O sonho de o Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) ter o seu “Espaço Ciência”, aberto a toda a comunidade, está muito mais próximo de se tornar realidade. O IBB foi contemplado com R$ 500 mil para que sejam feitas adequações no espaço onde será desenvolvido o projeto. O local que abrigará essa iniciativa é onde funcionavam três dos antigos Blocos de Ambulatórios do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), no câmpus de Rubião Júnior.
Por meio de uma emenda parlamentar da deputada federal Tabata Amaral, existe a expectativa de que os recursos sejam liberados em breve, após a apresentação de documentos adicionais ao projeto aprovado. A proposta, encaminhada em nome da Diretoria do IBB, foi elaborada pela Profa. Adriane Wasko, coordenadora da Agência de Divulgação Científica e Comunicação (AgDC) do IBB.Também são responsáveis pelo desenvolvimento do projeto os professores: Joel Mesa, Ricardo Benine, Selma Michelin e Silvia Nishida.
O recurso será utilizado para que sejam feitas as devidas adequações nos prédios, contando com projetos de engenharia e arquitetura, para comportar áreas de exposição, laboratórios didáticos,salas de aula, anfiteatro e laboratórios para coleções biológicas.
Um anseio antigo – A proposta de criação de um espaço de ciência aberto à sociedade era já antiga. Desde o início da criação do Curso de Graduação em Ciências Biológicas, em 1963, na extinta Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), professores deste curso já tinham a ambição de criar um espaço destinado a um Museu de História Natural ou de Ciências da Natureza – um espaço de educação não formal com o papel de aproximação da sociedade com o conhecimento científico. Entretanto, por uma série de dificuldades financeiras, técnicas e operacionais, a implementação dessa ideia ficou para um momento posterior.
“Em 2021, 58 anos após o plano original, nos encontramos novamente à frente do anseio da comunidade de viabilizar a implementação de um espaço físico que permita a realização de atividades educativas e de divulgação científica abertas ao público, para que este possa, de forma interativa, travar contato com diferentes áreas das Ciências. Este local, chamado de “Espaço Ciência IBB”,também tem como objetivo ser um lugar de memória, pesquisa e lazer”, explica a professora Adriane.
De acordo com ela, apesar do contexto econômico atual, é possível acreditar que a instalação de tal área permitirá uma estreita cooperação com a comunidade e resultará no maior interesse científico, na promoção da educação e no desenvolvimento social de Botucatu e região, especialmente para crianças e jovens estudantes do Ensino Infantil, Fundamental e Médio.
O professor Cesar Martins, diretor do IBB, lembra que, recentemente, o projeto de implantação do Espaço Ciência ganhou novos contornos em relação à ideia inicial, que era criar um espaço museológico. “Essa proposta sofreu várias modificações ao longo dos anos, mas nunca foi colocada em prática. Mais recentemente, ganhou uma concepção diferente, de oferecer um espaço de interação com a sociedade. A Universidade precisa, cada vez mais, estreitar esses laços, mostrar para a comunidade o que ela faz e o quanto a ciência é importante”, destaca.
O diretor do IBB também comenta que o Instituto tem um relevante histórico de formação de profissionais licenciados em Ciências Biológicas, que atuam como professores de Biologia e Ciências. “Nesse contexto, o Espaço Ciência será promissor para a integração dos nossos futuros profissionais com os estudantes que visitarão o local”, conclui.
Sobre o Espaço Ciência do IBB
O Espaço Ciência IBB visa despertar o interesse e a curiosidade de visitantes de várias faixas etárias e níveis de escolaridade e, portanto, deverá ser acessível para todo público. Entretanto, seu público alvo central deverá ser infanto-juvenil, especialmente alunos dos ensinos infantil, fundamental e médio de instituições públicas e privadas.
“Professores da rede básica de ensino também deverão compor o público a ser recebido neste espaço para promoção da difusão, criação, sistematização e transformação do conhecimento por meio da articulação entre teoria e prática. Em adição, profissionais da área de educação e alunos do curso de Ciências Biológicas do Instituto de Biociências de Botucatu, especialmente da modalidade Licenciatura, também terão o Espaço Ciência IBB como um local para aperfeiçoamento didático e capacitação em educação não formal”, acrescenta a professora Adriane.
Quais atividades serão realizadas no local?
– Exposições temporárias: com destaque para um tema específico, representam um importante veículo de dinamização dos museus pois o caráter de novidade proporciona uma visita estimulante ao público visitante; podem ser concebidas a partir de acervos próprios, materiais de outros locais ou mostras completas de outras instituições;
– Exposições permanentes: concebidas para serem exibidas por longos períodos de tempo, geralmente são montadas a partir de um acervo próprio ou oriundo de outras instituições;
– Exposições Itinerantes: também com caráter temático, são projetadas para serem transportadas e percorrerem vários locais (poderão também ser levadas a escolas, praças públicas e eventos);
– Oficinas: compostas de atividades práticas em grupo, caracterizam-se pela troca de experiências e construção coletiva do conhecimento;
– Cursos Práticos e Teóricos: compostos de apresentações teóricas e/ou práticas em que técnicas, habilidades e saberes são demonstrados e aplicados;
– Exibições de Filmes e Documentários: sessões destinadas a conteúdos audiovisuais, incluindo sua contextualização;
– Apresentações Artísticas: encenações como forma de entretenimento, com ênfase em textos com temáticas científicas;
– Palestras e Seminários: exposições orais de assuntos específicos.