“É muito triste receber estas estatísticas”, diz João Moretto, especialista em legislação de trânsito ao comentar uma reportagem do Agência14News que mostrou recentemente, que de janeiro a maio deste ano, 11 pessoas morreram no trânsito, seja na cidade ou em rodovias que pertencem ao território de Botucatu, segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado com base em estatística das delegacias da cidade.
A cada 15 dias uma pessoa morre em algum tipo de acidente no trânsito e a maioria das vítimas tem sido jovens. Motoristas mais experientes, como foi o caso desse final de semana, também não escaparam.
“Num cenário onde as Leis estão cada vez mais severas: multas com valores maiores; elevação do nível de classificação para algumas infrações como falar ao celular enquanto dirige; penalidades mais “rígidas” para quem dirige embriagado; suspensão do direito de dirigir mínima de um mês para seis meses…, não tem como explicar essas ocorrências. Tenho certeza de que 99% dos condutores conhecem as regras de trânsito. E, veja, nossa malha viária é a melhor e mais conservada do Brasil”, analisa Moretto.
Segundo ele, “percebe-se que não é só “mexendo” no bolso ou “proibindo” que se educa uma sociedade. Só está faltando, agora, prender um condutor flagrado dirigindo com a sua carteira de habilitação suspensa. E o que você mostra, não ocorre somente em Botucatu. O que fazer? Sinceramente a gente não consegue entender o comportamento humano. Talvez uma medida paliativa seja a redução da velocidade nas vias, como está ocorrendo na cidade de São Paulo. É inadmissível ver como andam (correm) os veículos na Rua Curuzu (por exemplo) que tem velocidade liberada para 50 km/h”, sugeriu.
Dá para fazer mais, pois é preciso entender os números
Segundo João Luís Moretto, “um passo importante seria a criação de um grupo de estudos, como a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que existe nas empresas, para discutir e propor ações diante dessa barbárie do trânsito e, o mais importante, construir um plano educacional para implantar, conforme consta no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), programas que não fiquem somente no papel e que sejam levados a sério”, disse. “Por que não se tornar obrigatória uma disciplina de Educação para o Trânsito em todos os níveis de ensino, como prega o CTB? Só assim tais estatísticas mostradas por você podem a médio prazo serem reduzidas. É o que penso”, finalizou João Luís Moretto.