Em entrevista recente à Revista Registrando de Marcelino Dias, o corredor Marildo Barduco falou um pouco sobre a sua carreira. A reportagem foi realizada pela Assessoria Um – produção de notícias e encomendada pela revista especializada.
Marildo Barduco é um corredor vencedor tanto em provas locais, regionais e levou pelo menos 40 das mais famosas da capital Paulista. Durante entrevista, o atleta falou sobre sua vida de resultados, São Silvestre e que não se considera o melhor corredor da cidade.
Atleta mais rápido?
– Eu não me considero o atleta mais rápido da cidade. Nunca me considerei como melhor atleta da cidade. Nunca ninguém viu isso sair da minha boca. Nunca cogitei nada sobre isso. Eu me considero um atleta. Gosto de correr e sempre quando posso faço o melhor. Com certeza tenho alguns resultados como pódio na São Silvestre em 2007. Falam que fui quinto mas na verdade fui quarto, porque o quarto colocado estava suspenso por dopping. Tenho dois pódios em Jogos Abertos e campeão dos Abertos em 2008. Em 2006 fui pódio em Praia Grande nos 10 mil metros. Em 2008 fui segundo nos 5 mil metros e primeiro nos 10 mil metros. Acho que é a única medalha em provas de fundo nos Jogos Abertos conseguido por Botucatu. Tenho um pódio na prova de São Paulo, que é muito importante, a Gonzaguinha. Fui várias vezes campeão do centro histórico e na corrida dos bombeiros em São Paulo. E na corrida na Nike também. Devo ter no mínimo em São Paulo vencido umas 40 provas famosas. Eu posso não ser reconhecido em Botucatu, mas em São Paulo eu creio que tenho um reconhecimento legal.
Prova Claus Esporte
– Essa primeira Maratona vai ficar como um marco para a nossa cidade e tem que ser colocada como espelho. Foram três provas no mesmo dia: 5, 10 e 21 kms, e isso veio para marcar. É bem difícil organizar uma prova dessa maneira, então, eu acho que isso veio para marcar. A partir desse momento vão analisar o antes e o depois dessa prova. Acredito que partir de agora as provas vão ser melhores porque essa prova foi sensacional.
Neste ano não corri muitas provas. Foi uma prova por mês. Foram algumas que coloquei no meu calendário que iria participar. Foram as corridas principais de Botucatu, além de algumas de montanha e de cross. As provas da Explore eu venci e do Brasil Ride que tiveram em Botucatu também. Nas de rua acho que só uma eu não fui muito bem que fiquei em segundo, mas nas outras no primeiro lugar. Corri algumas provas na região e em São Paulo. As provas que sempre estive participando graças a Deus eu fiquei no pódio e entre os três primeiros. Passei por um momento difícil de patrocínio, mas continuei trabalhando firme e treinando bastante. Deus dando força a gente sempre vai vencendo.
Corredor fez sinal de silêncio ao cruzar prova
– O motivo é bem óbvio. Hoje com internet, Facebook e WhatsApp, as pessoas acabam usando esse meio de comunicação como uma ferramenta para acabar tirando o conforto, a paz e até para prejudicar as outras pessoas. Não vejo essa como uma ferramenta que venha a ser prejudicial, isso da minha parte, porque eu vejo o esporte como um canal de saúde, traz muitos benefícios para o ser humano, para o homem, para a mulher, para as crianças. E nós vemos cada vez mais o povo se adaptando, chegando e gostando dessa modalidade. Eu não acho que as academias foram montadas para disputa de um grupo com o outro, porque se fosse esse motivo não traria benefício de saúde para ninguém, porque o esporte de alto rendimento é muito difícil e muito desgastante. E não é para qualquer um. Eu creio que o pensamento das pessoas que têm academias ou grupos de corrida é mais para estar participando, para o povo estar ali se confraternizando, mantendo um dia de confraternização entre os amigos. Eu acho isso legal, mas às vezes a pessoa acaba usando a internet para cutucar os atletas, as pessoas que correm, e neste mês houve um falatório, falaram demais o que não era pra falar.
Eu corri 80% da minha capacidade, mas consegui fazer uma ótima prova, e mostrei que mesmo não treinando do jeito que eu deveria ainda consigo correr um pouquinho.
São Silvestre
– Não vejo a idade como obstáculo. Sempre treinei. Com o tempo as coisas vão ficando mais difíceis e a gente tem mais compromisso com a família. O que eu posso falar é que quando eu participava da São Silvestre sempre ficava entre os 10, entre os 15. Eu tinha patrocínio da Montevérgine (empresa do ramo alimentício) e da Prefeitura de Botucatu. Isso me mantinha focado porque quando você vai para a São Silvestre, não é o Barduco; é o atleta de Botucatu. Então você não leva só seu nome, mas uma bandeira. Representa uma cidade. Eu não acredito que minha cidade mereça ser representada nessa situação que nós nos encontramos porque ultimamente eles se esqueceram dos atletas. E eu creio que os atletas também se esqueceram deles. Então não tem como ir para à São Silvestre. Eu gosto de ir para fazer resultado, pra fazer marca e para estar entre os 20, 30 primeiros. Nunca tive o pensamento de estar na São Silvestre só para estar participando porque é muito desgastante. O preço da inscrição já passou de 170 reais. Você vai pagar 300 reais de hotel e ainda viagem, então tirar do meu bolso, hoje em dia não está fácil, então é melhor eu ficar em Botucatu e participar de provas na região e na minha cidade mesmo e deixar quieto porque participar da São Silvestre você precisa ter apoio da sociedade. (A entrevista foi exibida antes da Sã Silvestre de 2017).
