No dia 27 de novembro, a partir das 8h30, a Biblioteca da Fazenda Lageado recebeu a “Mostra de Ciência: a Biologia como ferramenta de ensino”. Aberta para toda a comunidade de Botucatu, a Mostra buscou apresentar de maneira lúdica e interativa as propostas desenvolvidas pelo projeto de extensão intitulado “A Biologia Celular como ferramenta de divulgação científica”.
O projeto foi executado pelos alunos do primeiro ano do curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, ao longo do segundo semestre de 2023, como parte da disciplina “Biologia Celular”.
Os estudantes da FCA visitaram a Escola Estadual Pedro Torres e juntamente com mais de 40 alunos do ensino médio elaboraram propostas inovadoras para transformar o conhecimento da sala de aula em conhecimento aplicado. Dentre as ideias surgidas no projeto estão: propostas de novas terapias e soluções para problemas detectados no cotidiano pelos próprios alunos.
Durante a Mostra, os universitários e os alunos do ensino médio se reuniram em estações, cada uma representando um grupo de trabalho, e apresentaram os resultados de suas pesquisas aos visitantes. Vídeos sobre os trabalhos também foram exibidos durante a Mostra.
Os projetos foram avaliados por uma comissão composta pelas professoras Sarita Candida Rabelo (FCA) e Sonia Marta Moriguchi (Faculdade de Medicina da Unesp) e por Leonardo Nazario de Moraes, assistente de suporte acadêmico 4 do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA. Os premiados foram:
1- Projeto: “Clorotela” – Ana Luisa Simionato, Ana Julia Fabretti, Anna Laura van der Haijden, Gabriela Storel e os alunos do Ensino Médio Leslye, Isabela e Gabriel Francisco.
2- Projeto: “Biopesticida a base de cumarina” – Davi Pacífico, Diego Borba, Laura Marinho, Laura Silveira, Lívia Maria e Rafael Mezzena
3- Projeto: “Terapia inovadora utilizando VEGF” – Diego Nunes, Iago Peçanha, Felipe Tebet Santos, Pedro Raymond Cruz, Gustavo Silva e Rodrigo Martins
Repercussão
O projeto, coordenado pela professora Rejane Maria Tommasini Grotto, do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA, mostrou-se potencialmente transformador e deixou impressões muito positivas em participantes e visitantes da Mostra.
Para Otávio Marinho Viegas, aluno do primeiro ano do curso de graduação em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, a iniciativa é um bom passo inicial para uma maior aproximação da universidade com as escolas públicas. “É um trabalho difícil pelas condições que conhecemos do ensino público. Mas nos faz perceber que falta mais presença da universidade junto das comunidades. O que fizemos ainda é pouco perto do que ainda podemos fazer. Esse é um grande desafio. Fazer essa aproximação e trazer o interesse dos jovens para a importância da ciência. Esse projeto precisa continuar, até porque nós da universidade pública devemos muito ao estado e esse é um jeito de retribuir”.
Avaliadora dos trabalhos, a professora Sonia Moriguchi também saudou a iniciativa. “É um trabalho de extrema importância, por já começar no ensino médio a estimular o convívio com a ciência e a possibilidade de produção de inovação. Essa parceria é superimportante. Acho que temos que lembrar que a universidade está estimulando a curricularização da extensão e, nesse caso, os alunos da universidade entram em contato direto com os de ensino médio, sendo eles os vetores dessa integração, não apenas a Faculdade em si. Me sinto extremamente honrada em participar de um evento assim, onde os novos alunos da universidade já estejam engajados nessa nova postura”.
Daniel da Cruz Lopes, diretor do Parque Tecnológico Botucatu, esteve presente na Mostra e também elogiou a iniciativa. “É um trabalho de suma importância aproximar os alunos do ensino médio das pesquisas feitas na universidade. Trazer esse aluno para dentro de um câmpus universitário e ele poder entender e conhecer o que se faz aqui e o que está disponível aqui, até para que ele possa pensar no seu futuro como estudante e profissional, é muito importante. Então estamos nessa parceria com a FCA para que possamos trazer esses alunos para a universidade, incentivando-os a continuar nessa linha de pensamento”.
Gabriele Gomes de Almeida, de 15 anos, aluna do ensino médio da Escola Estadual Pedro Torres aprovou a experiência. “Achei muito interessante. No início foi um pouco estranho eles terem ido até nossa escola, mas eles explicaram o que eles fazem aqui na Faculdade e nos passaram muitas informações interessantes. Mexeu demais com o que eu pensava, tanto que mudou até o interesse pela faculdade que eu gostaria de fazer. Estava pensando em cursar Nutrição, mas com as coisas que aprendi mudei meu foco para a área do Agro”. Sua colega Melanie de Camargo, de 16 anos, complementou. “Foi uma experiência incrível termos nos reunido com os universitários para fazer uma coisa diferente da nossa rotina. O trabalho que eles nos apresentaram com Imunoterapia nos interessou bastante. Trouxe bastante coisa nova, que eu não sabia”.
O vereador Lelo Pagani representou a Câmara Municipal de Botucatu no evento. “Essa iniciativa é maravilhosa. Fico emocionado e esperançoso ao ver uma moçada do ensino médio e do primeiro ano da universidade falando em pesquisa de alto nível. Eles foram a fundo, estudaram os problemas, pensaram soluções para cada situação e, com a coordenação da professora Rejane Grotto, que é uma das maiores cientistas do Brasil, que temos a sorte de estar na Unesp, eles podem estar sendo conduzidos talvez para uma carreira científica. Com representante da Câmara Municipal, me sinto muito feliz pela nossa cidade ter tanta gente boa e que pode futuramente fazer parte da nossa universidade, da qual nos orgulhamos tanto”.
O vice-diretor da FCA, professor Caio Antonio Carbonari, também comentou a iniciativa. “É um trabalho muito relevante, especialmente no contexto da extensão universitária, que vem ganhando destaque nos últimos anos, e faz essa conexão com o ensino médio das escolas da cidade. É um trabalho desenvolvido em parceria. Houve toda uma interação entre os alunos da FCA e os da Escola Pedro Torres e os resultados que foram apresentados na Mostra são muito interessantes, porque conectam o conhecimento básico de biologia celular com a aplicação disso, desenvolvendo produtos e estimulando o empreendedorismo”. (Assessoria da FCA).
