Na terça-feira (8), a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Arruda, por meio de despacho, marcou uma audiência de conciliação para o dia 11 de setembro, às 15h, entre os trabalhadores dos Correios e a direção da ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A intenção é chegar a uma solução negociada para o conflito que está estabelecido desde o dia 17/08, com o início da greve dos trabalhadores por manutenção do seus direitos que chega ao 23º dia.
Nesta quarta-feira (09), pessoas enviaram fotos ao 14News da unidade de entrega de correspondência da Vila dos Lavradores onde a porta estava fechada e com avisos sobre o motivo da greve.
A FENTECT – Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correioos e Telégrafos e Similares informa que “desde o início se colocou a disposição para o diálogo e negociação, porém a política do general Floriano Peixoto de inflexibilidade e retirada de direitos não permitiu que chegássemos a um acordo. A GREVE continua forte e a FENTECT orienta os sindicatos e trabalhadores continuarem intensificando enquanto não tivermos uma proposta de manutenção dos nossos direitos apontada no horizonte”.
“A FENTECT participará da reunião marcada pela ministra Kátia Arruda, com espírito de boa fé e disposição para negociação tendo como pilares centrais a manutenção de todos os direitos que a direção da ECT insiste em retirar. Nossa luta ainda não acabou e o tamanho da nossa vitória estará em nossa disposição de lutar por ela. Mais informações acompanhe nossos canais de notícias e fique sempre atualizado!”.
A empresa de Correios chegou a fazer um plantão de entregas em um final de semana com funcionários administrativos para evitar grandes acúmulos de correspondências nas suas unidades.
Nota dos Correios em 27/08/2020
Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19. Conforme já amplamente divulgado, a empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação.
A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação. A intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira.
Isso porque se trata, também, de uma questão de saúde pública: famílias podem ser impactadas com a espera de remédios e produtos de saúde, enquanto aguardam o desenrolar da paralisação. Os Correios transportam, ainda, materiais biológicos – como amostras de sangue, por exemplo – para detecção de doenças e análises clínicas para secretarias de saúde e laboratórios em todo o país.
Sobre esta categoria de objetos, destacam-se o envio mensal de leite em pó (cerca de 300 mil latas), medicamentos (mais de 100 mil itens), 7 mil testes do pezinho, dentre outros tipos de materiais, que somam mais de 425 mil objetos desta natureza por mês, contabilizados somente os clientes com contrato, fora as postagens que ocorrem diretamente nas agências.
Além disso, empreendedores estão sofrendo impactos nos seus negócios, tendo em vista que dependem dos serviços da empresa para conseguirem se manter com a pandemia. A economia brasileira está sendo afetada como um todo.
Diante dessa situação, amplamente exposta nos últimos meses, a empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo.
A empresa confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, promovendo o retorno ao trabalho das pessoas que ainda se encontram em greve, já que a questão encontra-se em juízo e será resolvida pelo TST.