Brasil Ride
– O Brasil Ride eu não considero uma prova, mas um desafio. O Brasil Ride 70 Ultra não é pra qualquer um. Essa prova é fora do comum, um absurdo, ápice do atleta. Não é qualquer um que entra e termina os 70 quilômetros. Se fosse na rua, na estrada, tudo bem, mas é uma prova no meio do mato, na trilha, com grama, rio, então é um desafio. Eu ganhei uma inscrição no primeiro ano no Brasil Ride para participar. Não sabia como era e fui desafiado.
Acabei participando dessa que não era minha prova e fiquei em terceiro lugar. No segundo ano me deram novamente a inscrição e fiquei em segundo. Creio que nos dois anos que participei fiz uma ótima colocação porque é uma prova que é totalmente fora dos padrões das corridas que eu participo. Eu corro provas de 5 mil, 10 mil, 15 kms. Nunca passaria pela minha cabeça estar em uma prova de trail (trilha) no meio do mato. Participei, adorei, uma prova maravilhosa.
Neste ano eu tenho previsão se conseguir alguns apoios de participar novamente e tentar brigar pelo pódio. Eu nunca fui campeão, sempre terceiro e segundo, agora quero ver se neste ano de ficar em primeiro nessa prova que é famosa e ganhou grande espaço na nossa região e no País todo.
Barduco incentivador e treinador
– Com certeza sou bastante procurado por pessoas que querem começar a correr ou aquelas que já estão correndo. Hoje eu creio que eu devo ter na cidade e até fora daqui no mínimo uns 30 ou 40 atletas que estou orientando nos treinamentos. Eu acredito que a maioria dos atletas que hoje eu estou ajudando e passando treinos conseguiram melhorar bastante e estão nos pódios nas corridas por aí. Eles estavam parados e voltaram a correr. A corrida é muito gratificante. As pessoas têm uma visão diferente da gente que corre. As pessoas às vezes nunca praticaram uma atividade física, voltam a correr e começam a tomar gosto. Pra gente que atua ver uma pessoa que nunca praticou atividade física e vê-las correndo é gratificante. A qualidade de vida da pessoa melhora muito e tem outra condição, ficando cada vez melhor. A gente sempre está apoiando as crianças e os jovens nos bairros na periferia, no Santa Elisa, no Jardim Brasil, que foi encerrado no começo do ano. A gente não teve mais condições de levar as crianças para as competições e na Silvestrinha, provas que tinham na Federação, pois a gente tinha um recurso que repassavam pra gente levar as crianças, mas automaticamente foi cortado isso e a gente não teve mais condição de levar essas crianças para competir. Mas eu acredito que tudo vai se encaixando com o tempo e logo a gente estará novamente dando os treinos para as crianças, tanto no Jardim Brasil como no Santa Elisa.
Início da carreira
– Eu comecei correr com uns 12 anos mais ou menos junto com meu pai que treinava e levava a gente junto. Fomos com certeza foi pegando gosto e melhorando cada vez mais. A partir dos 20 anos comecei a correr profissionalmente e sempre lutando pelos nossos objetivos. Graças a Deus conseguimos alcançar sempre o que almejamos. A gente vai tentado conseguir força para manter os treinamentos, sempre agradecendo aqueles que nos apoiam. Hoje os atletas de Botucatu que participam de alguma modalidade são todos patrocinados pela Claus Sports que banca a maioria dos atletas, com as inscrições, os nossos materiais e tem dado uma grande força. Não tem como não agradecer o Ricardo da Claus, de tudo o que tem feito pelos atletas, de tempos difíceis e ele tem cedido os tênis, as inscrições e nos ajudado nas viagens, então temos que agradecer a ele por tudo isso. Já os projetos nosso é difícil falar. A gente tem objetivo e os planos nossos estão nas mãos de Deus. Ele é que dá as ordens. A gente só faz o possível, o impossível é ele quem faz.
Prefeitura responde a critica e acena com apoio
– Citada pelo atleta Barduco na sua entrevista a prefeitura informou sobre o assunto mencionado pelo corredor que ampliou os projetos sociais na cidade. Ao mesmo tempo a administração se propôs a ajudar no que for possível em apoio ao esporte. Também a prefeitura ressaltou que foi dobrado o atendimento das crianças no contraturno escolar com o projeto Recrear além da parceria que foi assinada com Sesi no projeto Atleta do Futuro. O prefeito também se dispôs a ajudar no que for possível ouvindo as necessidades colocadas pelo corredor.
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(Extraída da Revista Registrando de Marcelino Dias de dezembro de 2017. Fotos do arquivo pessoal de Marildo Barduco e Brasil Ride).