Oficiais das Forças Armadas. Nosso muito obrigado à FAB, pela generosa acolhida nesse voo Rio-Porto Alegre-Curitiba-Brasília-Boa Vista”.
Dia 3 de julho: “Começamos hoje o atendimento dos refugiados venezuelanos, que estão na maioria muito bem assistidos em nove abrigos da Operação Acolhida, coordenada pelo Exército. Somente hoje nossas equipes atenderam centenas de crianças e adultos”.
Dia 4 de julho: “Para atender em situações extremas, é preciso muita criatividade, improvisação e espírito de equipe. Essa invasão de refugiados não está sob a tutela da Operação Acolhida, e por isso mesmo tem um número enorme de criança e adultos com sérios problemas de saúde”, escreveu.
Ainda no dia 4 destacou: “O anoitecer de ontem em Boa Vista foi inesquecível. De forma emergencial, fomos atender uma comunidade de refugiados, que vivem em uma ocupação, sem água ou luz. Todos da equipe como se já soubesse o que iam encontrar se desdobraram e conseguimos atender sob a luz de celulares noite adentro mais de 50 venezuelanos que ainda não conseguiram assistência pelo alto influxo. Orgulho enorme de fazer parte de time Dharma!”.
Interiorização
Na terça-feira (03), 164 pessoas embarcaram no aeroporto de Boa Vista, sendo que, pela estimativa do Governo federal, 45 delas sejam levadas para Conde, 69 para Igarassu e 50 para o Rio de Janeiro. É a primeira vez que essas cidades recebem imigrantes voluntários do processo de interiorização.
A seleção de qual localidade cada família irá é realizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de acordo com diversos estudos em sintonia com o interesse dos estados.
Em busca de uma vida melhor, a família de Gênesis Figueroa está esperançosa em conseguir emprego na Paraíba, região que foi destinada a eles. “Estou muito feliz que vamos para lá e acredito que logo teremos trabalho, quem sabe uma casinha. Penso em voltar para a Venezuela quando puder”, afirma.
Quem também está animado é Eduardo José Medrano Nunes, que trabalhou como garçom na Venezuela e acredita que conseguirá trabalho nessa área assim que chegar em seu novo destino. “Quero trabalhar e dar melhor condição de vida para meus três filhos e minha esposa. Fui muito bem tratado no abrigo e espero retribuir de alguma forma a acolhida brasileira. Sonho com ensino de qualidade para meus filhos e um emprego digno”, contou emocionado.
Os 164 imigrantes foram embarcados em aeronave Boeing 767, do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), da Força Aérea Brasileira (FAB), oriundos de diversos abrigos.
Com essa interiorização, 690 venezuelanos já estão vivendo em outras cidades brasileiras fora de Roraima, sendo que 527 deles se encontram em São Paulo, Cuiabá e Manaus. O processo é organizado pelo Governo federal, com o apoio do ACNUR, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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(do Agência14News)