20 de abril de 2024
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Mãe foi avisada durante sonho que filho tinha nascido com síndrome de Down

Toda mãe sonha com um bebê loirinho, olhos azuis, perfeito. Sabe aquele ‘Bebê Jonhson?’ Mas e se de repente nasce o bebê e não é nada disso? É o que viveu na sua gravidez a policial Sheila Bertolozzo que teve um filho com síndrome de Down e percebeu que tinha muito a descobrir sobre esse universo diferente.

“Minha gravidez foi tranquila, nada de anormal foi detectado. Fiz todos os exames, tudo certo. O Gabriel nasceu na manhã do dia 7 de agosto de 2008. Tudo lindo. Era um sonho se realizando. Nasceu gorducho, inchado, com mais de 4 kg. Quando a médica trouxe para eu vê-lo pela 1ª vez, meu coração disparou um alarme. Vi que tinha algo diferente no olhar dele. Porém não prolonguei minha desconfiança. Na madrugada da sexta-feira tive, por incrível que pareça, um sonho. Nesse sonho uma pessoa pedia para eu cuidar do Gabriel que ele tinha síndrome de Down”, conta.

“Entrei em pânico! Embora as pessoas falassem que era sonho, foi tudo muito real para mim. Fiquei desesperada, alarmei o hospital inteiro! Quem conviveu e convive comigo sabe bem como foram esses dias! Desespero: queria saber a verdade. Médicos e enfermeiros falavam que eu estava com depressão pós-parto e me olhavam até com cara de piedade. Até que a pediatra, diante dá minha insistência chamou um geneticista e fiz o exame próprio, o cariótipo. Cerca de 10 dias depois saiu o resultado. Quando a médica confirmou minha suspeita, senti um raio percorrer minha coluna, foi um golpe que nunca tinha sofrido na vida. Os dias que antecederam o resultado foram agoniantes. Eu só pesquisava sobre a síndrome, e procurava detalhes físicos que indicassem que meu filho não tinha. Depois do resultado, a casa caiu! A médica falou que não podia prever se ele iria andar, falar, ouvir, coisas assim”, relata.

E ainda tinha mais. “E lá fomos nós fazer eco do coração! 50% dos portadores dessa síndrome possuem problemas cardíacos. Aí foi a 1ª batalha vencida. Tive que vencer a mim mesma para superar o choque, o susto e deixar o amor de mãe falar mais alto. Lógico que toda alteração genética vem acompanhada de problemas de saúde. E com dois meses o Gabriel foi internado para sair dali 3 meses. Moramos no hospital, era nossa casa lá. 8 vezes na UTI, exames no centro cirúrgico, trocas de pediatras até que finalmente ele se recuperou bem. Ele nunca teve gripe, era direto pneumonia, foram umas 6 ou 7. Muita internação, algumas cirurgias. Tive que tirar licença médica para ficar com ele. O que foi bom é isso nos aproximou muito. Deixei de lado o meu próprio preconceito, e vi que tinha nas mãos uma enorme responsabilidade”.

Quando resolvi arregaçar as mangas e fazer valer a existência do meu filho, passei a ser uma pessoa melhor, uma mãe que é muito feliz e grata a Deus pelo meu filho. Como dizia meu pai: “filho é filho, não importa como seja, é filho. E nessas palavras me agarrei e resolvi lutar pela vida dele. Hoje ele tem 8 anos, é uma criança alegre, extrovertida, por onde passa encanta a todos! Realmente um ser iluminado. E eu como mãe do segundo filho, não vejo diferença entre eles. Resolvi abraçar a causa e me entregar nesse mundo novo para mim. Um mundo especial”.

“Nesses anos todos tive o privilégio de encontrar pessoas maravilhosas que só acrescentaram em minha vida. Fiz muita amizade por conta de estar nesse mundo especial, com pessoas que vou levar para toda minha vida. Não é fácil ser mãe especial, porque esses anjinhos precisam de muitos cuidados e estímulo, como fonoaudiólogo, fisioterapeuta, equoterapia, psicólogos. Ainda levo o Gabriel para tratamentos estimulativos, e que graças aos meus dois chefes que são muito compreensivos, eu ainda consigo estimular meu filho. Muitas mães não tem essa sorte e precisam abandonar o emprego”.

Para chamar a atenção sobre esse tema, às 14 horas de domingo (26), as mães especiais farão um piquenique no Parque Municipal para comemorar o Dia Internacional da Síndrome de Down.

Esse será um dos poucos eventos que a cidade  de Botucatu vai realizar sobre o tema. Todos estão convidados.

(Do Agência14News)

Redação 14 News

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