Para o infectologista Alexandre Naime, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), mais do que evitar a infecção leve ou moderada pelo coronavírus, o mais importante agora em uma vacina contra a Covid-19 é a sua capacidade de diminuir internações e mortes pela doença, o que a Coronavac já demostrou. A sua entrevista foi dada na CNN em 26/05/2021 e compartilhada na sua rede social.
Naime explica que a Coronavac não vem para evitar a infecção por Covid-19, mas para prevenir casos graves, hospitalizações e óbitos.
“Então, essa efetividade menor que 50% na população idosa do estudo brasileiro mostra apenas que não teve uma redução substancial de Covid-19 sintomática nos idosos”, explica.
Por isso, idosos podem se sentir protegidos com a Coronavac, porque o imunizante já demonstrou ser eficiente com o que mais os ameaça, a hospitalização e o óbito por Covid-19 grave, explica o infectologista da Unesp.
“Em tempos de pandemia de Covid-19, o ótimo é inimigo do bom. A Coronavac já se mostrou uma boa vacina de redução de casos graves e óbitos, mas se fomos perseguir o ótimo, que é a redução de casos leves, vamos deixar de procurar o que é mais importante que é salvar vidas”, afirmou.
SITUAÇÃO ATUAL:
Avanço de casos, infecção em alta e maior lotação de UTIs indicam piora da pandemia, início da 3ª Onda – Entrevista do Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa, Chefe da Infectologia da UNESP e Consultor COVID da AMB e da SBI
“O aumento do número de casos vai ser precedido obrigatoriamente pelo aumento do número de mortes”, explica Alexandre Naime Barbosa, chefe do setor de infectologia da Unesp de Botucatu (SP) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“Talvez não seja como já vimos (chegar a um número diário acima de 3 mil mortos), porque o jovem adoece menos, mas também adoece”, afirma o médico da Unesp também em entrevista ao Estadão.
Para Barbosa, a terceira onda da doença vai chegar e sua força está condicionada à forma como a flexibilização das atividades econômicas e o respeito ao isolamento social vai se dar. “Em algumas cidades de São Paulo, como Ribeirão Preto, esse efeito já está sendo sentido (a cidade fechou o comércio, por estar com 96% de ocupação de leitos de UTI)”, diz.